
Apesar da brutalidade do crime e da repercuss�o internacional da morte da psolista, os desdobramento das investiga��es repercutiram de forma bastante distinta entre os dois principais grupos ideol�gicos que hoje atuam no pa�s pelas redes sociais. Se por um lado a revolta com a morosidade do poder p�blico e a falta de respostas em rela��o ao caso inflamou os grupos ligados � oposi��o, o sil�ncio ou a relativiza��o da figura de Marielle figuraram nos grupos bolsonaristas.
“Marielle vive, mas o motorista morreu mesmo”, essa frase estampa uma imagem que foi publicada em um dos grupos conservadores no WhatsApp. Nela, aparecem duas fotos, de Marielle e de Anderson, acompanhados por risadas e coment�rios cr�ticos � esquerda. Apesar disso, poucas foram as men��es �s pris�es nos grupos ligados ao bolsonarismo. Em mais de 500 grupos de What’sApp que s�o monitorados por uma ferramenta a que o Estado de Minas teve acesso, apenas duas men��es � vereadora foram encontradas.
Al�m da imagem descrita anteriormente, h� um texto intitulado “Mangueira: a Vingan�a do Tr�fico”, atribu�do ao blogueiro Hamilton Bonat. Ele relaciona a escola de samba, ganhadora do desfile do carnaval do Rio em 2019, com criminosos do Rio de Janeiro e a vereadora executada. Em um trecho, no qual comenta uma cr�tica que a Mangueira fez � ditadura militar, Bonat escreve: “fiquei imaginando tratar-se de uma rea��o ao governo rec�m-empossado, at� surgir na tela a figura da ‘vi�va’ de Marielle. Caiu a minha ficha. Marielle defendia traficantes”. No fim do texto h� um link para a publica��o no site do blogueiro. Contudo, no material publicado na internet ele retifica as acusa��es que s�o repassadas via WhatsApp: “alertado por algumas pessoas de que eu n�o teria como comprovar as liga��es da escola e de ningu�m mais com o tr�fico, alterei o texto que se segue, reconhecendo que exagerei ao expor aquelas ideias, pelo que pe�o excusas”.
Em outras redes sociais, por�m, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticaram mais fortemente a vereadora e tamb�m a acusam de ter liga��o com o tr�fico de drogas no Rio de Janeiro. Outro ponto que aparece constantemente � a compara��o das investiga��es da Opera��o Lume com as que d�o conta do atentado sofrido pelo presidente durante a campanha. “querem saber quem mandou matar Marielle, mas quem mandou matar Bolsonaro?”, escreveu um deles. “Marielle foi tragada pela sua pr�pria ideologia, porque os pol�ticos corruptos nunca fizeram o combate ao narcotr�fico e a corrup��o, sempre defenderam os direitos dos bandidos”, argumentou outra.
Por outro lado, a situa��o foi muito diferente em grupos ligados ao pensamento de esquerda. Frases como “Quem mandou matar Marielle?”, “Marielle presente” e “Bolsonaro � miliciano” foram constantes no debate promovido por eles. “Marielle combatia o crime organizado e foi morta por isso. A pol�cia simplesmente n�o se deu ao trabalho de ir atr�s dos assassinos”, diz um dos textos que circula nesses grupos de WhatsApp.
H�, tamb�m, acusa��es sobre uma suposta liga��o entre familiares de Jair Bolsonaro, as mil�cias do Rio de Janeiro e a execu��o da vereadora. “Que coisa! A pessoa n�o pode ter vizinho miliciano, filha e mulher de miliciano como funcion�ria, motorista envolvido com miliciano, v�rias fotos com milicianos, homenagear miliciano, que a galera j� diz que s�o milicianos”, argumenta outra mensagem.
Ainda, o barulho causado por esse grupo em outras redes sociais chegou a pautar as discuss�es no Twitter nessa ter�a-feira. O nome de Marielle Franco, a frase “Quem matou Marielle” e a hashtag “#OAssassinoMoraAoLado”, a respeito da proximidade da casa de um dos presos na opera��o com a de Jair Bolsonaro, ficaram entre os assuntos mais comentados no dia.* Estagi�rio sob supervis�o da editora Liliane Corr�a