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Estado de Minas

Interlocutores tentam encontrar sa�da para crise com Bebianno

Temor principal � de desequil�brio na base parlamentar, prestes a receber o projeto de reforma da Previd�ncia


postado em 15/02/2019 07:34

Gustavo Bebianno insiste em se manter no cargo e chegou a fazer ameaças ao Palácio do Planalto, após o apoio do presidente ao filho (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)
Gustavo Bebianno insiste em se manter no cargo e chegou a fazer amea�as ao Pal�cio do Planalto, ap�s o apoio do presidente ao filho (foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

A grave e precoce crise no governo federal envolvendo o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, se arrasta a partir de amea�as, acusa��es e riscos de desequil�brio na base parlamentar, prestes a receber o projeto de reforma da Previd�ncia. Ao longo do dia, o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, insistiu em se manter no cargo e chegou a advertir o Pal�cio do Planalto. Vinte e quatro horas depois de uma postagem do vereador fluminense Carlos Bolsonaro acusando Bebianno de ter mentido ao dizer que havia falado por tr�s vezes com o chefe do Executivo sobre o esquema de laranjas envolvendo candidaturas do PSL, os interlocutores civis e militares tentavam encontrar uma sa�da para o caso.

Em meio a declara��es de apoio e fortes ataques de parlamentares governistas, o principal apoio recebido por Bebianno veio do presidente da C�mara, Rodrigo Maia, que se assusta com o desajuste na base e nos riscos para a reforma da Previd�ncia. Em entrevista ontem � Globo News, Maia reagiu a Bolsonaro. “A impress�o que d� � que o presidente est� usando o filho para pedir para Bebianno sair. E ele � presidente da Rep�blica, n�o �? N�o � mais um deputado. Se ele est� com algum problema, tem de comandar a solu��o e n�o pode, do meu ponto de vista, misturar fam�lia com isso, porque acaba gerando inseguran�a, uma sinaliza��o pol�tica de inseguran�a para todos”, avaliou o presidente da C�mara.

O recado � claro e, segundo integrantes do Planalto, foi refor�ado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, amigo de Maia. O desconforto sinalizado pelo presidente da C�mara, no entanto, se deve � aus�ncia de articula��o com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ambos n�o t�m bom conv�vio desde a �ltima legislatura, quando o chefe da interlocu��o pol�tica do governo foi relator de um pacote de medidas de combate � corrup��o. O ent�o deputado foi acusado de descumprir acordos com os parlamentares. A possibilidade de queda de Bebianno fecharia o canal mais pr�ximo que Maia tem de di�logo com o Planalto.

Depois do susto com a publica��o de Carlos Bolsonaro contra Bebianno, os militares — incluindo o vice Hamilton Mour�o — tentaram agir para debelar a crise, que aumenta com o passar do tempo. A dificuldade foi definir a estrat�gia, pois h� um inc�modo sobre a atua��o do vereador desde a campanha, passando pela posse — quando Carlos desfilou em carro aberto sentado na capota recolhida, atr�s do pai e da madrasta, Michelle Bolsonaro — e ao longo dos primeiros 45 dias de governo, principalmente com as postagens feitas no hospital, ao lado do chefe do Executivo. “N�o havia entendido a raz�o de ele desfilar naquele carro aberto. N�o fazia sentido, mas agora fica claro a unidade entre o filho e Bolsonaro”, disse um oficial das For�as Armadas.

Entre quarta-feira e ontem, Bolsonaro se reuniu com os ministros do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), Augusto Heleno; da Defesa, Fernando Azevedo; e da Secretaria de Governo, Santos Cruz. Conselheiros pr�ximos a Bolsonaro, os generais alertaram para o risco de o governo passar uma imagem de enfraquecimento pol�tico em caso de demiss�o sem sequer dar a oportunidade de Bebianno se justificar. Interlocutores dos militares negam que os generais estejam acobertando o ministro. A preocupa��o maior, asseguram, � com a inger�ncia dos filhos sobre o presidente.

Congresso


A disputa de poder preocupa aliados no Congresso. Deputados temem que a instabilidade pol�tica interfira na aprova��o da reforma da Previd�ncia. Maia tem o poder da caneta na C�mara e pode pautar a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) apenas se quiser. “E isso pode levar a pauta principal do pa�s a ficar em segundo plano”, ponderou um deputado.

Dentro do PSL, a expectativa � de que tudo se resolva o quanto antes. Os deputados da legenda avaliam ser dever do governo aparar as arestas por entender que a bancada n�o tem nada a ver com a pol�mica. Mas temem que a lentid�o em dar uma resposta � situa��o de Bebianno respingue no partido. “Como vamos explicar o inexplic�vel? Ningu�m quer acobertar nada. Quem o fez que seja respons�vel. Se justificar, � poss�vel o clima ficar mais tranquilo. O problema � n�o ter o que dizer”, argumentou um deputado da sigla.

Apesar dos esfor�os de Bebianno, a perman�ncia � vista como improv�vel. Depois das acusa��es de Carlos Bolsonaro, o ministro tentou fortalecer a estrutura da Secretaria-Geral, ampliando o quadro de assessores especializados em crises de imagem. O desejo, no entanto, foi vetado, sob argumento de que n�o pegaria bem ao Planalto chamar mais gente para uma pasta que j� � tratada como morta. ( Colaborou Bernardo Bittar)


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