
Presidente nacional do PSDB, o ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin reconheceu que o atual estatuto da legenda est� "defasado" e afirmou que o partido nunca teve um c�digo de �tica. "Vamos fazer uma profunda mudan�a no estatuto e aprovar o 1.° c�digo de �tica do PSDB", disse o tucano.
O tema pautou uma reuni�o da dire��o executiva nacional da sigla, realizada na quarta-feira, 20, em Bras�lia. Na ocasi�o, foram arquivados todos os pedidos de expuls�o de tucanos que haviam sido protocolados por infidelidade partid�ria.
A medida beneficiou tamb�m o ex-senador e deputado federal A�cio Neves (MG), que teve seu pedido de expuls�o suspenso. Ele � r�u no Supremo Tribunal Federal (STF) por um suposto esquema de corrup��o e lavagem de dinheiro em Furnas, al�m de investigado pelo Minist�rio P�blico Federal por ter pedido empr�stimo ao empres�rio Joesley Batista, da JBS.
"O estatuto do partido prev� expuls�o em caso de improbidade administrativa transitado em julgado, mas nunca o PSDB teve um C�digo de �tica. Hoje, por�m, voc� pode prender algu�m ap�s o julgamento em segunda inst�ncia. Ent�o, o estatuto est� defasado", afirmou nesta quinta-feira, 21, o ex-governador.
A representa��o pedindo a expuls�o de A�cio do PSDB foi protocolada na executiva pelo deputado Wherles Fernandes da Rocha (AC), sob alega��o de quebra de decoro parlamentar por parte do ent�o senador. No pedido, Rocha afirma que, ap�s A�cio ter sido obrigado a se licenciar da presid�ncia do PSDB, em 2017 - na esteira do esc�ndalo envolvendo a divulga��o da grava��o da conversa com Joesley Batista -, houve persegui��o �queles que pediram o seu afastamento.
Segundo Alckmin, o c�digo de �tica ser� elaborado por um conjunto de juristas e membros do partido e submetido a voto na conven��o nacional do PSDB, em maio.
Apresentado pela Juventude do PSDB de Manaus, o pedido de expuls�o do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo, que est� preso e foi condenado a 20 anos no caso do mensal�o mineiro, foi devolvido ao diret�rio do Estado, que ter� a palavra final.
"O partido despertou para uma situa��o que foi o suposto envolvimento de quadros importantes em corrup��o e desvio do dinheiro p�blico. Por isso � preciso um c�digo de �tica bastante objetivo", disse o ex-senador Jos� An�bal, um dos fundadores do PSDB.
Futuro
Al�m dos casos de A�cio, que foi suspenso, e de Azeredo, que foi devolvido, foram arquivados na reuni�o da executiva tucana os pedidos de expuls�o de seis pol�ticos acusados de "infidelidade partid�ria".
Entre eles est�o dois desafetos do governador de S�o Paulo, Jo�o Doria - Paulo Alexandre Barbosa, prefeito de Santos, e o ex-governador Alberto Goldman. Ambos foram acusados por aliados de Doria de ter feito campanha para M�rcio Fran�a (PSB) na elei��o estadual do ano passado.
"Essa foi uma elei��o at�pica. Temos de olhar para o futuro em vez de ficar remoendo o passado. A gente observa muita briga dom�stica nessas representa��es", disse Alckmin.
Tamb�m foram arquivados pedidos de expuls�o contra a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, o prefeito de S�o Paulo, Bruno Covas, e o prefeito de Manaus, Arthur Virg�lio.
A executiva do partido marcou para 31 de maio a conven��o que vai eleger sua nova dire��o executiva.
O ex-deputado e ex-ministro das Cidades Bruno Ara�jo (PE) � o nome preferido de Doria para assumir o cargo. Ele prega que o partido tenha uma agenda conservadora.