(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Carlos Bolsonaro empregou assessor ligado a Queiroz

Fabr�cio Queiroz � piv� de crise envolvendo outro filho do presidente, o senador Fl�vio Bolsonaro


postado em 15/04/2019 11:00 / atualizado em 15/04/2019 11:33

Vereador Carlos Bolsonaro(foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Vereador Carlos Bolsonaro (foto: Dida Sampaio/Estad�o Conte�do)

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC) empregou em seu gabinete na C�mara Municipal do Rio um funcion�rio ligado ao ex-policial militar Fabr�cio Queiroz, piv� da crise envolvendo o senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ) por suspeita de capta��o il�cita de sal�rio de servidores no per�odo em que foi assessor do ex-deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Trata-se de M�rcio da Silva Gerbatim, ex-marido da atual mulher de Queiroz e pai da sua enteada. Ele esteve lotado como motorista no gabinete do vereador por dois anos, entre abril de 2008 e abril de 2010, quando foi exonerado por Carlos, o filho do meio do presidente Jair Bolsonaro, para ser nomeado no gabinete de Fl�vio na Alerj. L�, ganhou o cargo de assessor-adjunto, no qual ficou at� 9 maio de 2011.

No mesmo dia em que Gerbatim trocou a C�mara Municipal pela Assembleia, Carlos Bolsonaro nomeou um ex-assessor do irm�o, Claudionor Gerbatim de Lima, que acabara de ser exonerado do gabinete de Fl�vio. As informa��es foram obtidas pelo jornal O Estado de S. Paulo por meio da Lei de Acesso � Informa��o e consultas no Di�rio Oficial da Assembleia do Rio.

Assim como Queiroz, M�rcio Gerbatim tamb�m integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista do Ex�rcito e teve uma filha, Evelyn Mayara de Aguiar Gerbatim, que � enteada de Queiroz, empregada no gabinete de Fl�vio na Alerj, de agosto de 2017 at� fevereiro deste ano.

Queiroz tamb�m teve sua fam�lia empregada no gabinete de Fl�vio: a mulher, M�rcia Oliveira de Aguiar, e suas filhas, Evelyn Melo de Queiroz e Nath�lia Queiroz. Nath�lia tamb�m esteve lotada no gabinete de Jair Bolsonaro, em Bras�lia, de dezembro de 2016 a 15 de outubro de 2018.

Influ�ncia

Procurado pelo jornal, Carlos Bolsonaro negou, por meio da assessoria, que Queiroz tenha tido influ�ncia em seu gabinete na C�mara Municipal, onde � vereador desde 2001. Segundo ele, M�rcio Gerbatim foi nomeado no gabinete "face sua experi�ncia na fun��o de motorista e n�o por indica��es" e que "nunca nenhum parente de Fabr�cio Queiroz foi nomeado neste gabinete".

A assessoria tamb�m respondeu que o vereador n�o sabia que Gerbatim era ex-marido da mulher de Queiroz. Afirmou ainda que Carlos Bolsonaro s� tomou conhecimento desta informa��o em 2018, por meio da m�dia. "Ressalto que em �poca de campanha v�rias pessoas s�o contratadas, algumas se destacam e s�o posteriormente aproveitadas no gabinete. Foi o caso", afirmou por e-mail.

Questionada sobre quanto Gerbatim recebia de sal�rio no gabinete da C�mara, a assessoria de Carlos respondeu que n�o tinha essa informa��o. "Sugiro utilizar as vias naturais, sugiro inclusive a observ�ncia da lei neste sentido, por tratar-se de quebra de sigilo fiscal dos envolvidos." Diferentemente da C�mara do Rio, a Assembleia divulga a folha de pagamento de seus funcion�rios no Portal da Transpar�ncia da Casa.

Em entrevista ao jornal O Globo em dezembro, Gerbatim disse que exercia a fun��o de motorista no gabinete de Fl�vio Bolsonaro na Alerj e que n�o sabia que a filha tamb�m estava lotada no local. Ele contou que Evelyn Gerbatim cursava psicologia em uma universidade na zona oeste do Rio pela manh� e trabalhava � tarde em uma farm�cia na mesma regi�o. Tamb�m afirmou que tanto ele quanto sua ex-mulher foram indicados por Queiroz para trabalhar no gabinete de Fl�vio.

Em nota, a defesa de Queiroz respondeu que n�o v� nenhuma irregularidade na indica��o de pessoas de sua rela��o para assessoria de gabinete de qualquer pol�tico "e que uma vez mais esta quest�o tem como �nico objetivo requentar um assunto j� esclarecido". Procurada, a defesa de Fl�vio n�o respondeu.

Coaf

Fabr�cio Queiroz � investigado nas esferas c�vel e criminal pelo Minist�rio P�blico do Rio pela movimenta��o at�pica de R$ 1,2 milh�o, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, detectada pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), �rg�o que atua na preven��o e combate � lavagem de dinheiro. O caso foi revelado pelo Estado em 2018.

O relat�rio do setor de intelig�ncia financeira do Coaf constatou ainda que a conta de Queiroz recebeu dep�sitos de oito funcion�rios do gabinete de Fl�vio no per�odo de um ano, mais da metade no mesmo dia ou at� tr�s dias ap�s a data de pagamento de sal�rio dos servidores da Alerj. O documento mostra ainda que o ex-assessor, que ficou at� outubro de 2018 no gabinete de Fl�vio, fez uma s�rie de saques em valores pr�ximos aos do que foram depositados pelos demais assessores. Queiroz ainda repassou um cheque de R$ 24 mil � primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Um segundo relat�rio do Coaf solicitado pelo Minist�rio P�blico sobre as contas do atual senador Fl�vio Bolsonaro identificou que, entre junho e julho de 2017, o filho do presidente recebeu 48 dep�sitos em dinheiro, sempre no valor de R$ 2 mil, somando R$ 96 mil. Os dep�sitos foram feitos no autoatendimento da ag�ncia banc�ria que fica dentro da Alerj, sem identifica��o do autor. Fl�vio alegou que dep�sitos se referiam a uma parcela de R$ 100 mil que ele recebeu em dinheiro pela venda de um apartamento no Rio.

Queiroz nunca foi � Promotoria prestar depoimento, alegando motivo de sa�de.  Em uma defesa por escrito, negou que tenha se apropriado desses valores e disse que o usava o dinheiro arrecadado dos demais assessores para ampliar a rede de colaboradores de Fl�vio Bolsonaro.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)