
A negocia��o, disse Palocci, envolveu a atua��o de Lula junto ao governo federal para evitar que a presidente Dilma Rousseff vetasse a emenda da MP 627 que previa a manuten��o de benef�cios para montadoras das regi�es norte, Nordeste e centro-oeste. Segundo Palocci, a MP 627 foi a "campe� das propinas na hist�ria do Brasil" uma vez que teve em seu texto "v�rios contrabandos enxertados".
Ainda segundo Palocci, o pr�prio Lula lhe informou que sua atua��o resultaria no repasse de valores por parte de uma empresa de Mauro Marcondes para seu filho Lu�s Cl�udio.
O ex-ministro prestou depoimento na manh� desta segunda-feira via teleconfer�ncia da Justi�a Federal em S�o Paulo. A oitiva se deu no �mbito da a��o penal da opera��o Zelotes em que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � r�u por suposto tr�fico de influ�ncia na compra dos ca�as suecos da marca Grippen e na edi��o da MP 627.
No depoimento, conduzido pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, Palocci disse desconhecer qualquer irregularidade envolvendo Lula no caso dos ca�as Grippen, mas reafirmou seu conhecimento sobre os repasses do lobista Mauro Marcondes ao filho do ex-presidente, Luis Cl�udio Lula da Silva.
"Que tenho mais refer�ncia foi uma reuni�o ocorrida em maio de 2014. Lu�s Cl�udio me procurou na minha consultoria e disse que naquele ano de 2014 ele j� estava com o projeto do futebol americano fechado e que faltava cerca de R$ 2,5 milh�es. E me perguntou se eu poderia ajudar", disse Palocci.
Ap�s esse encontro, disse o ex-ministro, ele se reuniu com Lula para perguntar se deveria atuar em favor de Lu�s Cl�udio. "(Lula) Me contou que n�o precisava mais, porque atrav�s da MP 627 ele havia negociado os recursos suficientes que o Lu�s Cl�udio precisava", afirmou Palocci.
Questionado pelo advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, Palocci afirmou que as conversas com Lula e Lu�s Cl�udio n�o tiveram a participa��o ou foram testemunhadas por outras pessoas.
Hist�rico
Na a��o penal em que Palocci prestou depoimento, a Procuradoria da Rep�blica afirma que os crimes teriam sido praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, j� na condi��o de ex-presidente, "integrou um esquema que vendia a promessa de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia LTDA (M&M)".
Em troca, afirma a den�ncia, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luis Cl�udio pouco mais de R$ 2,5 milh�es. Ao longo de 154 p�ginas, os procuradores da Rep�blica Hebert Mesquita, Frederico Paiva e Anselmo Lopes descrevem a atua��o dos investigados em dois fatos a partir da exist�ncia do que chamaram de "uma rela��o triangular".
Na den�ncia, a Procuradoria tamb�m sustenta que a promessa de interfer�ncia no governo por parte do ex-presidente Lula (venda de fuma�a) rendeu ao seu filho, Luis Cl�udio, o recebimento de vantagens indevidas e que o valor repassado s� n�o foi maior por causa da deflagra��o da Zelotes, em mar�o de 2015.
Segundo a a��o, a expectativa era de um recebimento total de R$ 4,3 milh�es, sendo R$4 milh�es da M&M e o restante da montadora Caoa. Entre os meses de junho de 2014 e mar�o de 2015, a M&M fez nove pagamentos � LFT que somados chegaram a exatos R$ 2.552.400,00.
