Em S�o Paulo, manifesta��o contra cortes na Educa��o tem ades�o menor

A manifesta��o contra os cortes na Educa��o realizada no Largo da Batata, em S�o Paulo, nesta quinta-feira, 30, reuniu um n�mero menor de pessoas em rela��o ao ato do dia 15. Os protestos n�o contaram com a participa��o formal dos partidos de oposi��o, mas foram convocados por entidades estudantis como a Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE) e a Uni�o Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

Os manifestantes ocuparam parte do Largo da Batata e pelo menos uma quadra da Avenida Faria Lima at� �s 18h30 desta quinta-feira. Os organizadores calculam presen�a de 60 mil pessoas no ato. "A gente avalia que a manifesta��o do dia 26 (pr�-governo) foi significativa, mas n�o queremos comparar os dias 15, 26 e 30. S�o propostas diferentes. N�o queremos briga de torcida", afirma a presidente da UNE, a estudante Marianna Dias.

Segundo ela, a manifesta��o de hoje foi "t�o vitoriosa" quanto a do dia 15. A presidente da UNE disse, ainda, que o mote "Fora (Jair) Bolsonaro" por ora est� fora de cogita��o e o "Lula Livre" n�o � o centro da manifesta��o.

A ades�o menor em rela��o � manifesta��o anterior j� era esperada pelos organizadores, segundo revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta quinta-feira. Entre os manifestantes, muitos usavam camisetas com a imagem do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e a inscri��o "Lula Livre", mas esse tema ficou fora da maioria dos discursos.

'Como podem cortar mais verba', afirma estudante

Estudante de Fonoaudiologia, na Unifesp, Isabella Guedes, de 19 anos, disse ter vindo � manifesta��o por ter medo de n�o concluir a gradua��o que iniciou neste ano com o congelamento do or�amento da Universidade. "J� faltam coisas b�sicas no campus, de materiais a professores. Como podem cortar ainda mais verba?", questiona.

As irm�s Sarah e Grace Yitzhak, de 23 e 24 anos, vieram juntas ao protesto porque mesmo em momentos diferentes da vida escolar, ambas temem que a pol�tica atual para a Educa��o as impe�a de estudar. Sarah estuda para fazer o Enem no fim do ano e quer cursar Filosofia. "H� tenta inseguran�a na educa��o que n�o sei nem ao menos se teremos Enem neste ano", diz.

J� Grace est� no �ltimo ano do curso de Qu�mica, na Unifesp, e diz temer n�o conseguir terminar a gradua��o neste ano. "Com o bloqueio do or�amento, a Universidade s� tem dinheiro para funcionar at� setembro. Depois disso como ficam os estudantes?"

M�dica residente da USP, Thais Fink, de 29 anos, diz que o bloqueio de recursos a preocupa por afetar n�o s� a educa��o, mas diversas pol�ticas p�blicas de sa�de. "A pesquisa que fazemos � important�ssima para a sociedade e para a sa�de. O governo n�o tem dimens�o da import�ncia do que � produzido nas universidades", diz.

Em S�o Paulo, as cidades de Franca, S�o Carlos, Campinas e ao menos 7 outras cidades tiveram as mobiliza��es estudantis. At� 18h30 desta quinta-feira, ao menos 50 cidades do Pa�s registraram atos contra os cortes.

Minas Gerais

Em Belo Horizonte, manifestantes se concentraram na Pra�a Afonso Arinos, Regi�o Central de Belo Horizonte, para protesto contra o corte de recursos na �rea da Educa��o. "N�o � mole n�o, tem dinheiro pra mil�cia mas n�o tem para a Educa��o", gritam estudantes e professores.

A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Institui��es Federais de Ensino (Sindifes), Cristina del Papa, acredita que 30 mil pessoas devem participar do ato contra o corte de recursos do governo federal na noite desta quinta-feira, 30, em Belo Horizonte.

A sindicalista afirma que a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) dever� perder R$ 65 milh�es e que essa redu��o come�ar� a ser sentida a partir de julho. "Nosso recado aqui, hoje, � que n�o d� para suportar o corte que est� sendo feito pelo governo federal. Vai atingir o dia a dia da universidade", afirma. Em Minas Gerais, as cidades de Juiz de Fora, Uberl�ndia, Ouro Preto e Governador Valadares tiveram atos.

Bahia

Em Salvador, lideran�as sindicais, pol�ticas, de partidos de esquerda, e suas milit�ncias, engrossaram a manifesta��o de estudantes ocorrida na manh� dessa quinta-feira, 30, no centro. Al�m de protestarem contra o corte nas verbas destinadas � Educa��o, eles recha�avam as reformas do governo federal, principalmente a da Previd�ncia; defendiam "Lula Livre" e "Fora Bolsonaro".

Logo na largada, de cima de um minitrio, l�deres do protesto pediam vaias para o ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, e aplausos para os sindicatos presentes ao evento. De acordo com o comando do movimento, mais de 30 mil pessoas participaram do ato, que come�ou por volta das 10h e terminou por volta das 12h30. No manifesto do dia 15 de maio foi estimada a participa��o de mais de 50 mil pessoas.

A presidente do Sindicato dos Professores das Institui��es Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), Raquel Nery, tentou minimizar a presen�a das Centrais sindicais no movimento, dizendo n�o haver uma rela��o direta entre a pauta dos estudantes e a dos sindicatos. "O protesto foi organizado pelos estudantes e � deles o protagonismo. As demais entidades apoiam o movimento. N�o podemos dar a esse 30 de maio a cor das centrais sindicais", destacou.

Como no ato passado, sobraram cr�ticas tamb�m para o governador da Bahia, Rui Costa, que � do PT. "Governador, que baixaria, educa��o n�o � mercadoria", gritavam alunos e professores da UNEB - Universidade Estadual da Bahia, que est�o em greve h� 52 dias.

Par�

Em Bel�m, os manifestantes sa�ram por volta das 18 horas da Pra�a da Rep�blica, centro da capital. E devem caminhar por tr�s quil�metros at� a Pra�a do Oper�rio, tradicional ponto de protestos da esquerda. Ainda n�o h� informa��es sobre o n�mero de manifestantes./PEDRO VENCESLAU, ISABELA PALHARES, F�BIO GRELLET E LEONARDO AUGUSTO, HELIANA FRAZ�O, JENNEFER ANDRADE, FELIPE LAURENCE E HELOISA BAUMGRATZ, ESPECIAIS PARA AE