Comemora��o de 1964 ficar� dentro dos quart�is, diz Bolsonaro em entrevista na TV

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 27, que n�o houve ditadura militar no Brasil. Em entrevista ao programa do apresentador Jos� Luiz Datena, na TV Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que as comemora��es do 31 de mar�o ficar�o restritas aos quart�is militares e ser�o feitas apenas a leitura de datas relativas ao que ele chama de revolu��o democr�tica de 1964.

"Vamos citar as datas, os n�meros. S� isso", disse. O presidente afirmou que, na �poca, os jornais e organiza��es civis defenderam a sa�da do ex-presidente Jo�o Goulart do poder. Ele tamb�m minimizou o fechamento do Congresso Nacional ao comparar a edi��o de decretos-lei e a edi��o de medidas provis�rias pelos governos p�s-ditadura e disse que o regime militar n�o acabou com as liberdades individuais no Pa�s.

De acordo com Bolsonaro, o Congresso nos �ltimos 20 anos teve seus trabalhos interrompidos pela edi��o de muitas MPs que acabaram travando a tramita��o de projetos de iniciativa dos parlamentares. O presidente, por�m, admitiu que o regime militar teve problemas.

"N�o foi uma maravilha. Regime nenhum. Qual casamento � uma maravilha? Se esse pessoal que no passado tentou chegar ao poder usando as armas e que hoje est�o presos, se esse pessoal tivesse ganho aquela guerra, imagina como estaria o Brasil?", questionou em alus�o a partidos de esquerda que lutaram contra a ditadura.

A determina��o de que o golpe militar seja comemorado tem gerado cr�ticas e rea��es de diversas institui��es que contestam a ordem. A ju�za federal da 6� Vara de Bras�lia, Ivani da Silva Luz, mandou intimar o presidente sobre a��o popular do advogado Carlos Alexandre Klomphas que pede para que sejam barrados os festejos em torno do anivers�rio do golpe. Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo no domingo, 24, o presidente Jair Bolsonaro orientou os quart�is a celebrarem a "data hist�rica", quando um golpe militar derrubou o governo Jo�o Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos.

Rela��o com o Executivo

O presidente voltou a dizer que n�o tem problemas com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia. "Zero problema", afirmou ele. Mas disse que parlamentares "fazem tempestade em copo d'�gua" e questionou onde estaria errando. "Quem disse que teve ataque meu ao Rodrigo Maia? Quem disse que teve ataque meu ao Congresso?", questionou Bolsonaro, argumentando que seu erro foi escolher um minist�rio t�cnico, competente e independente. "Meu maior erro que cometi na pol�tica", declarou.

Segundo o presidente, quando se fala em velha e nova pol�tica, j� se consegue no m�nimo dividir o parlamento. "Pessoal reclama da aproxima��o. Que aproxima��o � essa? N�o posso atender", afirmou.

Ele culpou ainda a imprensa pela impress�o de que o cen�rio � de turbul�ncia. "Tem muita coisa boa acontecendo. Lamentavelmente grande parte da m�dia n�o divulga as duas coisas, prefere ficar na futrica, na fofoca", reclamou Bolsonaro, embora tenha dito mais adiante que busca aproxima��o com a m�dia tradicional e n�o quer ser inimigo do jornalismo.