
A opera��o Descontamina��o, que levou o ex-presidente Michel Temer � pris�o preventiva na manh� desta quinta-feira, 21, segue em andamento, disseram nesta tarde os investigadores da Pol�cia Federal (PF) e do Minist�rio P�blico Federal (MPF). Segundo a PF, das 10 pessoas alvo de pedidos de pris�o preventiva e tempor�ria, duas pessoas seguem sendo procuradas.
Os procuradores da Opera��o Lava-Jato do MPF do Rio ligaram Temer diretamente aos casos de corrup��o envolvendo a constru��o da usina nuclear Angra 3, pela Eletronuclear, subsidi�ria da Eletrobras. O ex-presidente da Eletronuclear e contra-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, que trabalhou no programa nuclear da Marinha, foi condenado na Lava-Jato. "Foi comprovado que a indica��o de Othon foi obra de Michel Temer", afirmou o procurador Eduardo el Hage, coordenador da Lava-Jato no Rio.
Segundo o procurador, como contrapartida � indica��o, o grupo pol�tico liderado por Temer cobrou propina. A liga��o entre Temer e o contra-almirante Othon seria estabelecida pelo coronel Jo�o Baptista Lima Filho, reformado na Pol�cia Militar de S�o Paulo, apontado como operador financeiro do ex-presidente por El Hage.
Segundo a PF, as investiga��es apontaram um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, com informa��es tamb�m do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), al�m de outras etapas da Lava-Jato, n�o apenas no Rio. A propina era paga a Temer pela empresa Argeplan, do coronel Lima.
"A liga��o entre Argeplan e o c�rculo de Temer est� muito bem comprovado", afirmou El Hage.
A PF destacou ainda que as investiga��es utilizaram elementos de uma dela��o premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). J� a procuradora da Rep�blica Fabiana Schneider destacou que o coronel Lima passou a atuar na Argeplan na d�cada de 1980 e, desde ent�o, o operador atua junto com Temer. "O grupo desbaratado hoje tem atua��o de pelo menos 40 anos", afirmou Fabiana.
Retalia��o
El Hage negou qualquer tipo de rela��o entre a deflagra��o da Opera��o Descontamina��o e eventual retalia��o do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, ao presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"O pedido de pris�o foi protocolado no dia 15 de mar�o e aceito no dia 19", afirmou El Hage, destacando que isso foi "anterior a qualquer tipo de notici�rio na imprensa" sobre desentendimentos entre Maia e Moro.
Maia criticou nesta semana a proposta de emenda constitucional (PEC) de combate ao crime e � corrup��o, elaborada por Moro e enviada pelo governo Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional.