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Estado de Minas POL�TICA

Cabral diz que pagou apoio de Crivela e repassou R$ 1,5 mi � campanha de A�cio


postado em 05/04/2019 20:28

O ex-governador do Rio S�rgio Cabral Filho (MDB) afirmou nesta sexta-feira, 5, em depoimento, que o prefeito Marcelo Crivella (PRB) recebeu US$ 1,5 milh�o para apoiar a candidatura de Eduardo Paes (DEM) na elei��o municipal de 2008. Naquele ano, Paes e Fernando Gabeira (PV) disputaram o segundo turno, vencido pelo candidato do DEM, ent�o no PMDB. Ele tamb�m afirmou que a Fetranspor, entidade que representa empresas de transporte urbano, pagou propina � Assembleia Legislativa do Rio desde 1987, no governo Moreira Franco (MDB). Tamb�m disse ser sido "achacado" por deputados e feito negocia��es com ministros do Superior Tribunal de Justi�a (STJ) e no Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). No caso dessas Cortes e no dos parlamentares, por�m, n�o citou nomes.

Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7.� Vara Federal Criminal, o ex-governador disse que Paes sabia de toda a negocia��o e at� participou de uma reuni�o realizada antes do pagamento. Segundo Cabral, o empres�rio Eike Batista desembolsou a quantia. Atualmente, Crivella � alvo de um pedido de impeachment, por suposta irregularidade na renova��o de um contrato.

S�rgio Cabral est� preso desde novembro de 2016. Atualmente, est� no Complexo Penitenci�rio de Gericin�, em Bangu, na zona oeste. � acusado de comandar um esquema de corrup��o no Estado e j� soma quase 200 anos de pris�o em nove condena��es. Ele foi interrogado a pedido da pr�pria defesa como parte da a��o penal da Opera��o Ponto Final, que investiga a propina paga por empres�rios do setor de transportes - na primeira oitiva da a��o ele ficou em sil�ncio. Cabral admitiu que aproximadamente R$ 144 milh�es foram pagos pela Fetranspor em propinas entre julho de 2010 e outubro de 2016.

Depois da elei��o de Eduardo Paes � prefeitura, o ent�o senador Marcelo Crivella teria ido se queixar ao presidente Luiz In�cio Lula da Silva de, apesar de ter dado seu apoio, n�o ter sido aproveitado no governo.

"O senhor me desculpe, mas eu comprei o apoio do Crivella", contou Cabral a Bretas sobre seu di�logo com o ent�o presidente, no Pal�cio do Planalto.

Marcelo Crivella disputou a elei��o de 2008 para a prefeitura, mas terminou em terceiro lugar. No in�cio da campanha para o segundo turno, entre Paes e Gabeira, segundo essa vers�o, Crivella procurou Cabral, no Pal�cio Laranjeiras, e contou ao ent�o governador que o empres�rio Arm�nio Fraga havia lhe oferecido USS 1 milh�o para apoiar a candidatura do Partido Verde.

Cabral decidiu ent�o procurar o empres�rio Eike Batista. O acerto foi fechado durante um caf� da manh� na casa do empres�rio.

Crivella n�o foi o �nico pol�tico citado no depoimento de Cabral. O ex-governador contou tamb�m ao juiz Bretas como um valor de R$ 1,5 milh�o oriundo do pagamento de propina pela Fetranspor teria ido parar na campanha presidencial de A�cio Neves, na elei��o de 2014.

"Eu tenho uma rela��o muito afetiva com o senador A�cio Neves, que naquela �poca disputava a Presid�ncia da Rep�blica e passava por fase de muita dificuldade com Marina (Silva) em segundo lugar nas pesquisas. Ele estava muito deprimido, muito pra baixo", disse Cabral, explicando por que resolveu ajuda-lo com o envio do dinheiro. "O A�cio n�o participou da reuni�o (em que o pagamento foi acertado), mas ele me ligou depois para agradecer."

Cabral detalhou o esquema de corrup��o na Assembleia Legislativa do Rio desde 1987. Essa a��o atravessou o per�odo em que o emedebista foi o presidente da Casa e, depois, chegou ao per�odo em que j� era governador do Estado.

Segundo Cabral, enquanto esteve � frente da presid�ncia da Alerj, de 1995 a 2002, ele administrava a "caixinha" da Fetranspor na assembleia e recebia, mensalmente, R$ 300 mil. Outros R$ 400 mil eram usados para distribuir entre os deputados, de acordo com a ajuda dada por cada um para aprovar pautas de interesse da Fetranspor.

Em ocasi�es especiais, como por exemplo, em 1997, durante concess�o de linhas de �nibus, esse valor podia aumentar consideravelmente. Depois, como governador do Estado, ele recebia mensalmente dos empres�rios de �nibus R$ 400 mil. Apenas para a campanha de Luiz Fernando Pez�o ao governo do Estado foram R$ 30 milh�es. Ele tamb�m admitiu pagamento para conselheiros do Tribunal de Contas do Estado.

O QUE DIZEM OS CITADOS POR S�RGIO CABRAL

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), classificou a acusa��o feita por S�rgio Cabral como "mais uma grande mentira plantada para tentar desestruturar a minha gest�o e minhas convic��es como homem p�blico". E completou: "Jamais conseguir�o manchar a minha honra". Crivella se manifestou por meio de um v�deo que postou no Facebook. "Isso � mentira. Eu n�o conhe�o o senhor Arminio Fraga, nunca estive com ele nem tampouco ele me ofereceu qualquer recurso, e a minha op��o por Eduardo Paes se deu porque era o candidato que tinha afinidade com os evang�licos. Todos os evang�licos apoiaram Eduardo Paes em sua primeira candidatura (a prefeito do Rio)".

O advogado Alberto Zacharias Toron, que representa o deputado A�cio Neves (PSDB-MG), afirmou que o parlamentar "desconhece qualquer pedido de apoio feito pelo ex-governador para a campanha presidencial do PSDB em 2014". Afirmou ainda que "todas as doa��es realizadas �quela campanha est�o devidamente declaradas e foram aprovadas pela Justi�a Eleitoral".

O ex-deputado estadual Jorge Picciani (MDB) afirmou, por meio do seu advogado, que s� vai se manifestar depois de ter acesso formal � �ntegra do depoimento de Cabral.

Em nota, a Fetranspor afirmou que "desde setembro de 2017 � presidida por um novo executivo, sem qualquer liga��o com a gest�o passada e com os fatos relacionados �s investiga��es em andamento", que "adotou uma pol�tica r�gida de compliance e de governan�a" e que "vem cumprindo todas as determina��es judiciais".

A reportagem procurou o ex-prefeito Eduardo Paes, o economista Arm�nio Fraga e o empres�rio Eike Batista, por telefone e e-mail, mas n�o obteve resposta at� a conclus�o desta edi��o.


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