Em evento privado em Boston, nos Estados Unidos, o vice-presidente, general Hamilton Mour�o (PRTB), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) est� ciente de que � preciso deixar de lado discursos extremados e polarizados. Segundo tr�s fontes presentes no encontro, Mour�o defendeu que o governo n�o caia em tentativas de polariza��o pela oposi��o.
Confrontado por presentes no encontro se n�o era o pr�prio presidente quem adotava uma ret�rica polarizada, Mour�o disse que Bolsonaro foi aconselhado por seu entorno a deixar de governar para poucos e a tend�ncia atual � de que isso aconte�a.
Articula��o com o Congresso
Em entrevista a jornalistas, Mour�o afirmou que Bolsonaro adotou uma nova linha de atua��o com o Congresso para tentar aprovar a reforma da Previd�ncia e definiu o 'apag�o' na articula��o pol�tica como um processo de ensaio e erro. "Isso faz parte do jogo pol�tico, � um processo de ensaio e erro realmente. Ou a gente se rende �quela coaliz�o que era feita antigamente, e o presidente n�o quer fazer isso, ou tentamos novas formas e � dessa maneira", disse.
Segundo Mour�o, o presidente chegou � conclus�o de que a tentativa de negociar com as bancadas n�o funcionou e agora "partiu para uma outra linha de a��o". "Vamos tentar o di�logo com os diferentes partidos."
Ele minimizou os problemas e disse que s�o consequ�ncia de o governo n�o ter base no Congresso logo ap�s as elei��es.
"O presidente n�o construiu base como a gente estava acostumado a ver nos governos anteriores. A nossa base era muito fr�gil. O PSL, como disse o Santos Cruz, era um partido das redes sociais. O meu partido, PRTB, � pequeno, n�o conseguiu eleger ningu�m. N�o t�nhamos base", afirmou.
Imigrantes brasileiros
O vice-presidente tamb�m participou de uma agenda de aproxima��o do governo com imigrantes brasileiros que vivem nos Estados Unidos e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro se sente "extremamente satisfeito" com a comunidade que vive no exterior.
A agenda acontece menos de 20 dias depois de Bolsonaro pedir desculpas aos imigrantes ap�s uma fala � emissora de TV Fox News.
Na entrevista, Bolsonaro disse que a maioria dos imigrantes que se mudam aos EUA "n�o tem boas inten��es". Dias antes, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) afirmou que imigrantes brasileiros ilegais s�o "uma vergonha" ao Pa�s.
"Ilegal � a pessoa que n�o est� respeitando a lei, mas em algum momento eles est�o aqui buscando uma legaliza��o", afirmou Mour�o, sem comentar as declara��es de Bolsonaro e do filho.
Questionado sobre a proposta de Donald Trump de constru��o de um muro na fronteira com o M�xico, Mour�o perguntou aos jornalistas se Bolsonaro � favor�vel. Ao ouvir que o presidente defendeu a proposta � Fox, o vice-presidente afirmou: "Se o presidente apoia, eu tamb�m apoio."
Bolsonaro foi o candidato mais votado em todas as cidades onde brasileiros foram �s urnas nos Estados Unidos. O vice-presidente n�o comentou a declara��o de Bolsonaro sobre os imigrantes. Segundo ele, n�o � �tico comentar declara��o de presidente.
Crise na Venezuela
Outro tema do encontro foi a crise na Venezuela. Mour�o foi cr�tico � insist�ncia dos Estados Unidos para entrada de ajuda humanit�ria no pa�s vizinho. Os EUA e a comunidade internacional esperavam que a entrada de ajuda humanit�ria antecipasse o fim do regime de Nicol�s Maduro, o que n�o aconteceu.
Para Mour�o, o processo foi mal gerido e mal executado, segundo fontes presentes no encontro. Os militares recha�am a possibilidade de qualquer apoio brasileiro a uma eventual decis�o dos EUA de interven��o militar na Venezuela.
Mour�o afirmou aos presentes que o papel do Brasil n�o � de press�o econ�mica - algo que, segundo ele, s� cabe aos Estados Unidos fazer. Os EUA t�m adotado san��es econ�micas contra integrantes do governo de Maduro.
Para o vice-presidente, os pa�ses da Am�rica Latina demoraram demais a for�ar pelas vias diplom�ticas uma transi��o democr�tica na Venezuela. Ele refor�ou que o Brasil seguir� na press�o diplom�tica.
Mour�o foi acompanhado no almo�o pelo ministro da Secretaria de Governo da Presid�ncia da Rep�blica, general Santos Cruz.
Ao falar sobre a reforma da Previd�ncia, Santos Cruz afirmou que a bola agora est� com o Congresso, segundo as fontes presentes.
O governo Bolsonaro vem sendo criticado por n�o fazer a articula��o necess�ria para reunir os 308 votos suficientes para fazer sair do papel o projeto.
POL�TICA