O Minist�rio P�blico Federal no Paran� denunciou nesta quarta-feira, 5, o ex-governador Beto Richa (PSDB), seu irm�o, Jos� Richa Filho, "Pepe Richa", seu primo, Luiz Abi Antoun, e seus aliados Ezequias Moreira, Dirceu Pupo Moreira, Rafael Gluck e Jos� Maria Ribas Mueller por corrup��o de cerca de R$ 7,5 milh�es.
A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato afirma que, ao longo de 2014, "os acusados cometeram crimes de corrup��o ativa e passiva, fraude licitat�ria e lavagem de dinheiro, relacionadas � licita��o para Parceria P�blico Privada para explora��o e duplica��o da PR-323, que liga Maring� a Francisco Alves, no noroeste do Paran�".
As informa��es foram divulgadas pela Procuradoria. De acordo com a den�ncia, Richa, Ezequias e "Pepe", em conluio com Rafael Gluck e Jos� Maria Ribas Mueller, fraudaram a licita��o em favor do Cons�rcio Rota das Fronteiras, composto, entre outras, pela empresa Tucumann Engenharia e pela Odebrecht.
Em menos de um ano, entre 2018 e 2019, o tucano foi preso tr�s vezes, alvo da Procuradoria da Rep�blica e do Minist�rio P�blico do Estado do Paran�. Em mar�o passado, Richa foi detido preventivamente, sob suspeita de obstru��o de Justi�a, corrup��o, fraude � licita��o e organiza��o criminosa - na ocasi�o, ele foi capturado na fase 4 da Opera��o Quadro Negro, por supostos desvios de R$ 22 milh�es de escolas.
Richa havia sido capturado tamb�m na Opera��o Radiopatrulha e, ainda, pelos agentes da Opera��o Integra��o, desdobramento da Lava Jato na Justi�a Federal.
Em todas as vezes ele acabou beneficiado por decis�es judiciais e ganhou liberdade.
A investiga��o que d� base � nova den�ncia contra o ex-governador identificou um contato entre executivos ligados �s empresas do cons�rcio e os agentes p�blicos antes da publica��o das diretrizes para a licita��o ganha posteriormente pelo grupo.
A Lava Jato afirma que "os agentes p�blicos atuaram para o afastamento de outros potenciais concorrentes e descumpriram formalidades legais". De acordo com o Minist�rio P�blico Federal, "para garantir o favorecimento do cons�rcio, o grupo criminoso integrado pelo ex-governador recebeu vantagens indevidas de cerca de R$ 7,5 milh�es".
"Para garantir que o Cons�rcio Rota das Fronteiras vencesse a licita��o para a explora��o e duplica��o da PR-323, executivos da Odebrecht ofereceram pelo menos R$ 4 milh�es a Denilson Roldo, no interesse de Beto Richa, Pepe Richa e Ezequias Moreira e, para viabilizar o recebimento dissimulado de valores, Dirceu Pupo Moreira e Luiz Abi Antoun atuaram como intermedi�rios", afirma a nota.
"Dentro deste valor prometido pelos empres�rios, per�cias dos sistemas Drousys e MyWebDay, da Odebrecht, revelaram no intervalo de dois meses ao longo de 2014, pagamentos superiores a R$ 3,5 milh�es para o codinome "Piloto", utilizado para identificar o ex-governador."
A Lava Jato apontou que tamb�m houve recebimento de outra vantagem indevida, de R$ 3,4 milh�es. O valor foi repassado, segundo a Procuradoria, a Beto Richa, por meio de cotas de um im�vel em valor subfaturado por parte de Rafael Gluck e de Jos� Maria Ribas Mueller, executivos da Tucumann Engenharia, empresa que fazia parte do cons�rcio e que foi beneficiada pelo esquema criminoso.
"Este valor foi dissimulado pela participa��o da Ocapor� como intermedi�ria, empresa formalmente gerida por Dirceu Pupo Ferreira, mas ligada por intrincadas rela��es societ�rias a Beto Richa e seus familiares", informa o Minist�rio P�blico Federal.
A Procuradoria afirma que a an�lise das opera��es financeiras e das informa��es cont�beis da Ocapor� apontou que Rafael Gluck e Jos� Maria Ribas, ap�s seis anos de investimento, venderam um empreendimento imobili�rio conclu�do � empresa de familiares de Beto Richa por valor inferior ao investido.
A estimativa feita pelo setor t�cnico da Procuradoria-Geral da Rep�blica � de que a venda formal se deu em um valor 44% inferior ao pre�o de mercado.
Pelos recebimentos em esp�cie e pelas outras dissimula��es adotadas para o pagamento das vantagens, a den�ncia tamb�m apontou o cometimento de crimes de lavagem de dinheiro.
Defesas
Em nota, a defesa de Beto Richa "reafirma que seu cliente n�o cometeu nenhuma irregularidade, e que sempre esteve � disposi��o para prestar esclarecimentos. Reiterando assim, a inoc�ncia do ex-governador e a confian�a no Poder Judici�rio".
O advogado Marlus Arns de Oliveira, que atua na defesa de Ezequias Moreira, informou que se manifestar� nos autos.
A reportagem busca contato com todos os outros denunciados pelo Minist�rio P�blico Federal no Paran�. O espa�o est� aberto para as manifesta��es de defesa.
POL�TICA