Procuradores da Rep�blica da for�a-tarefa da Lava Jato no Minist�rio P�blico Federal (MPF) do Rio defenderam na tarde desta quinta-feira, 21, a pris�o preventiva do ex-presidente Michel Temer com base no fato de os crimes seguirem sendo praticados e por causa da possibilidade de obstru��o das investiga��es. Deflagrada nesta quinta, a Opera��o Descontamina��o prendeu tamb�m o ex-ministro Moreira Franco e mais seis pessoas.
Segundo a procuradora da Rep�blica Fabiana Schneider, as investiga��es conduzidas pela Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), envolvendo o ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures, confirmaram o envolvimento de Temer com a empresa Argeplan, do coronel Jo�o Baptista Lima Filho, reformado na Pol�cia Militar de S�o Paulo, apontado como operador financeiro do ex-presidente. A obra feita pela Argeplan na casa de Maristela Temer, filha do ex-presidente, comprovaria o pagamento de propina tamb�m.
Para sustentar que os crimes seguiram sendo praticados recentemente, Fabiana informou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou uma tentativa de dep�sito de R$ 20 milh�es, em esp�cie, na conta da Argeplan. Conforme o procurador da Rep�blica Rodrigo Tim�teo, a empresa do coronel Lima movimentou R$ 17 milh�es de 2010 a 2016. Al�m disso, a empresa de fachada transferia recursos � outra firma, a PDA Administra��o.
"Interceptamos que coronel Lima era quem entregava dinheiro do esquema", afirmou a procuradora Fabiana Schneider, completando que uma conta de telefone de Temer era paga por uma empresa do coronel Lima.
Segundo o procurador da Rep�blica Jos� Vagos, Temer era o l�der da organiza��o criminosa do MDB. Vagos citou a indica��o do contra-almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva para a presid�ncia da Eletronuclear e a pris�o de outros pol�ticos do MDB que seriam do grupo de Temer, como os ex-deputados Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima e Rodrigo Rocha Loures.
"� inimagin�vel prender pessoas da organiza��o criminosa e o l�der estar solto", disse Vagos, lembrando que o pedido de pris�o se embasa na garantia da ordem p�blica.
Al�m da pr�tica continuada e recente de crimes, Vagos citou a destrui��o de provas como justificativa para a pris�o. Segundo o procurador, havia destrui��o de provas na Argeplan, com o objetivo de impedir as investiga��es. Por isso, "n�o existia outra medida poss�vel que n�o a pris�o para debelar organiza��o", disse Vagos.
"A pris�o de Temer � decorr�ncia l�gica de crimes que ele praticou a vida toda", disse o procurador Eduardo el Hage.
Os procuradores citaram ainda a intercepta��o de e-mails de 2015 para embasar as acusa��es. Segundo eles, o material produzido pela PGR tamb�m foi usado. Vagos citou o caso da J&F;, em que Temer foi gravado em conversas com executivos do grupo controlador do frigor�fico JBS, como prova de obstru��o de Justi�a pelo ex-presidente. Outro motivo para manter Temer preso � o fato, segundo os procuradores, de que o grupo adotava parcelamento de propina por v�rios e v�rios anos.
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