A renova��o pol�tica impulsionada pelas redes sociais varreu velhas figuras e oligarquias, mas o DEM voltou ao poder com for�a. Depois de amargar um d�cimo lugar geral em votos nas elei��es para deputado federal e um quinto para senador em 2018, o partido inverte a posi��o na influ�ncia pol�tica com a reelei��o de Rodrigo Maia (RJ) no comando da C�mara e a vit�ria de Davi Alcolumbre (AP) na disputa pela presid�ncia do Senado.
A fa�anha do DEM, como o PFL de Antonio Carlos Magalh�es, Marco Maciel e Jorge Bornhausen foi rebatizado h� 12 anos, ocorre meses depois de o partido obter tr�s minist�rios do governo Jair Bolsonaro. A legenda conseguiu construir um atalho � barreira "�tica" imposta pelo n�cleo dos generais e emplacar os deputados Luiz Henrique Mandetta (MS) na pasta da Sa�de, Tereza Cristina (MS) na Agricultura e, em especial, Onyx Lorenzoni na chefia da Casa Civil. Os tr�s foram citados em den�ncias.
Nem o PSL, de Bolsonaro, que saiu em outubro das urnas como o mais votado para a C�mara, com 11 milh�es de votos, e o PT, campe�o na contagem de votos para o Senado, com 24 milh�es, tiveram o mesmo espa�o no tabuleiro pol�tico de Bras�lia.
� a primeira vez que um partido comandar� as duas casas desde 2014, quando o ent�o PMDB elegeu Renan Calheiros (AL) no Senado e Eduardo Cunha (RJ) na C�mara. Mas nessa �poca, o PMDB tinha a maioria no Senado e a segunda na C�mara, quando derrotou o candidato do l�der do PT. Agora, o DEM assume as duas Casas com apenas a quarta bancada no Senado (seis senadores) - empatado com PT e PP - e a 11.� na C�mara (27 deputados).
Interlocutores do Planalto observam que as movimenta��es de Onyx para nomear colegas no primeiro escal�o do governo teve o aval absoluto do presidente Jair Bolsonaro. Na empreitada atuou tamb�m o governador eleito de Goi�s e tamb�m integrante do DEM, Ronaldo Caiado. A parceria Caiado e Onyx passou por cima de Rodrigo Maia e do presidente nacional do partido, ACM Neto. Os dois n�o foram ouvidos na escolha dos ministros. Na elei��o do ano passado, o prefeito de Salvador impediu que o partido desembarcasse oficialmente da campanha do tucano Geraldo Alckmin e aderisse a Bolsonaro. Interlocutores de Maia e de ACM Neto enxergam uma obsess�o de Onyx em dominar o partido.
A vit�ria de Alcolumbre, um senador de 41 anos e apenas h� quatro no Senado, deu mais visibilidade � contribui��o do ministro da Casa Civil para derrotar Renan, que perdeu ontem a chance de ser eleito presidente do Senado pela quinta vez.
Jatinho. O partido p�s � disposi��o de Alcolumbre um jatinho para costurar apoios nos Estados e ignorou apelos de Maia de que temia uma redu��o de suas chances de permanecer � frente da C�mara se a legenda dividisse esfor�os na elei��o da presid�ncia do Senado.
Criado a partir de uma dissid�ncia do PDS nas articula��es para candidatura presidencial de Tancredo Neves, do PMDB, o antigo PFL foi rebatizado de DEM em 2007. Era o auge da popularidade do PT e do ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que tr�s anos depois defendeu em com�cio a "extirpa��o" do Democratas por ser um "partido do �dio". Foi como PFL que a sigla viveu momentos intensos na pol�tica, com o l�der baiano Ant�nio Carlos Magalh�es dando as cartas do Minist�rio das Comunica��es do governo Sarney e depois como apoio do governo Fernando Henrique - quando comandou o Senado. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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