
O Pal�cio do Planalto divide os influenciadores nas redes sociais e sites que repercutem not�cias relacionadas ao governo entre os de "vi�s de esquerda" e os "apoiadores". O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a relat�rios sigilosos de monitoramento das m�dias digitais, produzidos por uma ag�ncia contratada pela Presid�ncia.
Os textos adotam termos da milit�ncia bolsonarista, como "velha pol�tica", para descrever parlamentares da oposi��o, e destacam ataques ao presidente Jair Bolsonaro e seus ministros com potencial de viralizar.
No embate p�blico travado entre Bolsonaro e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o papel de cada um na articula��o para aprovar a reforma da Previd�ncia, o monitoramento do Planalto registrou 29,3 mil men��es na manh� de ter�a-feira passada. Esse cap�tulo foi chamado no relat�rio de "desentendimentos entre parlamentares e articula��es para a Nova Previd�ncia".
O documento destaca que "os perfis seguem apontando desentendimentos entre parlamentares e l�deres do governo. Entre suas linhas argumentativas, os usu�rios teceram cr�ticas � velha pol�tica e questionaram a prioridade do presidente para a aprova��o da medida". As hashtags mais difundidas foram #votesimpelareforma e #euapoionovaprevidencia.
O relat�rio aponta que os perfis de opositores do governo enfatizaram que o trabalhador teria "sacrif�cio" e criticaram a proposta para os militares.
At� uma postagem de Guilherme Boulos, candidato derrotado � Presid�ncia pelo PSOL em 2018, foi monitorada. "A publica��o antiga de Guilherme Boulos que acusou (verbo que aparece grifado no relat�rio do Planalto) o presidente de utilizar rob�s para impulsionar a #EuApoioNovaPrevidencia tem gerado men��es contestando a acusa��o. Apoiadores se mobilizam para defender a Nova Previd�ncia e criticar a oposi��o", registrou o documento.
O relat�rio aponta que houve cr�ticas tamb�m � aus�ncia do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a da C�mara, na ter�a-feira passada. "Usu�rios classificaram a a��o como antidemocr�tica e cobraram o di�logo com toda a popula��o, inclusive parlamentares, j� que eles seriam afetados pela medida."
Um relat�rio de 25 de mar�o, com dados colhidos das 14 �s 17 horas, mostrou uma forte rea��o a uma entrevista em que Guedes tinha dito que o governo n�o conseguiria pagar os sal�rios dos servidores p�blicos se a proposta da "Nova Previd�ncia" n�o fosse aprovada. Na an�lise parcial, 6 mil intera��es foram registradas.
No mesmo dia, repercutiu a cr�tica do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), quando ele disse que a Previd�ncia "morreu" diante da falta de di�logo entre o Planalto e o Congresso. O relat�rio apontou que o posicionamento de Kim foi difundido especialmente pelos sites considerados de "vi�s de esquerda", citando a Revista F�rum e o site Catraca Livre - os dois ve�culos em suas p�ginas na internet informam atuar com independ�ncia.
O monitoramento captou que a decis�o de Bolsonaro de comemorar o golpe de 1964 atrapalhava o debate da reforma. "Internautas acreditam que a celebra��o desviaria a aten��o e estimularia debates que n�o seriam positivos para a aprova��o." No texto, o golpe � tratado como "in�cio do regime militar". J� os opositores adotaram termos como #ditaduranuncamais e #BrasilAfunda.
O monitoramento do governo teve espa�o at� para a "suruba de Noronha". Em 22 de fevereiro, foram registradas mais de 500 men��es de usu�rios conectando a pol�mica entre a separa��o de atores globais � Previd�ncia. "Ora falando que n�o possuem tempo e disposi��o de falar sobre a reforma por estarem focados na 'fofoca', ora defendendo que as pessoas deveriam ignorar a vida dos famosos e focar nos temas que afetam brasileiros, como a Previd�ncia", registrou o levantamento.