'Olavistas' afirmam que militares querem isolar ministro V�lez Rodriguez

Integrantes do grupo do fil�sofo e escritor Olavo de Carvalho voltaram neste s�bado, 9, a acusar nas redes sociais os militares de tentarem expurg�-los do Minist�rio da Educa��o para frear as investiga��es da "Lava Jato da Educa��o", um pente-fino anunciado pelo governo nos contratos firmados nas gest�es passadas. Os "olavistas" dizem que os coron�is e generais da reserva com cargos na pasta isolaram o ministro V�lez Rodr�guez e "sabotaram" a��es no setor defendidas na campanha de Jair Bolsonaro.

Ainda na sexta-feira, Olavo usou as redes sociais para pedir a seus alunos a deixaram os cargos, depois que foi informado do expurgo. No Facebook, ele escreveu que oficiais militares induzem V�lez Rodriguez, a tomar "atitudes erradas" e lan�am a culpa nos seus alunos. "S�o trapaceiros e covardes", acusou.

Ligado ao fil�sofo, o assessor especial do MEC Silvio Grimaldo escreveu na manh� deste s�bado no Facebook que foi um dos que sofreram rebaixamento de cargo por conta da press�o dos militares. O assessor ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro poderia fazer um governo "alicer�ado" em ativistas e intelectuais de direita, mas "preferiu" se cercar de "generais positivas".

Em outra postagem, Grimaldo associou os ataques ao grupo de Olavo dentro do MEC a demiss�o do diplomata Paulo Roberto de Almeida do comando do Instituto de Pesquisa de Rela��es Internacionais. No carnaval, Almeida foi exonerado depois de divulgar textos cr�ticos � pol�tica externa e ao pr�prio ministro Ernesto Ara�jo. O diplomata disse que Olavo estava por tr�s de sua demiss�o. O escritor, por�m, negou.

"Coronel" do MEC
Grimaldo escreveu em sua contas no Facebook que, durante a campanha de 2018, um certo "coronel" do MEC e emin�ncia parda do ministro V�lez Rodr�guez tentou emplacar Paulo Roberto de Almeida para o cargo de chanceler, mas a indica��o, completou, ficou por conta de Olavo de Carvalho, que sugeriu Ernesto Ara�jo.

O coronel citado pelo assessor � Ricardo Wagner Roquetti, coronel-aviador da reserva da Aeron�utica que exerce cargo de diretor no MEC. "� no m�nimo uma deliciosa coincid�ncia que alguns dias depois do Paulo Roberto ser demitido do MRE e atribu�do sua demiss�o ao Olavo, o coronel tenha organizado a desarticula��o da influ�ncia do Olavo dentro do MEC", escreveu Grimaldo. Se n�o fosse uma simples coincid�ncia, seu chamaria retalia��o."

Ao longo do dia, os "olavistas" divulgaram ainda um texto em que relatam que o Roquetti atua como um "seguran�a" de V�lez Rodriguez e emplacou aliados de empresas contratadas pelo MEC em cargos influentes na pasta.

A Lava Jato da Educa��o, termo usado por Bolsonaro no Twitter, � um acordo para investigar ind�cios de corrup��o especialmente nos contratos do Programa Universiade para Todos (ProUni) e no Programa de Acesso ao Ensino T�cnico e Emprego (Pronatec). A oposi��o reclama que o objetivo � atingir o petista Fernando Haddad, ex-ministro no governo Lula e candidato derrotado � Presid�ncia.

O protocolo de inten��es foi divulgado numa cerim�nia, no �ltimo dia 15 de fevereiro, que contou com a presen�a de V�lez Rodr�guez, do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, do ministro da Controladoria-Geral da Uni�o, Wagner Ros�rio, e do diretor-geral da Pol�cia Federal, Maur�cio Valeixo.

O jornal O Estado de S�o Paulo mostrou nesta sexta-feira, 8, que a disputa est� relacionada tamb�m com o envio de uma carta de V�lez Rodr�guez �s escolas para a execu��o do hino nacional e o slogan de campanha de Bolsonaro fosse lido. Silvio Grimaldo usou tamb�m sua conta no Facebook para reclamar da vers�o de que a ideia da carta � atribu�da aos "olavistas". "Pedi ao coronel Roquetti, que � quem toma decis�es no MEC, que emitissem uma nota esclarecendo o fato e apontando os verdadeiros respons�veis pela trapalhada", relatou. "Mas parece que honra militar � uma coisa que s� fica da porta do quartel pra dentro e preferiram deixar correr a vers�o que justifica a desolavisa��o do MEC."