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Estado de Minas

Parlamentares avaliam risco eleitoral da reforma da Previd�ncia

Eles fazem as contas sobre o custo nas urnas da vota��o da Previd�ncia.Cen�rio � favor�vel ao governo, por causa da dist�ncia de 2022 e de ganhos econ�micos


postado em 29/04/2019 06:00 / atualizado em 29/04/2019 07:32

Deputado Marcelo Ramos (PR-AM) pretende definir amanhã o calendário da comissão especial (foto: PABLO VALADARES/CÂMARA DOS DEPUTADOS)
Deputado Marcelo Ramos (PR-AM) pretende definir amanh� o calend�rio da comiss�o especial (foto: PABLO VALADARES/C�MARA DOS DEPUTADOS)

Bras�lia – As indica��es para a composi��o da comiss�o especial da reforma da Previd�ncia foram minuciosas. Se a oposi��o vai para o tudo ou nada, confiante de que o argumento contra os beneficia, a nomea��o dos partidos de centro foi mais meticulosa. Afinal, a experi�ncia mais recente da vota��o do texto no colegiado especial mostra que o voto favor�vel �s mudan�as nas regras de aposentadoria tira, em m�dia, 31,3% de votos. Os l�deres de partidos fizeram as contas e foram comedidos sobre quem indicar, sabendo que o desgaste com a mat�ria pode custar apoios. O presidente da comiss�o especial, Marcelo Ramos (PR-AM), se re�ne com lideran�as partid�rias amanh� para definir o calend�rio para os trabalhos. O colegiado ter� a primeira reuni�o ordin�ria em 7 de maio.

Quando a reforma proposta pelo governo Temer tramitou na comiss�o especial, o relat�rio foi aprovado com 23 votos favor�veis. Desses, cinco deputados n�o concorreram � reelei��o e um disputou o Senado, Ricardo Tr�poli (PSDB-SP), que n�o conseguiu novo mandato. Os outros 17 somaram 1,08 milh�o nas �ltimas elei��es. Em 2014, juntos, atingiram 1,57 milh�o. Desses 17, mesmo os cinco reeleitos obtiveram, juntos, menos votos: 443 mil. Nas elei��es de 2014, somaram 469,1 mil, o que representa redu��o de 5%. A realidade foi ainda mais dura para os que n�o conseguiram votos para a reelei��o. Em 2014, somaram 1,10 milh�o. Em 2018, 638,8 mil — tombo de 42,2%. S�o contas que lideran�as fizeram antes de ir para a nova etapa da guerra da Previd�ncia.

� fato que o voto a favor da reforma, dado em 3 de maio de 2017, n�o foi o �nico fator para o insucesso na reelei��o. A vota��o perto de fim de mandato deixou recorda��o mais fresca na mem�ria dos eleitores. Mas o impacto das redes sociais para expor os parlamentares favor�veis ao texto, somado ao pretenso alinhamento deles a Temer — denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da Rep�blica — potencializou as derrotas em um clima eleitoral de antipol�tica.

Mas votar pela moderniza��o da Previd�ncia, com a oposi��o expondo e atacando quem � a favor, n�o � algo que ajuda, principalmente quando parte da estrat�gia dos partidos contr�rios ao texto prometem estampar os rostos dos favor�veis em suas bases eleitorais. “Toda reforma que mexe com direitos o parlamentar pensa duas vezes antes de encarar, porque o desgaste � grande”, pondera o l�der do Podemos na C�mara, Jos� Nelto (GO).

O discurso econ�mico, de que os parlamentares poder�o ser bonificados com a retomada da economia ao se comprometer com a aprova��o da mat�ria, n�o convence a todos os congressistas no curto prazo. “Her�i bom � her�i vivo, n�o morto”, adverte Nelto. O parlamentar avalia que o governo deve pensar politicamente e ser solid�rio � base, n�o solit�rio. “O governo est� em um jogo. Se n�o tivermos cuidado, ele sai como her�i e, n�s, sa�mos como vil�es”, acrescenta.

A vaga do Podemos na comiss�o especial ser� composta pelo deputado L�o Moraes (GO). A participa��o dele no colegiado foi amplamente discutida na bancada, uma vez que a no��o dos riscos foi alvo de conversas internas. Miss�o semelhante ser� conduzida pelo deputado Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), representante do partido no colegiado. “Se meu voto custar o mandato, que custe, mas n�o estarei l� buscando a reelei��o. Vou trabalhar pela retomada da economia”, destaca.

AFAGOS  Os parlamentares dispostos a votar a favor da reforma v�o encarar a oposi��o na mesma moeda. “S�o eles que est�o enganando a popula��o. A oposi��o vai bater e mentir, mas n�o terei medo de assumir posi��o. Se n�o votarmos agora, estaremos apenas adiando o inevit�vel. Sem a moderniza��o da Previd�ncia, os investimentos v�o sumir e vai faltar emprego para os chefes de fam�lia colocarem p�o e comida na mesa”, sustenta Martins.

A tramita��o na comiss�o especial refor�a a necessidade por cobran�as a altera��es na articula��o pol�tica. Partidos v�o cobrar garantias a curto prazo de que ser�o bem recompensados com o “sim” � proposta. A press�o � por espa�os em superintend�ncias e autarquias do governo federal nos estados, mediante indica��es pol�ticas nesses �rg�os. A libera��o de emendas parlamentares — que o governo � obrigado a executar — � outro pedido.

O governo n�o tem para onde fugir. Ou faz afagos aos parlamentares ou sucumbe, alerta o cientista pol�tico Enrico Ribeiro, consultor da Queiroz Assessoria em Rela��es Institucionais e Governamentais. Para ele, a a��o inicial do governo deve ser voltada para dividir o �nus, ou seja, come�ar a defender abertamente a reforma da Previd�ncia e garantir que ela � importante ao pa�s. � algo que o governo n�o vinha fazendo e, agora, o presidente Jair Bolsonaro tenta fazer. “O resto � afagar os parlamentares. N�o vejo outra solu��o pac�fica al�m de negociar, republicanamente, cargos e troca de emendas. � o que pode diminuir o desgaste pol�tico”, avalia.


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