A for�a-tarefa da Lava Jato no Minist�rio P�blico Federal do Paran� (MPF/PR) afirmou, neste domingo, 9, que "seus membros foram v�timas de a��o criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques � atividade do Minist�rio P�blico, � vida privada e � seguran�a de seus integrantes".
Os procuradores reagem �s reportagens do site The Intercept, que revelou mensagens de texto de membros da Lava Jato, entre eles o atual Ministro da Justi�a Sergio Moro e Deltan Dallagnol. As reportagens mostram que o coordenador da for�a-tarefa da Lava Jato tinha d�vidas pessoais quanto ao conte�do da den�ncia contra o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva no caso tr�plex. Tamb�m acusam uma suposta atua��o irregular entre Moro e Deltan.
"A a��o vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunica��o privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtra��o de identidade de alguns de seus integrantes. N�o se sabe exatamente ainda a extens�o da invas�o, mas se sabe que foram obtidas c�pias de mensagens e arquivos trocados em rela��es privadas e de trabalho", dizem os procuradores.
"Dentre as informa��es ilegalmente copiadas, possivelmente est�o documentos e dados sobre estrat�gias e investiga��es em andamento e sobre rotinas pessoais e de seguran�a dos integrantes da for�a-tarefa e de suas fam�lias. H� a tranquilidade de que os dados eventualmente obtidos refletem uma atividade desenvolvida com pleno respeito � legalidade e de forma t�cnica e imparcial, em mais de cinco anos de Opera��o", afirmam.
Os procuradores afirmam ter "tr�s preocupa��es".
"Primeiro, os avan�os contra a corrup��o promovidos pela Lava Jato foram seguidos, em diversas oportunidades, por fortes rea��es de pessoas que defendiam os interesses de corruptos, n�o raro de modo oculto e dissimulado."
"A viola��o criminosa das comunica��es de autoridades constitu�das � uma grave e il�cita afronta ao Estado e se coaduna com o objetivo de obstar a continuidade da Opera��o, expondo a vida dos seus membros e fam�lias a riscos pessoais. Ningu�m deve ter sua intimidade - seja f�sica, seja moral - devassada ou divulgada contra a sua vontade. Al�m disso, na medida em que exp�e rotinas e detalhes da vida pessoal, a a��o ilegal cria enormes riscos � intimidade e � seguran�a dos integrantes da for�a-tarefa, de seus familiares e amigos", afirmam.
Os procuradores afirmam que "� importante dar continuidade ao trabalho". "Apenas neste ano, dezenas de pessoas foram acusadas por corrup��o e mais de 750 milh�es de reais foram recuperados para os cofres p�blicos. Apenas dois dos acordos em negocia��o poder�o resultar para a sociedade brasileira na recupera��o de mais de R$ 1 bilh�o em meados deste ano. No total, em Curitiba, mais de 400 pessoas j� foram acusadas e 13 bilh�es de reais v�m sendo recuperados, representando um avan�o contra a criminalidade sem precedentes. Al�m disso, a for�a-tarefa garantiu que ficassem no Brasil cerca de 2,5 bilh�es de reais que seriam destinados aos Estados Unidos."
"Em face da agress�o cibern�tica, foram adotadas medidas para aprimorar a seguran�a das comunica��es dos integrantes do Minist�rio P�blico Federal, assim como para responsabilizar os envolvidos no ataque hacker, que n�o se confunde com a atua��o da imprensa. Desde o primeiro momento em que percebidas as tentativas de ataques, a for�a-tarefa comunicou a Procuradoria-Geral da Rep�blica para que medidas de seguran�a pudessem ser adotadas em rela��o a todos os membros do MPF. Na mesma dire��o, um grupo de trabalho envolvendo diversos procuradores da Rep�blica foi constitu�do para, em aux�lio � Secretaria de Tecnologia da Informa��o e Comunica��o da PGR, aprofundar as investiga��es e buscar as melhores medidas de preven��o a novas investidas criminosas", dizem.
"Em conclus�o, os membros do Minist�rio P�blico Federal que integram a for�a-tarefa da opera��o Lava Jato renovam publicamente o compromisso de avan�ar o trabalho t�cnico, imparcial e apartid�rio e informam que est�o sendo adotadas medidas para esclarecer a sociedade sobre eventuais d�vidas sobre as mensagens trocadas, para a apura��o rigorosa dos crimes sob o necess�rio sigilo e para minorar os riscos � seguran�a dos procuradores atacados e de suas fam�lias", concluem.
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