(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas POL�TICA

Bolsonaro sugere que vice atua como presidente paralelo

Durante um voo entre Bras�lia e o Rio de Janeiro, Bolsonaro fez reparos � atua��o do seu vice


postado em 25/04/2019 11:15 / atualizado em 25/04/2019 12:23

(foto: Marcos Correa/PR )
(foto: Marcos Correa/PR )

O fogo amigo continua alto no Pal�cio do Planalto. Embora o presidente Jair Bolsonaro (PSL) pe�a mais sintonia e menos ru�do na equipe, nos bastidores ele tamb�m critica o vice Hamilton Mour�o.

Pouco antes de a nova ofensiva contra Mour�o vir � tona, o pr�prio presidente fez reparos � atua��o do general, durante um voo de Bras�lia para o Rio, em conversa com senadores e um deputado.

A impress�o de passageiros daquela comitiva foi a de que, para Bolsonaro, Mour�o se movimenta como uma esp�cie de presidente paralelo, mais interessado em holofotes.

A viagem ocorreu no �ltimo dia 11, ap�s a cerim�nia para comemorar cem dias de governo. O jornal O Estado de S. Paulo ouviu tr�s parlamentares que estavam no voo e, sob a condi��o de anonimato, todos confirmaram o inc�modo do presidente com o vice.

Naquele dia, Bolsonaro foi ao Rio para assistir a uma palestra do pastor John Hagee e participar de um almo�o do Conselho de Ministros Evang�licos do Brasil.

Descontra�do, acima das nuvens, Bolsonaro apresentou ali v�rios problemas com o vice que, nove dias depois, apareceram nas redes sociais do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). Ele n�o gostou, por exemplo, de Mour�o ter aceitado fazer palestra no Wilson Center, nos EUA, no dia 9, ap�s receber um convite dizendo que os primeiros cem dias do governo foram marcados por uma "paralisia pol�tica". A convoca��o tamb�m elogiava o vice, tratado como "uma voz de raz�o e modera��o, capaz de orientar a dire��o em assuntos nacionais e internacionais".

No "voo da queima��o", como ficou conhecida aquela viagem entre os passageiros, Bolsonaro lembrou que havia convidado o general em cima da hora para ser seu vice, no ano passado, porque tinha certeza de que o ent�o presidente do PSL, Gustavo Bebianno, queria a vaga. A convic��o vinha do fato de que todo pol�tico chamado na campanha para fazer dobradinha com ele era "fuzilado" no outro dia pelos jornais. Bolsonaro concluiu, ent�o, que Bebianno detonava todos os candidatos a vice e agia como um "traidor" para ocupar o posto.

Nomeado ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Bebianno foi demitido em fevereiro, ap�s uma queda de bra�o justamente com Carlos, o filho "zero dois", que hoje direciona sua artilharia contra Mour�o. Os ataques foram puxados pelo escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, que no s�bado publicou um v�deo com ruidosas cr�ticas aos militares. Ao se referir � ala fardada do governo, Olavo disse que "cabelo pintado e voz empostada" s�o a heran�a das escolas dirigidas por "milicos". O v�deo chegou a ser postado no canal de Bolsonaro no YouTube, mas depois foi apagado. Ir�nico, o vice respondeu que Olavo "deve se limitar � fun��o que desempenha bem, a de astr�logo".

Uni�o

No bate-papo durante a viagem de pouco mais de uma hora ao Rio, ap�s deixar a cerim�nia na qual Mour�o estava a seu lado, Bolsonaro disse ter certeza de que muitos no governo agem para afast�-lo de seus filhos. Assegurou, no entanto, que ningu�m conseguir� separ�-lo de Carlos, do deputado Eduardo (PSL-SP) e do senador Fl�vio (PSL-RJ). Em entrevista publicada na edi��o de quarta-feira, 24, do Estado, Eduardo afirmou que Mour�o tem causado ru�do no Planalto por causa de suas declara��es pol�micas.

Na pr�tica, Olavo de Carvalho e os filhos de Bolsonaro avaliam que o vice est� em campanha e quer o lugar dele. No Twitter, nesta quarta-feira, Carlos voltou a dirigir farpas a Mour�o. "Vice contraria ministros e agenda que elegeu Bolsonaro presidente", escreveu ele. Antes, o vereador j� havia considerado "estranh�ssimo" o alinhamento do vice com "pol�ticos que detestam o presidente", citando a defesa que Mour�o fez do ex-deputado Jean Wyllys.

"Esse tipo de comunica��o por redes sociais n�o contribui em nada", afirmou o deputado S�stenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos que estavam no voo com Bolsonaro. "O governo tem muito dever de casa a fazer para ficar administrando esse tipo de confronto." Al�m de S�stenes, participaram da comitiva o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), os senadores Marcos Rog�rio (DEM-RO), Zequinha Marinho (PSC-PA) e Vanderlan Cardoso (PP-GO), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e Pastor Everaldo, que comanda o PSC. O pastor se sentou ao lado de Bolsonaro no avi�o.

Mour�o disse a interlocutores que considera "absurda e descabida" a desconfian�a sobre ele. "Estou aqui para ajudar. N�o sou desleal", reagiu o vice, negando que suas a��es tenham no horizonte a disputa para as elei��es de 2022. "Isso n�o existe. N�o vou me candidatar. H� muito envenenamento nessa hist�ria."

O Planalto n�o quis comentar as cr�ticas feitas por Bolsonaro na viagem do dia 11 ao Rio. Na tentativa de mostrar que n�o h� atrito entre os dois, o presidente convidou Mour�o para descer com ele, nesta quarta, a rampa interna da sede do governo e p�s a m�o em seu ombro. "Estamos juntos", disse.

Generais pr�ximos de Bolsonaro tentam p�r panos quentes na crise, mas, a portas fechadas, admitem que Carlos est� "incontrol�vel".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)