Com uma crise deflagrada entre militares e "olavistas" no governo, o alto comando das For�as Armadas foi comunicado nesta ter�a-feira, 7, que precisar� aumentar o contingenciamento inicialmente previsto nos recursos destinados � Defesa. Antes de 21%, agora o bloqueio ser� de 44% dos R$ 13,1 bilh�es do or�amento da �rea, o equivalente a R$ 5,8 bilh�es. S� � menor do que o corte previsto na Educa��o, de R$ 7,3 bilh�es.
A not�cia foi dada durante almo�o do presidente Jair Bolsonaro com os comandantes do Ex�rcito (Edson Pujol), da Marinha (Ilques Barbosa Jr.) e da Aeron�utica (Ant�nio Carlos Bermudez). O ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, tamb�m participou do encontro, que ocorreu no quartel-general do Ex�rcito, em Bras�lia.
Os militares ouviram a promessa de que, com a esperada recupera��o da economia, a verba possa ser desbloqueada para n�o afetar os projetos em andamento considerados priorit�rios. O mesmo discurso foi usado mais tarde pelo porta-voz da Presid�ncia, general Ot�vio do R�go Barros.
"Com a aprova��o da nova Previd�ncia e outras a��es estruturantes, o governo entende que pode reacomodar esse or�amento, n�o s� no Minist�rio da Defesa, mas em todos os outros envolvidos que foram contingenciados", disse.
Em nota, o Minist�rio da Defesa disse que o bloqueio n�o afetar� opera��es da pasta "no momento". "Tal bloqueio, no momento, n�o imp�e necessidade de mudan�as na operacionalidade do Minist�rio da Defesa. A pasta trabalha com a expectativa de recupera��o da economia e reequil�brio do or�amento brevemente."
Oficiais-generais ouvidos pela reportagem, por�m, afirmam que caso os recursos n�o sejam liberados at� setembro, a situa��o nos quart�is ficar� "cr�tica".
Briga
Militares tamb�m ouviram apelos de Bolsonaro para que cessem as pol�micas com o escritor Olavo de Carvalho, considerado "guru do bolsonarismo". Nas �ltimas semanas, Olavo tem feito cr�ticas a integrantes do governo, como o vice-presidente, Hamilton Mour�o, e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz. Nesta ter�a, ap�s o ex-comandante do Ex�rcito, general Eduardo Villas B�as, dizer em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que Olavo presta um "desservi�o ao Pa�s", o guru voltou �s redes sociais para novos ataques. Desta vez, sem tr�plicas dos militares.
'Sapos'
Questionado se tamb�m iria pedir a Olavo para baixar o tom em rela��o aos militares, Bolsonaro se esquivou. "Olavo � dono do seu nariz, assim como eu sou dono meu nariz e voc� � do seu", disse. "Eu recebo cr�ticas muito graves e n�o reclamo. O pessoal fala muito em engolir sapo e eu engulo sapo pela fosseta lacrimal", completou, demonstrando irrita��o e encerrando a entrevista ap�s evento no Pal�cio do Planalto.
Auxiliares do presidente tentam contornar a crise para que o foco seja mantido na reforma da Previd�ncia, prioridade do governo, mas que enfrenta resist�ncias no Congresso.
Coube ao atual chefe de Villas B�as, o ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI), general Augusto Heleno, dar o �ltimo recado de Bolsonaro. "A postura do presidente foi muito clara e muito l�cida. Diante de todos os fatos que j� aconteceram, ele determinou que a gente virasse a p�gina disso e deixasse de alimentar essa discuss�o, que n�o tem de acrescentado nada, e que a melhor solu��o daqui pra frente � o sil�ncio", afirmou em entrevista � GloboNews. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA