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Estado de Minas POL�TICA

MEC faz expurgo de seguidores de Olavo de carvalho


postado em 09/03/2019 08:00

A repercuss�o negativa do epis�dio da carta sobre o Hino Nacional enviada a escolas pelo ministro da Educa��o, Ricardo V�lez Rodr�guez, fez com que nomes ligados a Olavo de Carvalho fossem afastados da pasta. O objetivo, segundo fontes ouvidas pelo Estado, � "reorganizar a casa" e tirar o foco da quest�o ideol�gica. Olavo reagiu �s mudan�as e pediu, pelas redes sociais, que seus alunos deixassem o governo.

A medida foi decidida durante o carnaval depois que V�lez foi aconselhado por outros grupos que fazem parte do Minist�rio da Educa��o (MEC). O entendimento era de que o ministro, tamb�m indicado por Olavo, estava enfraquecido depois das pol�micas recentes. Entre os que defenderam as mudan�as est�o ex-integrantes das Faculdades de Tecnologia de S�o Paulo (Fatecs) e do Instituto de Tecnol�gico de Aeron�utica (ITA).

Considerado o "guru intelectual" de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho passou a orientar na madrugada de ontem que seus alunos sa�ssem do governo. No Facebook, afirmou que a equipe de Bolsonaro est� cheia de "inimigos" do pr�prio presidente e do povo. Segundo ele, "andar em companhia desses p�stulas s� � bom para quem seja como eles". "N�o quero ver meus alunos tendo suas vidas destru�das no esfor�o v�o de ajudar militares acovardados cujo maior sonho � tucanizar o governo para agradar � m�dia."

Olavo tamb�m vem criticando o vice-presidente, general Hamilton Mour�o. "O maior erro de minha vida de eleitor foi apoiar o general Mour�o", escreveu na quarta. "N�o cessarei de pedir desculpas por essa burrada." Na quinta-feira, quando questionado sobre as cr�ticas, Mour�o respondeu com um gesto de um beijo, feito com a m�o.

O MEC n�o quis comentar os casos e informou apenas que as mudan�as s�o uma decis�o interna de remanejamento.

Um dos afastados � Silvio Grimaldo, aluno de Olavo, que trabalhava diretamente com o ministro, no gabinete, e teria influenciado V�lez em decis�es com vi�s ideol�gico. Em seu perfil no Facebook, Grimaldo disse que recebeu uma liga��o no carnaval informando que ele seria transferido para a Capes, "para enxugar gelo e 'fazer guerra cultural'". Segundo o post, "o mesmo destino f�ra (sic) dado a outros funcion�rios ligados ao Olavo (apenas olavetes foram transferidos)". Disse ainda que n�o aceitou o outro cargo e pediu para ser exonerado.

Para ele, o "expurgo de alunos do Olavo de Carvalho do MEC � a maior trai��o dentro do governo Bolsonaro que se viu at� agora". "Nem as trairagens do Mour�o ou Bibiano (sic) chegaram a esse n�vel." Ele � mestrando na �rea de Filosofia da Educa��o da Universidade Estadual de Londrina.

Ontem � noite, Grimaldo voltou � rede social para defender a "Lava Jato da Educa��o", "idealizada e organizada pelos 'olavetes do gabinete'". Olavo tamb�m citou a iniciativa. "Tudo o que est�o dizendo e fazendo contra os meus poucos alunos que t�m cargos no governo � para bloquear a Lava Jato na Educa��o."

'Remanejamento'

A deputada Bia Kicis (PSL-DF), no entanto, afirmou que a mudan�a de servidores na pasta � um remanejamento interno justamente para potencializar a "Lava Jato da Educa��o". Ela esteve ontem com V�lez Rodr�guez.

Murilo Resende, outro aluno de Olavo, que causou pol�mica ao ser inicialmente nomeado para coordenar o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem), tamb�m estaria na lista de mudan�as. Procurado, disse que n�o foi informado sobre eventual remanejamento. Ap�s cr�ticas de especialistas dizendo que ele n�o teria experi�ncia para cuidar do Enem, Resende ficou em um cargo de assessor no MEC.

Algumas exonera��es j� foram publicadas no Di�rio Oficial, como a de Rodrigo Almeida Morais, que � secret�rio-geral do PSL em S�o Paulo e ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro. Ele participou do grupo de transi��o na �rea da educa��o e estava em cargo de assessor do MEC.

O chefe de gabinete adjunto, coronel Ayrton Pereira Rippel, j� foi exonerado, mas n�o foi divulgado se ter� uma nova fun��o. Eduardo Melo, que era subsecret�rio executivo, deve ir para a Funda��o Roquette Pinto.

Hino

A ideia de divulgar a carta que pedia que o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido nas escolas e que as crian�as fossem filmadas n�o foi compartilhada nem com gestores de mais altos cargos no MEC. A not�cia foi antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo. O alto escal�o do minist�rio soube pela imprensa da carta. A medida foi duramente criticada por educadores, juristas e at� pelo movimento Escola sem Partido. O Minist�rio P�blico Federal pediu explica��es de V�lez, acusado de desrespeitar 17 preceitos constitucionais e legais.

V�lez admitiu o erro e mandou novas cartas �s escolas, mantendo apenas o pedido para que o Hino fosse executado. Especialistas deixaram claro que o MEC, at� ent�o, n�o havia apresentado propostas para atacar os reais problemas, como a baixa aprendizagem dos alunos. Depois da carta �s escolas, o MEC, de fato, recebeu muitas grava��es. No entanto, o material mostrava as condi��es prec�rias das escolas e n�o o Hino. O grande volume de v�deos recebidos teria sido avaliado como um indicativo da baixa popularidade de V�lez. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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