O presidente Jair Bolsonaro estreou nesta quinta-feira, 25, um plano de visitar pessoalmente os minist�rios subordinados ao Executivo, em uma esp�cie de peregrina��o para "tomar p� na pratica" - como ele pr�prio observou - sobre o que est� acontecendo nas pastas. A primeira visita foi feita hoje ao Minist�rio da Educa��o, comandado desde o in�cio de abril por Abraham Weintraub, ap�s a demiss�o de Ricardo V�lez.
"Pretendo ter uma rotina de pelo menos uma vez por semana visitar um minist�rio e conversar direto com o respectivo ministro. A conversa foi bastante produtiva hoje, o ministro exp�s a situa��o do MEC, o que ele est� buscando, pelo menos uns oito assessores dele diretos usaram da palavra, e todos n�s estamos afinados", disse Bolsonaro ao conversar com jornalistas ap�s a reuni�o, em coletiva junto de Abraham.
O governo Bolsonaro reduziu o n�mero de ministros para 22. Os que comandam as pastas relativas ao Gabinete de Seguran�a Institucional, Casa Civil, Secretaria Geral da Presid�ncia e Secret�ria de Governo ficam sediados no mesmo pr�dio do presidente, Pal�cio do Planalto. Os demais funcionam, em sua maioria, na chamada Esplanada dos Minist�rios.
O presidente n�o respondeu qual ser� o pr�ximo minist�rio que ir� receber sua visita, mas observou que os outros ministros devem ligar para ele depois desta primeira reuni�o, que foi tratada em "segredo" e no "escuro", disse Bolsonaro. A agenda do presidente previa o encontro com Weintraub, mas n�o indicava o local. Normalmente � o presidente quem recebe os ministros no Pal�cio do Planalto. Questionada, a assessoria do Planalto respondeu que n�o h� agenda definida at� o momento sobre as pr�ximas visitas.
"Todos os ministros conversam entre si, todos t�m o mesmo prop�sito. L�gico que v�o ligar para mim, depois dessa primeira (reuni�o), que foi quase que tratada em segredo, no escuro, o que interessa � que a gente toma p� na pr�tica do que est� acontecendo", respondeu Bolsonaro.
Segundo o presidente, a inten��o � demonstrar que o governo est� unido "por uma causa maior, que � o Brasil". "Apresento sempre, como aqui apresentei algumas ideias, sugest�es, e o ministro vai analisar. At� para saber se minhas ideias s�o boas ou n�o. E essa � a inten��o, demonstrar aqui que n�s estamos unidos por uma causa maior que � o nosso Brasil", completou.
O minist�rio da Educa��o, escolhido para a primeira visita no molde em que o presidente quer fazer repetir nas outras pastas, rendeu pol�micas no in�cio da gest�o de Bolsonaro, quando estava sob o comando de V�lez. Um dos epis�dios envolveu um comunicado enviado pela pasta para todas as escolas do Pa�s em que se pedia que crian�as fossem gravadas em v�deo ap�s serem perfiladas para cantar o Hino Nacional.
O que as crian�as cantam nas escolas acabou voltando � pauta nesta quinta-feira. Depois da reuni�o com Abraham, Bolsonaro disse que uma das preocupa��es levadas ao ministro s�o as escolas dos "Sem Terrinha", onde, segundo o presidente, alunos cantam "dia sim dia n�o" o hino do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da Internacional Socialista "em vez do Hino Nacional".
"Eu sei que hoje em dia, aproximadamente 2 mil escolas ditas 'Sem Terrinha', onde aproximadamente 200 mil alunos frequentam - s�o alunos pobres da �rea rural - ali, dia sim dia n�o, se canta de manh�, em vez do Hino Nacional, a internacional socialista ou hino do MST. H� uma forte doutrina��o ideol�gica dessa garotada. No meu entender n�o tem que ter pol�tica em sala de aula, nem esquerda nem direita, ou se tiver, que tenha os dois lados", afirmou Bolsonaro, quando questionado sobre quais ideias discutiu no encontro com o ministro da Educa��o.
Ao comentar sobre o assunto, Abraham afirmou que "muitos recursos p�blicos" estavam sendo direcionados para �reas que "t�m forte vi�s ideol�gico", e que v�rias escolas dos "Sem terrinhas" s�o sustentadas com o dinheiro do contribuinte. "N�o � fechar a escolinha, � cortar a gasolina. Quer fazer, faz com o dinheiro deles, n�o com o nosso", disse o ministro.
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