Procuradoria pede cassa��o de 'Moro de saias' por caixa dois de R$ 1,2 mi

O procurador-regional eleitoral de Mato Grosso Raul Batista Leite pediu a cassa��o do diploma da senadora Selma Arruda (PSL) por suposto caixa 2 de R$ 1,2 milh�o e a realiza��o de novas elei��es para a cadeira do Estado no Senado. Segundo a quebra de sigilo, os valores, que foram gastos pela ex-ju�za em sua campanha, haviam sido transferidos por seu primeiro suplente, Gilberto Possamai.

Selma ficou famosa em Mato Grosso como "S�rgio Moro de saias", por sua pena pesada em a��es criminais contra pol�ticos e servidores p�blicos. Ela mandou prender o ex-governador Silval Barbosa (MT) e empres�rios influentes no Estado, em 2017. Selma tamb�m condenou a 26 anos e sete meses de pris�o o ex-deputado Jos� Riva por "escabroso esquema" na presid�ncia da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Nas elei��es de 2018, ela foi eleita com 678 mil votos, e declarou bens no valor de R$ 1,4 milh�o.

As investiga��es se iniciaram quando a senadora fez gastos de campanha incompat�veis com seu patrim�nio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral. Ap�s a quebra de seu sigilo, foram identificadas transa��es de Possamai e sua esposa, Adriana, para a conta de Selma.

"Dessa fonte il�cita, Selma Arruda efetuou uma doa��o (como se de recursos pr�prios fosse - Recibo n� 001700500000MT000101E e do Demonstrativo de Receitas Financeiras - presta��o de contas) no valor de R$ 188.000,00 para a conta oficial de campanha", diz o Procurador.

O Minist�rio P�blico Eleitoral ressalta que ainda em abril de 2018, pouco tempo antes das elei��es, Selma "detinha saldo banc�rio negativo (R$ -2.638,31), o que comprova matematicamente que o valor acima est� amparado no suposto m�tuo de R$ 1.500.000,00, obtido junto a Gilberto Possamai".

"O valor envolvido n�o se direcionou a pagar atos ordin�rios da vida civil da candidata. A quantia auferia visou a, �nica e exclusivamente, 'adiantar' as chances da candidata o pleito eleitoral. A cifra de R$ 1.500.000,00 alimentou a conta oficial de campanha (em quantidade �nfima - R$ 188.000,00) e serviu primordialmente � contabilidade paralela, a despesas n�o declaradas, com o fito de desequilibrar o pleito antes do in�cio da disputa (pr�-campanha). Em s�bia
linguagem popular, a representada 'queimou na largada'", afirma a Procuradoria.

O procurador ainda diz que "o investigado Gilberto Possamai, em data posterior ao suposto m�tuo celebrado com Selma Arruda, conforme quebra de sigilo banc�rio (retrocitada) e documento abaixo, efetuou pagamentos (n�o contabilizados) de R$ 150.000,00 e R$ 120.000,00 - vide relat�rio SIMBA (ID 1055322) - diretamente � Genius At Work Produ��es Cinematogr�ficas LTDA e a KGM Assessoria Institucional, respectivamente, para quitar parte de d�bito contra�do pela candidata Selma Arruda junto aos fornecedores".

"Nessa senda, toda a chapa encabe�ada pela candidatura de Selma Arruda restou beneficiada pelo abuso de poder econ�mico e pelos gastos il�citos de campanha, havendo de ser cassada em sua integralidade", sustenta a Procuradoria.

A senadora afirmou que n�o vai comentar o pedido da Procuradoria.