Sem citar Temer, Bolsonaro relaciona pris�o de autoridades com troca de favores

Em transmiss�o ao vivo pelas redes sociais durante viagem oficial ao Chile, o presidente Jair Bolsonaro voltou a relacionar a pris�o do ex-presidente Michel Temer com acordos pol�ticos feitos no passado. Bolsonaro afirmou que pris�es de autoridades ocorrem pela maneira que governantes buscam governabilidade.

"Basicamente � pela forma de buscar governabilidade", disse Bolsonaro ao citar pris�es de autoridades sem fazer refer�ncia direta a Temer. Bolsonaro afirmou que a pris�o � consequ�ncia de atos praticados por um presidente da Rep�blica quando oferece cargos em estatais. "O que acontece no futuro � o que voc�s est�o vendo agora? Pris�o de autoridades, al�m de inefici�ncia do Estado e corrup��o."

Assim como fez em entrevista concedida na chegada ao hotel, o presidente se defendeu da suposta falta de di�logo com o Congresso. "Eu gostaria que a imprensa me dissesse o que eu tenho que fazer pela governabilidade. Se � para conversar com parlamentar, tenho conversado. Acredito que grande parte ou a maioria deles est�o de acordo com nossa proposta."

O presidente tamb�m comentou a respeito do uso de urnas eletr�nicas nas elei��es brasileiras. Ele pretende enviar um projeto para aprova��o no Congresso para que as pr�xima elei��es presidenciais sejam auditadas.

"Um milagre foi a minha elei��o, em cima inclusive de uma urna eletr�nica. Vamos dar um projeto brevemente para que as elei��es sejam auditadas no futuro, porque essa (passada) n�o ter�amos como auditar, se bem que acho que s� ganhamos porque t�nhamos muitos votos, muita gente apoiando, seria imposs�vel uma fraude".

Durante a campanha eleitoral do primeiro e segundo turno, Bolsonaro dirigiu ataques constantes duvidando da credibilidade das urnas e do Tribunal Superior Eleitoral e incentivando eleitores a fiscalizarem as urnas de suas sess�es eleitorais em busca de fraudes. Posteriormente, admitiu "caneladas".

O decreto a respeito da aplica��o da Lei Ficha Limpa para contrata��o de comissionados tamb�m foi comentado pelo pr�prio presidente e pelo ministro da Controladoria Geral da Uni�o, Wagner Ros�rio, presente na transmiss�o. "Estamos preparando a documenta��o para todas as nomea��es serem revisadas, e quem n�o cumprir os requisitos sair� do governo", disse. Ap�s press�o por parte do Congresso, o decreto foi posteriormente modificado por Bolsonaro para que indica��es feitas durante seu mandato tamb�m fossem avaliadas.

Viagem aos EUA

Bolsonaro voltou a se retratar sobre a presen�a de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em reuni�o exclusiva com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Parte da m�dia brasileira falou que o Eduardo l� dentro estava servindo para desprestigiar o nosso chanceler Ernesto Ara�jo", afirmou, em refer�ncia impl�cita � an�lise publicada pelo Estado. "Vale lembrar que o chanceler dos EUA tamb�m n�o estava l�", complementou.

Na viagem ao Chile, Ros�rio especificou que um dos objetivos principais da CGU � adquirir dados de um sistema do pa�s na �rea de transpar�ncia e anticorrup��o. "Assinaremos um acorde de troca de informa��es com o Chile, que vai passar um sistema completo que desenvolveram, uma base de controle de agendas e regulamenta��o do lobby. Vai ser um c�mbio de informa��es entre os dois pa�ses", explicou.

Gafes

No in�cio da transmiss�o ao vivo, Bolsonaro, quis fazer uma homenagem ao Dia Internacional da S�ndrome de Down, comemorado em 21 de mar�o. "Hoje � o dia da S�ndrome de 'drown'". Ficou a cargo do ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional, General Heleno, corrigir o presidente.

Ao prestar solidariedade a Mo�ambique, atingido pelo ciclone que deve ter matado quase mil pessoas, segundo estimativa do presidente do Pa�s africano, Bolsonaro se referiu a Mo�ambique como um estado.