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Estado de Minas

Demiss�o de Gustavo Bebianno est� pronta para ser publicada

Irredut�vel, Bolsonaro assina exonera��o do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia e pretende nomear para seu lugar um general, o nono militar no primeiro escal�o do governo


postado em 17/02/2019 06:00 / atualizado em 17/02/2019 07:16

Bolsonaro e Bebianno, que foi o braço direito do presidente durante toda a campanha para o Planalto (foto: MAURO PIMENTEL/AFP -11/10/2018)
Bolsonaro e Bebianno, que foi o bra�o direito do presidente durante toda a campanha para o Planalto (foto: MAURO PIMENTEL/AFP -11/10/2018)

Bras�lia – A demiss�o do ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Gustavo Bebianno, j� foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e enviada para ser publicada no Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) de amanh�. Nos �ltimos dias, pol�ticos e militares tentaram interceder a favor de Bebianno, mas o presidente est� irredut�vel e, segundo apurou a reportagem, planeja nomear um general para o lugar do ministro. Se isso ocorrer, ser� o nono militar a ocupar o primeiro escal�o da Esplanada. Atualmente, o secret�rio-executivo da pasta � o general Floriano Peixoto. Em conversas reservadas, Bolsonaro avaliou que o chefe da Secretaria-Geral quebrou a rela��o de confian�a com ele ao “vazar” �udios de di�logos entre os dois. O ministro nega o vazamento.


Ciente de que Bebianno est� com “�dio” de Bolsonaro, nas palavras de um ministro, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, foi escalado para tentar construir no fim de semana uma sa�da honrosa para o colega. Como compensa��o, foi oferecido a Bebianno um cargo na m�quina federal fora do Pal�cio do Planalto. A lei o pro�be de assumir uma estatal. No in�cio da tarde de ontem, Lorenzoni saiu do Pal�cio da Alvorada – onde se reuniu com Bolsonaro por cerca de uma hora – sem falar com a imprensa.

Preocupados com a alta temperatura da crise, auxiliares do presidente observam que Bebianno ainda pode criar muitos problemas para o governo se a demiss�o n�o for revertida, porque seria o que se chama no jarg�o pol�tico de “homem-bomba”. Um desses interlocutores, que conversou recentemente com Bolsonaro, disse � reportagem, por�m, que a situa��o � insustent�vel e a decis�o do rompimento, “irrevers�vel”.

Segundo esse auxiliar, que pediu anonimato, a decis�o de Bolsonaro n�o se deve � interfer�ncia do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). O filho de Bolsonaro chamou Bebianno de “mentiroso” logo ap�s o ministro ter concedido entrevista ao O Globo, na ter�a-feira, dizendo que n�o estava isolado no Planalto depois da den�ncia, publicada pela Folha de S. Paulo, de que teria patrocinado candidaturas laranjas do PSL em 2018, para desviar recursos do fundo eleitoral. � �poca, Bebianno presidia o PSL.

Na tentativa de mostrar que n�o havia crise, o ministro afirmou ao O Globo que, no dia anterior, falara tr�s vezes com o presidente, ent�o no Hospital Albert Einstein. Carlos desmentiu essas conversas no Twitter e Bolsonaro endossou a atitude do filho, horas depois, em entrevista � TV.

Mais tarde, o presidente tamb�m mandou Bebianno cancelar viagem ao Par�, com outros ministros, porque n�o gostou de saber que ele havia convidado um ve�culo de comunica��o para acompanhar a comitiva. A partir da�, o chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia teria mostrado a amigos arquivos de �udio com a voz de Bolsonaro ordenando que ele suspendesse a viagem, al�m de outras conversas.

Ao tomar conhecimento dessa atitude, o presidente – que j� havia resolvido manter Bebianno no cargo – ficou furioso e decidiu dispens�-lo. Na sexta-feira, em conversa r�spida com o ministro, disse que se sentia tra�do. Depois, ofereceu a Bebianno uma diretoria na Itaipu Binacional, mas ele recusou. “N�o estou no governo por causa de cargos. Sou uma pessoa leal”, afirmou o chefe da Secretaria-Geral.

DUAS MEDIDAS Gustavo Bebianno questiona o tratamento diferenciado conferido ao ministro do Turismo, Marcelo �lvaro Ant�nio, tamb�m alvo de suspeitas sobre uso de candidaturas laranjas em Minas Gerais em 2017. Na �poca, o ministro do Turismo era presidente do Diret�rio Estadual do partido. Ele foi mantido na Esplanada. Bebianno afirmou ontem, ao deixar o hotel onde mora, em Bras�lia, que sua inoc�ncia no caso � quest�o de “bom senso”. Ele refor�ou que n�o fez “nada de errado” e que est� com a consci�ncia “absolutamente tranquila e limpa”.

Durante visita a Brumadinho, tamb�m ontem,  Marcelo �lvaro minimizou o caso das candidaturas laranjas no PSL e afirmou “n�o ver rela��o” entre ele e as den�ncias contra o ministro da Secretaria-geral da Presid�ncia. Ele se esquivou das perguntas dos rep�rteres sobre o assunto, tendo sua assessoria dito para a imprensa se concentrar na pauta do dia. O ministro disse que a rela��o com o presidente continua “normal”.  O esquema de candidaturas falsas para possibilitar o uso do fundo partid�rio est� sendo investigado pelo Minist�rio P�blico.

LEALDADE Com sua iminente sa�da do governo, Gustavo Bebianno publicou um texto sobre “lealdade” nao Instagram na madrugada de ontem. “Quando perdemos por ser leal, mantemos viva a honra. Sa�mos de qualquer lugar com a cabe�a erguida ao carregar no cora��o a lealdade”, diz um trecho. O texto, atribu�do ao escritor brasileiro Edgard Abbehusen, tamb�m diz que “a lealdade � um gesto bonito das boas amizades” e “s� consegue ser amigo quem aprende a ser leal”.

Na rede social, ele tem uma foto ao lado de Bolsonaro como imagem de perfil. O ministro � conhecido por ter sido um dos primeiros a atuar pela pr�-candidatura do capit�o reformado � Presid�ncia e foi seu bra�o direito na campanha.

 


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