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Estado de Minas POL�TICA

Codinome '�guia' volta a ser s�mbolo da Presid�ncia


postado em 25/02/2019 07:31

Uma ave desperta preocupa��o na capital federal. "�guia se aproxima", diz um seguran�a do Planalto para os colegas pelo sistema de r�dio. "�guia vai sair agora", informa outro. O grupo de agentes que faz a escolta do presidente Jair Bolsonaro s� relaxa quando ele entra no Alvorada, resid�ncia oficial, para descansar: "�guia no ninho. Miss�o cumprida. Ok?"

Codinome de Bolsonaro usado pelos seguran�as, a �guia j� foi s�mbolo da Presid�ncia quando os chefes do Executivo despachavam no Pal�cio do Catete, no Rio, uma constru��o com est�tuas da ave no telhado.

Uma foto de Juscelino Kubitschek (1956-1961) no heliponto do pr�dio e na frente das asas de uma das aves do telhado do pal�cio marcou o governo do presidente "voador". Com a transfer�ncia da capital para Bras�lia, as emas do Alvorada desbancaram a temida ave de rapina. Depois de generais "sisudos" e civis "espont�neos" ocuparem o poder, a �guia est� de volta � simbologia da Presid�ncia da Rep�blica.

N�o h� uma regra para a escolha do apelido pelos seguran�as do pal�cio. O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva era o "Eclipse" - "o tempo fechava sempre", relataram antigos agentes que atuam no Planalto. J� a presidente cassada Dilma Rousseff era chamada de "Cristal" - "se cair, quebra", lembraram.

No Planalto, o comportamento da "�guia" tem sido motivo de apreens�o. A preocupa��o, segundo auxiliares, � com o que consideram "excesso de informalidade" do presidente e com quest�es de seguran�a.

Embora seja oriundo do Ex�rcito e tenha redobrado o cuidado com sua prote��o pessoal ap�s o atentado a faca que sofreu durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), em setembro passado, Bolsonaro n�o suportou muitos dias o ostensivo sistema de seguran�a ao chegar a Bras�lia.

Ainda no governo de transi��o, ele mandou dispensar os batedores da Pol�cia Militar que abriam o tr�nsito para sua comitiva e diminuir o n�mero de agentes da Pol�cia Federal na sua escolta. Assim que assumiu o poder, a guarda dele, por norma antiga, passou para o Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), sendo feita por militares do Ex�rcito.

Um amigo do presidente disse � reportagem que a equipe de seguran�a n�o esconde a preocupa��o quando Bolsonaro para na portaria do Alvorada para cumprimentar simpatizantes ou, nos aeroportos, ao entrar ou sair do carro, dar a m�o para os batedores ou para o "cara do tratorzinho do avi�o". "Ele est� tentando manter a autenticidade dele", avaliou. "Vai acabar entendendo que ter� de chegar a um meio-termo, mas n�o vai ser amarrado."

As quebras de protocolo na Presid�ncia, comuns nos governos de Itamar Franco (1992-1994) e, principalmente, de Lula, foram interpretadas neste in�cio de governo - at� por aliados pr�ximos de Bolsonaro - como quebra da "liturgia do cargo", termo usado por Jos� Sarney (1985-1990) para se referir �s regras do cerimonial e do comportamento de um titular da Presid�ncia da Rep�blica.

Chinelo e camiseta. Na semana passada, auxiliares pediram � exaust�o que Bolsonaro "reavaliasse" sua postura. Ele foi aconselhado a evitar o uso de chinelo e camisa de futebol em cerim�nia oficial - o presidente vestiu uma camisa do Palmeiras no evento de apresenta��o da reforma da Previd�ncia -, a abandonar de vez o Twitter e a separar quest�es familiares de assuntos de governo.

Para esses auxiliares, Bolsonaro "� um presidente que insiste em n�o se adaptar � estrutura do pal�cio" - batizada por pol�ticos e jornalistas, ainda nos anos 1970, como a "m�quina de fazer presidentes". Ao ocupar nos primeiros dias de janeiro o gabinete do terceiro andar do Planalto, Bolsonaro n�o aceitou, por exemplo, o telefone criptografado entregue pelo GSI. Quando tentou us�-lo, percebeu que o modelo s� permitia liga��es para quem tinha um outro igual.

At� agora, ele tamb�m reluta em deixar as redes sociais. H� poucas semanas, assinou decreto que passa a movimenta��o de suas contas no Twitter e no Facebook para uma Assessoria Especial do pal�cio. O grupo, como mostrou o Estado, era formado por indicados de seu filho Carlos Bolsonaro, que, na campanha, foi respons�vel pela �rea digital e, agora, exerce influ�ncia na Secretaria de Comunica��o (Secom), dirigida pelo publicit�rio Floriano Barbosa de Amorim, homem de confian�a da fam�lia.

Telefone

Intercepta��es e divulga��o de conversas telef�nicas causam temor no governo. As primeiras crises do mandato de Bolsonaro ocorreram ap�s telefonemas particulares virem a p�blico. A equipe do general Augusto Heleno, chefe do GSI, pouco poderia fazer, observaram assessores do Planalto, j� que, em um dos epis�dios, foi Carlos quem divulgou �udio da conversa do pai com o ent�o ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. Depois da exonera��o de Bebianno, outros �udios vazaram.

Nos �ltimos dias, Bolsonaro indicou que vai usar apenas o telefone criptografado cedido pela Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin) para conversar com alguns ministros e o entorno palaciano. Mas continuar�, vez ou outra, recorrendo ao telefone aberto.

O esfor�o de tentar "moldar" o presidente op�e assessores que conhecem a estrutura do Planalto e a fam�lia Bolsonaro. O que � considerado defeito para os conhecedores da vida palaciana � "compromisso de campanha" para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). "Os �udios vazados s� comprovaram que @jairbolsonaro � o mesmo em p�blico e na vida particular", escreveu no Twitter na sexta-feira passada. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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