A Pol�cia Federal cumpriu nesta ter�a, 26, mandados de busca e apreens�o em endere�os de familiares do ex-secret�rio da Casa Civil R�gis Fichtner (governo S�rgio Cabral) e do coronel da Pol�cia Militar, Fernando Fran�a Martins - apontado como o "homem da mala". Fichtner e o coronel foram presos no dia 15 de fevereiro na primeira etapa da Opera��o Consigliere, desdobramento da Lava Jato.
Os novos alvos s�o o filho do coronel, F�bio Braga Martins, e o irm�o do ex-secret�rio, Jos� Ant�nio Velasco Fichtner Pereira, e o escrit�rio Andrade e Fichtner Advogados.
A nova ofensiva da Lava Jato � desdobramento da confiss�o surpreendente do ex-governador do Rio S�rgio Cabral. Ao Minist�rio P�blico Federal na quinta-feira, 21, o emedebista, j� condenado a 197 anos de pris�o por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, admitiu ter pego propinas milion�rias ao longo de seus dois mandatos na chefia do Executivo fluminense.
Ap�s a deflagra��o da Opera��o Consigliere, a for�a-tarefa da Lava Jato recebeu informa��es de que "os tent�culos" de Fichtner na m�quina estatal ainda n�o estavam totalmente mapeados e permaneciam ativos. Segundo a Procuradoria foi "necess�ria ostensiva atua��o com objetivo de desbaratar a rede criminosa".
Os investigadores apontam que registro de entrada no edif�cio Barra Prime, uma declara��o do imposto de renda de Fichtner e o termo de depoimento e v�deo do depoimento prestado por Cabral permitiram a deflagra��o da 2� etapa da Opera��o nesta ter�a.
De acordo com informa��es fornecidas pela Procuradoria-Geral do Estado, F�bio Martins, filho do coronel, ocupava, desde 30 de dezembro de 2016, cargo estrat�gico de Secret�rio n�vel II, na Coordenadoria Militar do �rg�o, tendo por uma das atribui��es acessar dados de natureza sigilosa no interesse do �rg�o. Ele teve acesso, inclusive, ao levantamento feito pela Procuradoria-Geral do Estado, a pedido do Minist�rio P�blico Federal, das pessoas que visitaram Fichtner no �rg�o.
Em depoimento, S�rgio Cabral, ao admitir o pagamento de propinas, afirmou que R�gis Fichtner integrava o n�cleo principal do grupo e era o respons�vel por arquitetar a estrutura jur�dica das principais obras e concess�es realizadas pelo Estado do Rio em favor do esquema, beneficiando corruptos e corruptores, no j� conhecido esquema ganha-ganha.
� Justi�a, o Minist�rio P�blico Federal argumentou que "resta inequ�voca a exist�ncia de fortes indicativos da pr�tica de lavagem de dinheiro por parte de Jos� Ant�nio Fichtner, mediante a utiliza��o de pessoas jur�dicas formalmente constitu�das com intuito de permitir a dissimula��o e circula��o de valores obtidos de fontes il�citas, em favor do irm�o".
Os procuradores apontaram que, na aquisi��o de fazenda na Bahia, no valor de R$ 2 milh�es, R�gis Fichtner n�o participava da sociedade Agropecu�ria Otura e n�o declarou no imposto de renda o recebimento de qualquer lucro advindo nos neg�cios praticados no im�vel.
Fichtner j� havia sido preso, em 23 de novembro de 2017, na Opera��o C'est Fini e denunciado pela Lava Jato. O ex-secret�rio foi acusado de receber mais de R$ 1,5 milh�o em propina quando comandou a Casa Civil, de 2007 a 2014.
"Os fatos novos que levaram a pris�o surgiram com o aprofundamento das investiga��es e com informa��es fornecidas por colaboradores, que possibilitaram identificar 'o homem da mala' de Fichtner, o coronel Fernando Fran�a Martins, respons�vel por recolher parte da propina recebida pelo ex-secret�rio", informou a Procuradoria em nota.
O Minist�rio P�blico Federal afirma que "ainda existe patrim�nio ocultado por Fichtner, al�m de ind�cios de sua atua�� o na destrui��o de provas".
"A manuten��o de R�gis Fichtner solto permitiria a dilapida��o patrimonial, lavagem e oculta��o de bens fruto de pr�ticas criminosas", afirma a for�a-tarefa.
Fichtner comandou a Casa Civil nas duas gest�es do ex-governador, entre 2007 e 2014, e recebeu mais de R$ 1,5 milh�o em propina.
"Era o respons�vel por articular os atos de governo mais importantes, usando de sua habilidade jur�dica para buscar sa�das minimamente defens�veis (aos olhos daqueles que desconheciam os atos de corrup��o e a verdadeira motiva��o do ato) para justificar, por exemplo, altera��es contratuais, editais de licita��o, benef�cios fiscais ou mesmo a contrata��o de obras", destacam os procuradores.
Segundo a Procuradoria, Fichtner "tinha relacionamento bastante pr�ximo a Cabral, ocupando cargo estrat�gico na administra��o estadual, a partir do qual pode ter efetuado diversas manobras em favor dos demais membros da organiza��o criminosa, bem como dos corruptores".
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