Lula e entorno tentam reduzir expectativa sobre semiaberto

O entorno do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva est� se cercando de cuidados em rela��o ao parecer do Minist�rio P�blico Federal (MPF) favor�vel � ida do petista para o regime semiaberto.

A ordem � n�o falar sobre estrat�gias em curso para pagar a multa de R$ 2,4 milh�es aplicada pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ) ao ex-presidente nem sobre o local onde Lula poderia trabalhar caso seja transferido para o regime semiaberto.

Advogados e pessoas pr�ximas ao ex-presidente temem que a divulga��o dessas informa��es sirva de muni��o para advers�rios tentarem dificultar a sa�da do petista, preso em Curitiba desde o dia 7 de abril do ano passado depois de ser condenado por lavagem de dinheiro e corrup��o passiva no caso do triplex do Guaruj�.

Na ter�a, em entrevista as blogs "Tutameia" e "Di�rio do Centro do Mundo", o pr�prio Lula tratou de baixar as expectativas em rela��o ao parecer do MPF.

"Eu n�o sei (se vou sair). Deixa eu contar uma coisa para voc�s. Eu n�o gosto de alimentar expectativa. N�o tem nada pior para um preso do que expectativa frustrada. Quando voc� est� livre, voc� marca o encontro com uma namorada ou namorado, e ele n�o comparece, voc� fica fulo da vida, vai num bar, toma uma cacha�a ou um u�sque e voc� fica normal. Mas, quando voc� est� preso e tem uma expectativa e ela n�o acontece...", avaliou o ex-presidente.

Na entrevista, Lula disse que n�o aceitaria ser obrigado a usar tornozeleira eletr�nica. "Tornozeleira � para bandido ou pombo", disse ele. Em dois pareceres encaminhados ao STJ no dia 29 de maio, o MPF afirma que Lula j� pode progredir para o regime semiaberto - quando o condenado sai da pris�o para trabalhar durante o dia e retorna � noite.

O entendimento do MPF � de que o tempo que o petista j� cumpriu em Curitiba (um ano, um m�s e 28 dias completados nesta quarta-feira, 5) deve ser descontado da pena de oito anos, 10 meses e 20 dias imposta pelo STJ em abril. Com isso, a puni��o cairia para menos de oito anos de pris�o, pena m�nima para que o condenado seja enviado ao regime semiaberto.

Caso o STJ acolha os argumentos da defesa e do MPF e decida que Lula tem direito a migrar para o semiaberto, o petista ainda precisa pagar a multa de R$ 2,4 milh�es e conseguir um emprego que justifique as sa�das di�rias.

Segundo o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, uma possibilidade � o ex-presidente trabalhar no pr�prio Instituto, onde dava expediente desde que deixou a Presid�ncia da Rep�blica at� a v�spera da pris�o. "� uma possibilidade, mas quem vai decidir isso � a ju�za de execu��o. De qualquer forma, acho que n�o � dif�cil conseguir um emprego para o Lula", disse Okamotto.

De acordo com ele, ainda n�o h� discuss�o sobre como fazer para arrecadar os R$ 2,4 milh�es da multa, que � objeto de recursos por parte da defesa de Lula. "A empresa (OAS) j� fez acordo de leni�ncia e pegou os preju�zos � Petrobras. O apartamento j� foi leiloado. V�o cobrar pela terceira vez?", questionou Okamotto.