
Os advogados do agressor do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, protocolaram na Justi�a Federal, em Juiz de Fora (Zona da Mata), nesta ter�a-feira, o pedido para que seja anexado ao processo o resultado de um segundo laudo psiqui�trico, solicitado pela pr�pria Justi�a, que aponta que ele sofre de “transtorno delirante permanente-paranoide” e, por isso, � considerado inimput�vel. A inten��o da defesa � que Adelio receba tratamento psiqui�trico dentro da pr�pria pris�o, por medida de seguran�a, pois teme que ele possa ser assassinado. Os advogados, por�m, n�o falaram em quem teria interesse na morte do agressor do presidente.
"Entendemos que o nosso cliente corre risco de vida, pois, o cen�rio pol�tico pode acirrar os �nimos", afirmou o advogado Marco Alfredo Mejia, um dos defensores do homem que confessou ter esfaqueado o ent�o candidato a presidente pelo PSL em um ato de campanha em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018, sendo que ele foi preso no mesmo dia.
Alfredo Mejia, entretanto, n�o entrou em detalhes sobre a express�o “o cen�rio pol�tico pode acirrar os �nimos”. Questiona sobre o termo, apenas respondeu: “(�) todo contexto”.
O advogado Zanone Manuel de Oliveira Junior, outro defensor de Adelio Bispo, informou que ao inv�s da ida para um manic�mio judicial, a defesa poder� solicitar tratamento para o agressor dentro do pr�prio pres�dio federal de Campo Grande, “por quest�es de seguran�a”. Perguntado sobre qual preocupa��o da defesa em rela��o ao agressor de Bolsonaro, Zanone respondeu com apenas uma palavra: “assassinato”. Ele n�o falou mais nada a respeito, n�o revelando quem teria interesse na morte do seu cliente.
Na semana passada, foi divulgado o resultado do laudo psiqui�trico de uma per�cia, apontando que Adelio � portador de doen�a mental e, por isso, � considerado ininimput�vel. Ou seja: n�o pode ser punido criminalmente. De acordo com o documento divulgado, em entrevistas com psic�logos e psiquiatras, Adelio afirmou que n�o cumpriu sua miss�o e que saindo da cadeia iria “matar o presidente”.
Mineiro de Montes Claros (Norte de Minas), o agressor de Bolsonaro est� detido no Pres�dio Federal de Campo Grande (MS), para onde foi levado dois dias ap�s a pris�o dele em flagrante e a confiss�o do crime.
Em outubro do ano passado, o ESTADO DE MINAS revelou que um primeiro laudo, emitido pelo psiquiatra paulista Hewdy Lobo Ribeiro, indicado pela defesa de Ad�lio, apontou que ele � acometido por um quadro "dist�rbios que alteram sua percep��o da realidade". O resultado do exame feito pelo m�dico particular serviu de base para os advogados requererem uma avalia��o de Ad�lio Bispo por uma equipe de per�cia oficial.
Na quinta-feira, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) de Minas Gerais confirmou ao EM, por meio de nota, que o laudo psiqui�trico oficial do desfaqueador foi apresentado em 15 de fevereiro. “Paralelamente, foi juntado aos autos laudo psicol�gico, solicitado pelos pr�prios m�dicos peritos”, informou.
O MPF lembrou que antes desses dois laudos, a pr�pria defesa j� havia apresentado laudo psiqui�trico particular. “Considerando que o incidente de insanidade mental tramita em sigilo, o MPF nada pode informar sobre o teor desses tr�s laudos. Sobre o andamento do processo, contudo, pode-se dizer que o MPF solicitou esclarecimentos complementares, por entender que h� diverg�ncias relevantes entre os tr�s. O assistente da acusa��o (v�tima) e a defesa tamb�m ter�o prazo para solicitar esclarecimentos, ap�s o que a Justi�a Federal decidir� se submete os quesitos complementares aos peritos”, relata a nota.
O laudo oficial dever� subsidiar a an�lise pela Justi�a de um procedimento para investigar a sanidade mental do acusado. O chamado incidente de sanidade mental foi o argumento apresentado pela defesa do agressor e caminha paralelo � a��o penal na 3ª Vara Federal de Juiz de Fora.
A Justi�a Federal j� aceitou a den�ncia contra Ad�lio por pr�tica de atentado pessoal por inconformismo pol�tico e o tornou r�u, mas ainda n�o julgou o caso.
INQU�RITOS
Ap�s o atentado em Juiz de Fora, dois inqu�ritos foram abertos pela Pol�cia Federal. O primeiro, finalizado em 28 de setembro de 2018, concluiu que Bispo agiu sozinho no momento do ataque. Nesse, ele foi indiciado por pr�tica de atentado pessoal por inconformismo pol�tico, crime previsto na Lei de Seguran�a Nacional.
A den�ncia do MPF foi aceita pela Justi�a. A Pol�cia Federal segue com outra frente de investiga��es. O segundo inqu�rito foi aberto para apurar poss�veis conex�es de Ad�lio com pessoas que podem t�-lo ajudado a planejar o crime.