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Estado de Minas POL�TICA

Moro sofre dissabores no comando da Justi�a


postado em 02/03/2019 08:02

Desde que trocou a toga pelo cargo de ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica do governo Jair Bolsonaro, S�rgio Moro vem contabilizando dissabores. O �ltimo foi a demiss�o da cientista pol�tica Ilona Szab� de um cargo de suplente no Conselho Nacional de Pol�tica Criminal e Penitenci�ria. Numa queda de bra�o em que � dif�cil dizer se o advers�rio � real ou apenas um rob�, Moro perdeu. Bolsonaro optou por atender a parte de seus seguidores nas redes sociais e tirou de Moro a autonomia de indicar at� mesmo uma suplente na sua pasta.

Os amigos dizem que Moro se achava preparado para enfrentar Bras�lia depois de ter tocado a Opera��o Lava Jato, que prendeu pol�ticos do alto escal�o e empres�rios do primeiro time. Agora, j� teria entendido que o jogo da pol�tica � bem diferente.
Quem convive com o ministro diz que ele n�o sairia do governo por causa do epis�dio envolvendo Ilona Szab�. Mas ningu�m garante que teria o mesmo comportamento se a interfer�ncia chegar a cargos do primeiro escal�o do minist�rio. Moro n�o aceitaria, por exemplo, uma ordem para demitir um de seus secret�rios.

'Superministro'

Quando aceitou a vaga no governo, Moro recebeu de Bolsonaro a garantia de que teria autonomia para atuar e ganhou o t�tulo de "superministro". "Eu n�o vou interferir em absolutamente nada que venha a ocorrer dentro da Justi�a no tocante a esse combate � corrup��o. Mesmo que viesse a mexer com algu�m da minha fam�lia no futuro. N�o importa. Eu disse a ele. � liberdade total para trabalhar pelo Brasil", sustentou o ent�o presidente eleito em novembro.

Bolsonaro atendeu tamb�m ao pedido de Moro para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sa�sse da al�ada do Minist�rio da Fazenda para ficar subordinado � Justi�a. Foi o �rg�o que descobriu movimenta��es at�picas nas contas do senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente, e do seu ex-assessor Fabr�cio Queiroz. Quando Bolsonaro garantiu autonomia a Moro, ainda na transi��o, esses fatos n�o eram p�blicos.

As descobertas do Coaf tiraram protagonismo do filho do presidente, que reduziu o ritmo de postagens nas redes sociais. Na madrugada de ontem, por�m, Fl�vio postou uma cr�tica � nomea��o de Ilona. "Meu ponto de vista � como essa Ilana (sic) Szab� aceita fazer parte do governo Bolsonaro. � muita cara de pau junto com uma vontade louca de sabotar, s� pode", escreveu �s 2h14 de ontem.

Entre pol�ticos em Bras�lia, h� a vers�o de que os Bolsonaros creditariam ao grupo de seguidores de Moro os vazamentos de relat�rios do Coaf que atingiram Fl�vio em cheio. Neste sentido, o tu�te do senador foi lido como uma indireta ao ministro da Justi�a. Al�m a demiss�o da cientista pol�tica para a vaga de suplente do conselho de pol�tica criminal, Moro sofreu reveses com a decis�o de priorizar no Congresso a vota��o da reforma da Previd�ncia e de alterar o pacote anticorrup��o - principal medida do Minist�rio da Justi�a, inclusive tirando do texto principal a criminaliza��o do caixa 2. Esse ponto, revelado pelo Estado, deixou Moro numa saia-justa ao ter de mudar de posi��o sobre a gravidade da pr�tica.

"Caixa 2 n�o � corrup��o. Existe o crime de corrup��o e o crime de caixa 2. Os dois crimes s�o graves", disse o agora ministro. Em agosto de 2016, o juiz Moro havia dado outra vers�o: "Muitas vezes (caixa 2) � visto como um il�cito menor, mas � trapa�a numa elei��o".

Moro deve passar o feriado do carnaval em Curitiba. Amigos dizem que ele deve aproveitar o tempo livre para digerir os �ltimos acontecimentos. O ministro tem no governo o respaldo dos militares. O general Eduardo Villas B�as, ex-comandante do Ex�rcito, � um de seus fiadores. Para o n�cleo militar, os dois pilares do governo Bolsonaro s�o Moro e Paulo Guedes, ministro da Economia. Moro n�o pensa em deixar o governo. Mas, se um dia optar por esse caminho, apostam seus interlocutores, vai ganhar dinheiro como advogado ou dando aulas em universidades. Seu projeto, contudo, � aprovar projetos de combate ao crime organizado.

Supremo

Os reveses de Moro n�o ser�o restritos ao Executivo. Aliados do ministro j� anteveem votos contr�rios do partido de Bolsonaro, o PSL, ao seu pacote anticrime no Congresso. Como o Estado mostrou, o PSL compartilha do movimento para que o texto seja votado em conjunto com um projeto que torna mais rigorosa a puni��o para abuso de autoridade.

O Supremo Tribunal Federal tamb�m vai julgar logo o pedido da defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva que aponta suspei��o de Moro para julgar o petista no caso do triplex, baseado na sua ida para o governo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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