Em 13 dias como presidente em exerc�cio desde 1� de janeiro, Hamilton Mour�o priorizou reuni�es e encontros com pol�ticos e com o setor privado. Levantamento do Estad�o mostra que em 54 compromissos oficiais de sua agenda enquanto comandou o Pa�s na aus�ncia de Jair Bolsonaro, Mour�o esteve 14 vezes com prefeitos, deputados, senadores e governadores e nove com empres�rios e investidores.
A agenda de Mour�o na Presid�ncia tamb�m registra oito encontros com autoridades internacionais e tamb�m oito com militares. Membros da equipe de governo foram recebidos pelo general seis vezes. Ele tamb�m esteve com jornalistas (4), membros do poder Judici�rio (3) e religiosos (2). O levantamento identificou duas agendas apontadas como "despacho interno".
A ampla maioria das agendas de Mour�o na Presid�ncia se deu no Pal�cio do Planalto. Foi assim em 35 delas. Al�m das reuni�es no gabinete, fez tr�s visitas oficias (entre elas, para os governadores tucanos Jo�o Doria, de S�o Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul) e compareceu a onze eventos, como o desta ter�a-feira, 2, no Rio, uma feira do setor privado sobre defesa e seguran�a. Ainda hoje ele tinha encontro marcado com o ministro Francisco Falc�o, do Superior Tribunal de Justi�a (STJ).
Enquanto disputavam a corrida eleitoral em 2018, Bolsonaro disse que Mour�o ainda n�o tinha "tato pol�tico". Para o cientista pol�tico Kleber Carrilho, da Universidade Metodista, n�o � bem assim. "Ficou claro no governo que isso n�o � verdade. Um general n�o � um n�scio. Ele tem demonstrado vis�o estrat�gica. Mour�o � o maior estrategista pol�tico do governo e tem tido um papel de apaziguador e de uma refer�ncia est�vel no governo", diz Carrilho. "Ele d� ao governo uma cara de um ambiente planejado politicamente, coisa que Bolsonaro n�o consegue fazer."
Protocolar
Assim como em outras agendas p�blicas como presidente em exerc�cio, Mour�o foi protocolar nesta ter�a e mostrou um discurso institucional no Rio. "Minha presen�a aqui � para afian�ar que o presidente Jair Bolsonaro quer promover reformas estrat�gicas para destravar a economia, para que o livre com�rcio seja efetivado no Brasil", disse, destacando acreditar que a reforma da Previd�ncia ser� aprovada "nos pr�ximos meses".
O tom � o mesmo de outras ocasi�es. Quando Bolsonaro foi � Su��a participar do F�rum Econ�mico Mundial, em janeiro, Mour�o defendeu mudan�as nas regras da Previd�ncia para militares - naquele momento, o governo ainda n�o havia enviado a proposta para o Congresso. Ele defendeu 35 anos de contribui��o e disse que as mudan�as seriam "positivas ara o pa�s". H� alguns dias, enquanto Bolsonaro estava no Chile, Mour�o disse que o Congresso aprovar� a reforma at� agosto e defendeu di�logo entre o governo e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia - o fim de semana havia sido marcado pelas rusgas p�blicas entre Bolsonaro e o deputado do DEM.
Mour�o tamb�m protagonizou pol�micas. Na primeira aus�ncia de Bolsonaro, assinou um decreto que flexibilizava a classifica��o de dados ultrassecretos por membros do governo. O decreto foi barrado pela C�mara. Nesta semana, ele responsabilizou Bolsonaro pela divulga��o, por parte do Planalto, de um v�deo que celebrava o golpe de 1964, que instituiu a ditadura militar no Brasil.
At� agora, Mour�o foi acionado cinco vezes para atuar como presidente em exerc�cio - foi assim durante as viagens de Jair Bolsonaro para Davos (Su��a), Washington (EUA), Santiago (Chile) e Jerusal�m (Israel), e quando o presidente foi submetido � cirurgia para reconstru��o do tr�nsito intestinal - a terceira em decorr�ncia da facada durante a campanha eleitoral.
POL�TICA