(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Militares e 'olavistas' travam disputa por Secom e Apex


postado em 03/04/2019 11:05 / atualizado em 03/04/2019 11:45

O presidente Jair Bolsonaro ter� de arbitrar mais uma disputa em sua equipe, ap�s chegar, na noite desta quarta-feira, 3, de uma viagem de quatro dias a Israel. Al�m de reuni�es marcadas com presidentes e l�deres de partidos no Congresso, na tentativa de apaziguar o ambiente pol�tico, Bolsonaro tamb�m vai decidir qual ser� o novo formato da Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia (Secom).

Nos �ltimos dias, uma acirrada troca de farpas entre o escritor Olavo de Carvalho e o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, escancarou a queda de bra�o sobre os rumos da comunica��o do Planalto.

O embate com o grupo de Olavo tamb�m ocorre no Minist�rio da Educa��o, onde o titular da pasta, Ricardo V�lez Rodr�guez, est� por um fio, e na Ag�ncia Brasileira de Promo��o de Exporta��es e Investimentos (Apex). O presidente da Apex, M�rio Vilalva, tem apoio dos militares do governo e est� em confronto com diretores pr�ximos do ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, homem da confian�a do escritor.

Guru ideol�gico de Bolsonaro, Olavo tenta ampliar cada vez mais sua influ�ncia na Esplanada dos Minist�rios e em outras reparti��es federais. Agora, por exemplo, quer a r�pida substitui��o de Floriano Amorim, atual chefe da Secom, pelo empres�rio F�bio Wajngarten, que acompanhou Bolsonaro na viagem a Israel. Se depender de Santos Cruz, no entanto, Amorim ainda fica, mesmo que seja deslocado para outra fun��o na pasta.

Sob o guarda-chuva da Secretaria de Governo, a Secom tem um or�amento de R$ 150 milh�es para este ano e vem fazendo cortes de verbas que desagradam �s ag�ncias de publicidade. "Em pouco mais de um m�s de atividade, organizamos mais de 40 v�deos (para o governo) a pre�o de sal�rio (de servidor). Isso deve incomodar", disse Floriano ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada.

Twitter

Desde domingo, Olavo publicou 19 mensagens no Twitter com ataques a Santos Cruz, que o chamou de desequilibrado em entrevista � Folha de S.Paulo. Disse, por exemplo, que o general "simplesmente n�o presta" e "jamais" ter� a coragem de discutir com ele "cara a cara". Ao eleger o ministro como seu rival, o escritor inseriu nas mensagens exclama��es como "Santos Cruzes!".

Mesmo assim, Olavo chegou a postar, na segunda-feira, dia 1º, que daria um basta na briga. "Chega, n�o vou falar mais do caso. Esse homem n�o merece que eu lhe dirija a palavra", afirmou, ap�s uma sequ�ncia de notas �cidas sobre Santos Cruz. Horas depois, por�m, voltou a se referir ao ministro com um xingamento. No dia anterior, ele tamb�m havia dirigido sua artilharia ao n�cleo militar do governo.

"O Santos Cruz e similares chamar�o de extremista qualquer um que permane�a fiel aos ideais e valores da campanha que elegeu Bolsonaro. Essa gente est� no governo para impedir que o presidente cumpra suas promessas de campanha", escreveu. "O Santos Cruz se acha superior ao presidente e a todos os eleitores - e o louco sou eu, n�?"

Na pr�tica, o guru de Bolsonaro aposta no conflito para manter unida a rede de prote��o ao governo. Com a queda de popularidade do presidente nas pesquisas, por�m, ele come�ou a responsabilizar Amorim pelo rev�s sofrido. Disc�pulo de Olavo, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) tamb�m passou a criticar o atual chefe da Secom.

Embora o ministro da Secretaria de Governo tenha se tornado o alvo preferencial dessa ofensiva, outros generais, como o vice-presidente Hamilton Mour�o, s�o hostilizados nas redes sociais pelo grupo de Olavo. Mour�o disse ao Estado que, da pr�xima vez, processar� o escritor.

Em entrevista ao jornalista Roberto D'�vila, na Globonews, Santos Cruz classificou Olavo como "uma personalidade hist�rica". "� necess�rio tomar muito cuidado quando (se) est� lidando com uma personalidade hist�rica", argumentou o general. Para ele, as m�dias digitais precisam ser usadas com cautela porque, caso contr�rio, podem trazer problemas.

"Hoje em dia, com essa facilidade de comunica��o, voc� tem de tomar muito cuidado. Porque qualquer um pega aquilo e se acha um William Shakespeare. Ent�o, (com) a facilidade que ele tem de acessar todo mundo, e divulgar a ideia dele, a coisa ficou sem limites. Isso a� traz muita confus�o."

Disposto a construir pontes com o Congresso para aprovar a reforma da Previd�ncia, Santos Cruz almo�ou nesta ter�a-feira, 2, com senadores do DEM, PR e PSC e se reuniu com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Ao jornal, o ministro disse n�o saber os motivos das provoca��es feitas a ele por Olavo, mas deu a entender que h� interesses por tr�s do bombardeio. "N�o tenho explica��o sobre a motiva��o dos tu�tes. Melhor perguntar ao interessado", declarou o general.

Apex

Uma disputa na Ag�ncia Brasileira de Promo��o de Exporta��es e Investimentos (Apex) resultou na publica��o de uma portaria, assinada pelo presidente do �rg�o, M�rio Vilalva, que retira poderes e atribui��es de outros dois diretores.

A portaria � mais um cap�tulo de uma briga de poder no governo. Vilalva tem chancela dos militares e est� em atrito com os outros dois diretores, ligados ao ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo, indicado pelo escritor Olavo de Carvalho.

O imbr�glio envolve agora a contrata��o da montagem de um estande, no valor de cerca de US$ 80 mil, na Milan Design Week 2019, exposi��o a ser realizada na It�lia, neste m�s, intermediada pela Ag�ncia Terru�.

A diretora de Neg�cios, Let�cia Catelani, e o diretor de Gest�o Corporativa, M�rcio Coimbra - pr�ximos a Olavo -, se negaram a autorizar o servi�o de produ��o e desmontagem de um "projeto de instala��o sensorial", dos irm�os Campana.

O processo de contrata��o, segundo e-mails aos quais o Estado teve acesso, era conduzido por funcion�rios do gabinete do presidente da Apex. Diante da recusa dos diretores em cumprir sua ordem, Vilalva editou portaria revogando o poder da dupla de decidir sobre atos de "contrata��o e dispensa de pessoal", de "representar a Apex em ju�zo ou fora dele" e de prover cargos comissionados e fun��es de confian�a dentro da ag�ncia.

O jornal apurou que Vilalva � sempre emparedado por Let�cia e Coimbra, que votam em bloco, e se tornou uma esp�cie de "rainha da Inglaterra" na Apex. Ele assumiu o cargo ap�s a queda de Alex Carreiro, que tamb�m era indicado por Ara�jo, e durou nove dias na fun��o. Carreiro se desentendeu com Let�cia e n�o falava ingl�s, uma exig�ncia da vaga. Advers�rios de Vilalva dizem que ele se aproxima cada vez mais dos militares para tentar substituir Ara�jo.

Procurada, a Apex afirmou que a contrata��o para montagem do estande n�o foi conclu�da porque n�o houve renova��o do contrato com a ag�ncia de comunica��o Terru�. Segundo a Apex, a decis�o sobre a portaria se deu � "luz de considera��es internas".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)