O presidente Jair Bolsonaro fez uma homenagem aos generais que comandaram as ditaduras militares do Brasil e do Paraguai. Em discurso de posse do novo diretor da Itaipu Binacional, general Joaquim Luna e Silva, Bolsonaro disse que a usina s� saiu do papel devido ao papel dos militares. O tratado que deu origem � usina foi assinado em 1974, e a hidrel�trica come�ou a produzir energia em 1984.
"Eu queria, se me permitem, recordar, relembrar aqueles que realmente foram respons�veis por essa obra. Isso tudo, as primeiras tratativas come�aram ainda l� atr�s, no governo do marechal Castelo Branco", disse o presidente.
Em seu discurso, Bolsonaro disse que Castelo Branco foi eleito em 11 de abril de 1964 e que tomou posse em 15 de abril daquele ano, "tudo � luz da Constitui��o vigente naquele momento". O presidente n�o mencionou o fato de que, depois do golpe militar, em 31 de mar�o de 1964, os presidentes eram escolhidos pela c�pula do regime e, somente depois disso, eleitos indiretamente por um col�gio eleitoral. Al�m disso, a Constitui��o de 1946 n�o previa ruptura democr�tica.
Bolsonaro mencionou ainda tratativas que continuaram durante o governo dos presidentes Costa e Silva, que sucedeu Castelo Branco, e Garrastazu M�dici. A obra, na avalia��o de Bolsonaro, "realmente saiu do papel e tomou corpo" durante o governo de Ernesto Geisel. Ao "saudoso e querido" Jo�o Figueiredo, �ltimo presidente do regime militar, Bolsonaro disse que coube a inaugura��o da primeira turbina. Nenhum presidente civil foi mencionado no discurso.
Bolsonaro aproveitou ainda para homenagear o general Alfredo Stroessner, ditador que governou o Paraguai entre 1954 e 1989. O pai do atual presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, conhecido como Marito, foi secret�rio particular de Stroessner.
"Mas Marito, isso tudo n�o seria suficiente se n�o tivesse do lado de c� um homem de vis�o, um estadista, que sabia perfeitamente que o seu pa�s, Paraguai, s� poderia prosseguir e progredir se tivesse energia. Ent�o aqui tamb�m a minha homenagem ao nosso general Alfredo Stroessner", disse.
Bolsonaro citou ainda trecho da B�blia e disse que Marito � crist�o, conservador e um homem de fam�lia. "Esses valores nos trouxeram at� aqui e com a gra�a de Deus continuaremos juntos para o bem dos nossos povos", afirmou. "Esquerda, nunca mais", enfatizou.
O presidente disse que vai receber Marito em Bras�lia no dia 11 de mar�o, em uma reuni�o bilateral. No encontro, os pa�ses devem tratar de assuntos como a pr�pria revis�o do Tratado de Itaipu, cujos termos se encerram em 2023, as duas pontes entre Brasil e Paraguai sobre o Rio Paran�, que ser�o pagas com recursos da usina, com custo repassado aos consumidores brasileiros. "Conte com o apoio do nosso governo para concretizarmos esse objetivo", disse.
Bolsonaro citou ainda uma parceria entre Brasil e Paraguai no combate ao crime organizado e � lavagem de dinheiro. O presidente citou o ministro da Justi�a, Sergio Moro, e agradeceu ao Paraguai "por rapidamente mandar para n�s brasileiros criminosos que agiam em seu Estado". H� dois anos e meio, por meio de um acordo firmado entre os dois pa�ses, o Paraguai tem deportado criminosos de fac��es procurados pela pol�cia e Justi�a brasileiras.
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