Bolsonaro se queixa e fala em trocar embaixadores

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 13, que pretende trocar cerca de 15 representa��es diplom�ticas do Brasil pelo mundo. Segundo ele, as trocas ser�o feitas em postos-chave, incluindo as embaixadas nos Estados Unidos e na Fran�a, e t�m como objetivo "melhorar sua imagem no exterior".

Em caf� da manh� com jornalistas no Pal�cio do Planalto, Bolsonaro se queixou do trabalho dos atuais diplomatas. Disse que � apresentado l� fora com uma imagem pessoal muito ruim e que os embaixadores t�m como tarefa n�o s� promover o Brasil no exterior, mas tamb�m "n�o apresentar o governo e o presidente como se fosse racista e homof�bico".

Foi a segunda vez que o presidente organizou este tipo de encontro com jornalistas. Como da primeira, o jornal O Estado de S. Paulo n�o foi convidado para a conversa desta quarta.

Entre os escolhidos para "defender" o governo Bolsonaro no exterior est� o diplomata Luiz Fernando Serra, que trocar� a embaixada de Seul pelo posto de Paris. Ele conheceu Bolsonaro durante viagem do ent�o pr�-candidato ao Planalto � �sia, em 2018, e chegou a ser considerado como op��o para comandar o Itamaraty.

A representa��o na capital francesa est� nas m�os de Paulo Oliveira Campos, que foi chefe do cerimonial do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva durante anos. "POC", como o diplomata era chamado por Lula, ser� respons�vel agora pelo consulado brasileiro em S�o Francisco, um posto menor na vis�o de diplomatas.

O governo tamb�m prestigiar� Ronaldo Costa Filho, que deixar� o comando da Subsecretaria de Assuntos Econ�micos do Itamaraty para assumir o lugar de Mauro Vieira em Nova York.

Estados Unidos

A maior expectativa � em rela��o ao comando da embaixada brasileira em Washington, considerado posto de mais destaque do Pa�s no exterior. Em conversa recente, o chanceler Ernesto Ara�jo acertou com o embaixador S�rgio Amaral que ele ficar� no posto at� a visita de Bolsonaro � Casa Branca, na semana que vem.

Na visita a Washington - primeira de car�ter bilateral realizada pelo presidente brasileiro ao exterior -, Bolsonaro ser� recebido na Casa Branca pelo colega americano Donald Trump.

Ainda n�o h� um nome definido para substituir Amaral. Conforme publicou na ter�a-feira, 12, a Coluna do Estad�o, o vice-presidente, general Hamilton Mour�o, apoia o nome do cientista pol�tico Murillo de Arag�o. A ideia, por�m, enfrenta resist�ncias dentro e fora do governo.

Nesta quarta, em sua conta no Twitter, o escritor Olavo de Carvalho ligou o nome de Arag�o ao de Lula. "Colocar petistas em tudo quanto � cargo, sob o pretexto de qualifica��es t�cnicas apol�ticas, � fazer o povo de trouxa", escreveu o "guru" bolsonarista. O pr�prio Olavo, em v�deo divulgado em novembro, disse que aceitaria o posto de embaixador nos EUA caso fosse convidado.

'Ca�a'

Na lista dos nomes que ser�o trocados est�o diplomatas associados aos governos do PT que atualmente ocupam representa��es em Nova York, Paris, Lisboa e Roma. Eles ser�o realocados em postos menos influentes nos Estados Unidos e na Europa.

As trocas, por�m, devem ocorrer sem uma "ca�a �s bruxas". Os embaixadores que foram ministros de Rela��es Exteriores do governo Dilma Rousseff v�o continuar no chamado "circuito Elizabeth Arden" - jarg�o dos diplomatas para se referir ao conjunto de representa��es mais cobi�adas.

O ex-chanceler Antonio Patriota, que estava na capital italiana, vai assumir agora o posto de embaixador na Corte de Haia, nos Pa�ses Baixos. Outro ex-ministro que perder� o cargo ser� Mauro Vieira, que estava na representa��o brasileira junto �s Na��es Unidas, em Nova York, e agora chefiar� a Embaixada de Atenas. J� Luiz Alberto Figueiredo, que chefiou o Itamaraty entre 2013 e 2014, trocar� Lisboa por Copenhague.

As trocas em embaixadas, no entanto, n�o devem afetar diplomatas que ascenderam no governo de Michel Temer. Sergio Danese permanece em Buenos Aires, assim como Pompeu Andreucci Neto fica em Madri, Cl�udio Frederico de Matos Arruda, em Londres, e Eduardo Santos, no consulado de Mil�o.

Na avalia��o da c�pula do Itamaraty, n�o faria sentido substituir nomeados em 2018, que ainda passam por um per�odo de adapta��o nos postos. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.