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Estado de Minas POL�TICA

'N�o se sabe como o PSL vai se comportar', diz historiador


postado em 03/02/2019 09:33

Para o historiador e cientista pol�tico Boris Fausto, o Brasil nunca esteve t�o dividido como hoje e a exist�ncia de diferentes vis�es deve se refletir no Congresso que tomou posse nesta sexta-feira, 1.�. "Houve divis�es na sociedade no passado, mas nesse grau e nessa consist�ncia, nunca tivemos."

Para o historiador e cientista pol�tico Boris Fausto, o Brasil nunca esteve t�o dividido como hoje e a exist�ncia de diferentes vis�es deve se refletir no Congresso que tomou posse nesta sexta-feira, 1.�. "Houve divis�es na sociedade no passado, mas nesse grau e nessa consist�ncia, nunca tivemos."

Qual a avalia��o do sr. sobre o perfil deste novo Congresso?

� preciso acompanhar o que vai fazer essa grande bancada do PSL (na C�mara, com 52 deputados). Tem muita gente nova e n�o sabemos se v�o se comportar maci�amente votando sempre a favor do governo, ou se uma parte ter� independ�ncia em casos que contrariem sua opini�o. Os sinais indicam que � uma salada composta de muitos elementos, sem unanimidade. Quando o grupo foi para a China, por exemplo, produziu indigna��o nos setores mais ideol�gicos do bolsonarismo. Vejo que esses votos, aparentemente, n�o s�o garantidos. Al�m disso, � preciso entender as nuances dessa direita que chegou ao poder. � um mundo muito mal conhecido porque era aparentemente secund�rio e, de repente, apareceu na ordem do dia. Figuras at� ent�o inexpressivas ou n�o consideradas surgem e passam a pesar no jogo pol�tico e nas ideias.

Como a divis�o da sociedade pode se refletir no Congresso?

� saud�vel haver disputas, conflitos e opini�es divergentes na sociedade desde que tenham um m�nimo denominador comum e que pelo entendimento cheguem a algum consenso. Quando n�o h� isso, n�o tem di�logo. Houve divis�es na sociedade brasileira no passado, mas nesse grau e nessa consist�ncia, nunca tivemos. Por exemplo, o getulismo e antigetulismo. Foi uma luta pol�tica constante, mas duvido que algu�m deixasse de jantar na casa de um parente porque esse parente fosse udenista ou getulista. Hoje, o clima de divis�o profunda na sociedade deve se refletir no Congresso. Mas existe no Congresso um "esp�rito de corpo" entre os membros. Muitos entram com o furor de mudar tudo que � poss�vel, mas depois entram na engrenagem, mesmo com opini�es diferentes, daquela corpora��o. � natural.

O discurso do governo estimula essa divis�o?

Essa corrente de direita a que o Bolsonaro est� associado encontrou um inimigo no chamado comunismo internacional, com determina��es internas. Hoje, se criou essa fantasia e n�o se criou por prop�sitos inocentes. � a ideia de juntar uma por��o de correntes e pessoas nesse "perigoso inimigo" constru�do que � a esquerda, o marxismo, a influ�ncia cultural gramsciana, com esse prop�sito de criar "n�s e eles". O "n�s", que iremos retificar tudo isso, e colocar nas mentes doutrinas que n�o s�o ideol�gicas, pensamentos que s�o abertos, quando precisamente esse � um pensamento muito ideol�gico. Mas existe uma raiz disso na esquerda tamb�m. O PT criou uma divis�o entre n�s e eles. Se voc� pensa diferente, se n�o acredita no projeto do partido, deve ser exclu�do. � bom n�o esquecer os males que essa gente produziu em nome de uma chamada esquerda.

Como acredita que deve agir a oposi��o no governo Bolsonaro?

A oposi��o tem de ser de combate respons�vel e de reconstru��o. N�o � oposi��o por oposi��o, a favor de que nada d� certo, mas de vigil�ncia. A oposi��o vai ser for�ada a evitar o deslize para a corrup��o interna da democracia, mais do que apoiar um ou outro ato do governo. Com rela��o a projetos que fa�am sentido do ponto de vista nacional, como a Previd�ncia e uma reforma tribut�ria, na depend�ncia de como forem, n�o vejo porque fazer uma oposi��o cerrada a qualquer pre�o, contrariando um interesse nacional. Numa situa��o em que os partidos, e a esquerda sobretudo, foram fortemente atingidos, a tend�ncia � aglutina��o e aproxima��o das pessoas � muito forte.

Qual seria a participa��o do PT em um eventual bloco de esquerda no Congresso?

O PT deveria ir por uma linha mais flex�vel se quiser ter papel relevante na uni�o das esquerdas. O problema � que uma uni�o dessas com o PT sem fazer uma avalia��o cr�tica n�o teria muita autoridade como for�a de esquerda. Ao mesmo tempo, � improv�vel que (o partido) venha a fazer a reavalia��o dos muitos erros que cometeu. Ent�o, seria uma frente com um problema interno, uma dificuldade nesse PT monol�tico, que n�o quer se alterar, que tem uma bancada grande (56 deputados) e se considera hegem�nico. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.


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