Condenado e preso na Opera��o Lava-Jato, Lula fez a cr�tica em entrevista aos jornais El Pa�s e Folha de S. Paulo, autorizada pela Justi�a e realizada na sede da Pol�cia Federal, em Curitiba, onde o petista cumpre a pena pelos crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Bolsonaro afirmou considerar um erro da Justi�a a autoriza��o para a entrevista.
O presidente Jair Bolsonaro rebateu declara��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, para quem o Brasil � governado atualmente por um “bando de malucos”. “Bem, pelo menos n�o � um bando de cachaceiros, n�?”, disse Bolsonaro.
"Olha eu acho que o Lula, primeiro, n�o deveria falar. Falou besteira. Maluco? Quem era o time dele?", perguntou o presidente. Ele mesmo respondeu: "Grande parte est� preso ou est� sendo processado. Tinha um plano de poder onde, nos finalmentes, nos roubaria a nossa liberdade, ok?. Eu acho um equ�voco, um erro da Justi�a ter dado direito a dar uma entrevista. Presidi�rio tem que cumprir sua pena."
Questionado depois sobre a pol�mica envolvendo propaganda do Banco do Brasil, que foi retirada do ar, Bolsonaro disse que ministros devem seguir sua linha de pensamento ou "ficar em sil�ncio", se discordarem. O presidente mandou suspender nesta semana uma propaganda comercial do banco - a pe�a, focada no p�blico jovem, expunha a diversidade racial e sexual. Ap�s o cancelamento da campanha publicit�ria veio � tona uma diverg�ncia entre o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, e o novo chefe da Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia, F�bio Wajngarten.
"Quem indica e nomeia presidente do Banco do Brasil sou eu. N�o preciso falar mais nada, ent�o", afirmou Bolsonaro. "A linha mudou. A massa quer o que? Respeito � fam�lia, ningu�m quer perseguir minoria nenhuma. E n�s n�o queremos que dinheiro p�blico seja usado dessa maneira. N�o � a minha linha. Voc�s sabem que n�o � minha linha."
O caso custou o cargo do diretor de Comunica��o e Marketing do Banco do Brasil, Delano Valentim. Nesta sexta-feira, a Secom -- subordinada a Santos Cruz -- enviou um e-mail a estatais com instru��es para que todo o material de propaganda da administra��o p�blica, incluindo o das estatais, passasse por an�lise pr�via da pasta. A ordem era para "maximizar o alinhamento de toda a��o de publicidade".
Horas depois, por�m, Santos Cruz emitiu nota dizendo que a medida determinada pela Secom fere a Lei das Estatais "pois n�o cabe � administra��o direta intervir no conte�do da publicidade estritamente mercadol�gica das empresas estatais". Questionado neste s�bado, 27, sobre como pretendia controlar a publicidade dessas empresas, Bolsonaro respondeu que os ministros devem seguir seu pensamento ou n�o se pronunciar.
"Olha, por exemplo, meus ministros... Eu tinha uma linha, armamento. Eu n�o sou armamentista? Ent�o, ministro meu ou � armamentista ou fica em sil�ncio. � a regra do jogo", afirmou ele. A frase foi interpretada at� por aliados como um pux�o de orelha em Santos Cruz.
Previd�ncia
Sobre a reforma da Previd�ncia, Bolsonaro afirmou que a proposta "n�o pode ser desidratada". Segundo o presidente, se o texto aprovado pelo Congresso Nacional representar uma economia abaixo de R$ 800 bilh�es isso ser� o mesmo que "retardar a queda do avi�o".
"Ela (a proposta) n�o pode ser desidratada, tem um limite. Abaixo disso apenas, como disse Paulo Guedes (ministro da Economia), vai retardar a queda do avi�o. O Brasil n�o pode quebrar. N�s temos que al�ar um voo seguro para que todos possam se beneficiar da nossa economia", afirmou.
Bolsonaro fez o coment�rio ao abordar cr�ticas do presidente da comiss�o especial que analisa a proposta de emenda � constitui��o (PEC) da reforma, o deputado Marcelo Ramos (PR-AM). O parlamentar afirmara que Bolsonaro prejudica a reforma ao falar dela. Na quinta-feira, o presidente disse a jornalistas, durante caf� da manh� no Pal�cio do Planalto, que uma economia de R$ 800 bilh�es seria um ponto de inflex�o positivo na economia. Um valor abaixo, na sua avalia��o, poderia levar a uma crise como a da Argentina. A proposta original da equipe econ�mica, por�m, previa mais de R$ 1 trilh�o de economia ao governo.
O presidente argumentou, ainda, que existe uma rela��o de respeito m�tuo entre ele e o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e disse que todos os brasileiros dependem da a��o conjunta de ambos. Bolsonaro observou que pretende conversar com o deputado a respeito de declara��es dele sobre seus filhos, associados por Maia a "loucuras" do governo.
Em entrevista ao site Buzzfeed, Maia afirmou que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) vive um "momento de deslumbramento" e � quem, na pr�tica, comanda as Rela��es Exteriores do Pa�s. De acordo com o site, Maia disse, ainda, que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) "pode ser doido � vontade", mas "todos est�o convictos" de que, na pr�tica, � o pr�prio Bolsonaro quem comanda essas a��es nas redes sociais.
"Eu tenho certeza de que isso � um fake (falso). Eu gosto do Rodrigo Maia, ele tem respeito comigo e eu tenho por ele. Mandei mensagem via Onyx (Lorenzoni, ministro da Casa Civil) para ele ontem � noite dizendo que o que n�s dois juntos podemos fazer n�o tem pre�o. E 208 milh�es de pessoas precisam de mim e dele, e grande parte de voc�s. Rodrigo Maia � pessoa important�ssima para o futuro de 208 milh�es de pessoas. Espero brevemente poder conversar com ele", afirmou.
Perguntado sobre a inten��o do Minist�rio da Educa��o de reduzir verbas para cursos superiores de Ci�ncias Humanas, como Sociologia e Filosofia, Bolsonaro n�o detalhou como a medida se daria. "Precisamos formar bons profissionais que sejam �teis para o Brasil e n�o formar militantes", disse.
Bolsonaro esteve neste s�bado na periferia de Bras�lia visitando a menina Yasmin Alves, que participou da comemora��o de P�scoa no Pal�cio do Planalto, na semana passada. O presidente esclareceu que perguntou ao grupo de crian�as que esteve no Planalto quem ali era palmeirense. "E ela falou que n�o. Nada mais al�m disso", afirmou Bolsonaro.
Na ocasi�o, o jornal O Estado de S. Paulo publicou, com base no v�deo postado nas redes sociais do presidente, que a menina havia se recusado a cumpriment�-lo. A informa��o foi corrigida imediatamente ap�s o governo esclarecer que a negativa da menina era, na verdade, uma resposta ao questionamento do presidente sobre futebol.