
"A ideia � estabelecer um espa�o �nico para as agendas dos ministros e facilitar o trabalho de checagem, apresentando os nomes dos interlocutores, os assuntos tratados e at� mesmo as san��es para servidores que descumprirem as normas, tudo em dados abertos"
. Wagner Ros�rio, ministro da Transpar�ncia e Controladoria-Geral da Uni�o (CGU)
Bras�lia – Os primeiros dias do governo Jair Bolsonaro mostram como os representantes de setores econ�micos t�m se movimentado na Esplanada e como a pr�pria equipe ministerial interage com os grupos de press�o. Levantamento nas agendas p�blicas dos integrantes do primeiro escal�o revela que as pastas mais procuradas por dirigentes de empresas privadas s�o, por ordem, Infraestrutura, Agricultura e Minas e Energia.
Os grupos mais atuantes ao longo desse per�odo s�o de log�stica, transportes, financeiro, energia, agroneg�cio, alimentos, �leo e g�s, minera��o e tecnologia.
No ranking das reuni�es com os setores econ�micos, o ministro de Infraestrutura, Tarc�sio Gomes de Freitas, participou de 22 encontros com empresas de transportes, log�sticas, financeiras e de transmiss�o de energia. Empatados em segundo lugar, com 20 agendas cada, est�o os titulares das pastas de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Agricultura, Tereza Cristina.
Receberam integrantes de �reas afins aos minist�rios, como energia el�trica, �leo e g�s, minera��o, agroneg�cio e ind�stria aliment�cia. Logo atr�s, com 18 encontros, est� o chefe da Economia, Paulo Guedes, que se reuniu com atores financeiros e de tecnologia digital.
“O fato de os dois ministros com o maior n�mero de reuni�es at� 6 de fevereiro serem Tarc�sio Freitas e Bento Albuquerque coincide, n�o por acaso, com o destaque que os setores de infraestrutura e energia ter�o no governo Bolsonaro”, afirma Thiago Vidal, analista pol�tico da Prospectiva Consultoria, que fez o levantamento das reuni�es. “� importante ficar atento para os investimentos que o governo tentar� atrair para ambos segmentos”, diz Vidal.
O analista pol�tico divide os planos do governo em duas partes: “Garantir crescimento econ�mico — as estimativas do mercado financeiro para o PIB s�o de 2,5% para 2019, 2020 e 2021, o que depende de privatiza��es e concess�es — e retirar do Estado a responsabilidade por esses investimentos, diferentemente do que ocorreu nos governos do PT, tanto por convic��o ideol�gica quanto por incapacidade fiscal de faz�-lo”.
O levantamento mostra que, depois de Guedes, aparece Augusto Heleno, do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), com 15 reuni�es, empatado com Santos Cruz, da Secretaria de Governo. O chefe da pasta da Transpar�ncia (CGU), Wagner Ros�rio, teve cinco reuni�es com profissionais de rela��es governamentais.
Decreto
Ros�rio disse que o Planalto est� prestes a divulgar decreto espec�fico para regulamentar o lobby no Executivo. “A ideia � estabelecer um espa�o �nico para as agendas de ministros e facilitar o trabalho de checagem, apresentando os nomes dos interlocutores, os assuntos tratados e at� mesmo as san��es para servidores que descumprirem as normas, tudo em dados abertos”, afirma.
O texto j� foi apresentado ao ministro da Justi�a, S�rgio Moro, e ter� a vers�o final apresentada a integrantes do primeiro escal�o do governo. A expectativa � de que os trabalhos estejam conclu�dos em mar�o e sejam implementados at� o final do primeiro semestre.