
O PSL no Senado articula uma pol�tica de boa vizinhan�a com o MDB para obter os votos do partido em propostas consideradas priorit�rias pelo Pal�cio do Planalto, como a reforma da Previd�ncia. Disposto a retomar as rela��es com o partido de Renan Calheiros (AL) depois de o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ter apoiado a elei��o de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para o comando do Senado, o l�der do PSL na Casa, Major Ol�mpio (SP), disse aos colegas que o ministro n�o agiu em nome do presidente Jair Bolsonaro.
Major Ol�mpio tamb�m se candidatou � presid�ncia do Senado, mas desistiu da disputa, no �ltimo dia 2, a pedido do PSL. Embora a estrat�gia do partido de Bolsonaro tenha sido montada �s pressas, naquele dia, para tentar unificar a oposi��o a Renan no plen�rio, o l�der da sigla no Senado afirmou que Lorenzoni "nunca deveria ter interferido" na elei��o e muito menos se posicionado a favor de Alcolumbre.
"Onyx � interlocutor pol�tico do governo, mas n�o � o governo. Foi impr�prio o que ele fez. Agora, vamos curar as feridas. N�s precisamos do MDB, assim como do PP de Esperidi�o Amin, por exemplo", comentou ele, em uma refer�ncia ao senador de Santa Catarina, que tamb�m concorreu � elei��o.
Ao lembrar que uma proposta de emenda � Constitui��o, como a reforma da Previd�ncia, precisa do apoio de 49 senadores, Major Ol�mpio fez mais uma cr�tica a Onyx Lorenzoni "Davi Alcolumbre foi eleito com 42 votos e o governo precisa de 49 para aprovar uma PEC. N�o necessariamente esse resultado vai se refletir nas vota��es, mas � um indicativo", argumentou o l�der do PSL no Senado.
O que mais contrariou Major Ol�mpio foi o fato de Lorenzoni ter "dado a impress�o" de que agia em nome de Bolsonaro. "Se o grupo do ministro estava ali na elei��o representando o governo, quer dizer que todos os outros candidatos eram contra o governo? E eu era o qu�? N�o existe ningu�m mais governo do que eu", afirmou o senador.
Articulador pol�tico do Planalto no Congresso, Lorenzoni n�o responde a cr�ticas de aliados sobre sua atua��o no Senado. "Isso faz parte", desconversa ele, sempre que questionado sobre o assunto. "Eu estou na paz."
Mesmo assim, apesar de capitanear a estrat�gia para derrubar Renan, o chefe da Casa Civil afirmou que vai conversar nos pr�ximos dias com o MDB, a maior bancada no Senado. Na pr�tica, o Planalto quer investir no racha do MDB e se aproximar da ala do partido que � contr�ria a Renan.
Cargos
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), por exemplo, ser� presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a. No �ltimo dia 2, Simone - desafeta de Renan - retirou a candidatura avulsa no Senado e apoiou Alcolumbre. O MDB tamb�m dever� comandar a Comiss�o Mista de Or�amento. Na Mesa Diretora da Casa, por�m, o partido ficou apenas com a Segunda-Secretaria.
Depois do confronto do �ltimo dia 2, Renan se refugiou no interior de Alagoas. Em conversas reservadas, disse ter sido "tra�do" pelo senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ). Ele contava com o respaldo de Fl�vio, mas, na segunda vota��o, o filho de Bolsonaro foi � tribuna e, pressionado pelas redes sociais, rompeu o sigilo. Abriu o voto, anunciando aval a Alcolumbre.
A volta de Renan ao Senado est� prevista para esta semana. Nos bastidores, seus interlocutores argumentam que, com o "�dio encapsulado", ele ser� o l�der da oposi��o. Para o ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC), no entanto, nada � definitivo. "Renan j� se reinventou v�rias vezes. N�o custa se reinventar de novo", amenizou Bauer, secret�rio especial da Casa Civil para cuidar de assuntos do Senado.