A for�a-tarefa da Opera��o Lava Jato emitiu nota na madrugada desta segunda-feira, 10, na qual critica o vazamento de supostas mensagens entre integrantes do Minist�rio P�blico Federal (MPF) no Paran� e o ministro S�rgio Moro, quando este era juiz, e reafirma a atua��o imparcial da Justi�a.
"A imparcialidade da atua��o da Justi�a � confirmada por in�meros pedidos do Minist�rio P�blico indeferidos, por 54 absolvi��es de pessoas acusadas, e por centenas de recursos do Minist�rio P�blico", diz o texto.
No domingo, dia 9, o site The Intercept Brasil divulgou o suposto conte�do de mensagens trocadas por Moro e integrantes do MPF-PR, como o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa em Curitiba. As conversas supostamente mostrariam que Moro teria orientado investiga��es da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram.
O site afirmou que recebeu de fonte an�nima o material. O The Intercept tem entre seus fundadores Glenn Greenwald, americano radicado no Brasil que � um dos autores da reportagem. De acordo com o site, h� conversas escritas e gravadas nas quais Moro sugeriu mudan�a da ordem de fases da Lava Jato, al�m de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decis�o a Dallagnol.
A nota da for�a-tarefa afirma, ainda, que o objetivo do vazamento � atacar a Opera��o Lava Jato e que h� "n�tida orienta��o ideol�gica" no site, que teria publicado conte�do "tendencioso".
Em mensagem publicada mais cedo, os procuradores disseram ter "tranquilidade" de que as mensagens "refletem atividade desenvolvida com pleno respeito � legalidade e de forma t�cnica e imparcial" e que n�o ir�o "se dobrar � invas�o imoral e ilegal, � extors�o ou � tentativa de expor e deturpar suas vidas pessoais e profissionais".
Veja a �ntegra da nota publicada pelo MPF-PR:
"1. Diante das supostas mensagens publicadas pelo site The Intercept Brasil, cuja fonte criminosa n�o foi revelada, a for�a-tarefa Lava Jato do Minist�rio P�blico Federal no Paran� (MPF/PR) esclarece que apenas oferece acusa��es quando presentes provas consistentes dos crimes. Antes da apresenta��o de den�ncias s�o comuns debates e revis�es sobre fatos e provas, de modo a evitar acusa��es fr�geis em preju�zo aos investigados. No caso Triplex, a pr�tica dos crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro foi examinada por nove ju�zes em tr�s inst�ncias que concordaram, de forma un�nime, existir prova para a condena��o.
2. A atua��o da for�a-tarefa � revestida de legalidade, t�cnica e impessoalidade. A imparcialidade da atua��o da Justi�a � confirmada por in�meros pedidos do Minist�rio P�blico indeferidos, por 54 absolvi��es de pessoas acusadas, e por centenas de recursos do Minist�rio P�blico. Al�m disso, todas as decis�es proferidas submeteram-se � revis�o de inst�ncias judiciais superiores e independentes.
3. A for�a-tarefa entende que a pris�o em regime fechado restringe a liberdade de comunica��o dos presos, como j� manifestado em autos de execu��o penal, o que n�o se trata de uma quest�o de liberdade de imprensa. O entendimento vale para todos os que se encontrem nessa condi��o, independentemente de quem sejam.
4. Merece registro o fato de que nenhum pedido de esclarecimento ocorreu antes das publica��es, o que surpreende e contraria as melhores pr�ticas jornal�sticas. Esclarecimentos posteriores, evidentemente, podem n�o ser vistos pelo mesmo p�blico que leu as mat�rias originais, o que tamb�m fere um crit�rio de justi�a. Al�m disso, � digno de nota o vi�s tendencioso do conte�do divulgado, o que � um indicativo que pode confirmar o objetivo original do hacker de, efetivamente, atacar a opera��o Lava Jato, aspecto refor�ado pelo fato de as not�cias estarem sendo divulgadas por site com n�tida orienta��o ideol�gica.
5. A for�a-tarefa do MPF/PR � integrada por 15 procuradores da Rep�blica e por mais de 30 servidores, que praticaram milhares de atos em investiga��es e processos conduzidos com absoluta lisura ao longo de mais de cinco anos, sob constante escrut�nio do Poder Judici�rio em diversas inst�ncias, que confirma o car�ter apartid�rio e a legalidade de sua atua��o.
6. Neste momento, a for�a-tarefa renova seu compromisso de prestar um servi�o de excel�ncia � sociedade na esfera da Justi�a, continuando a promover a responsabiliza��o de criminosos poderosos e a recuperar bilh�es desviados em favor dos brasileiros. Apenas neste ano, dezenas de pessoas foram acusadas por corrup��o e mais de 750 milh�es de reais foram recuperados para os cofres p�blicos. Apenas dois dos acordos em negocia��o poder�o resultar para a sociedade brasileira na recupera��o de mais de R$ 1 bilh�o em meados deste ano. No total, em Curitiba, mais de 400 pessoas j� foram acusadas e R$ 13 bilh�es v�m sendo recuperados, representando um avan�o contra a criminalidade sem precedentes.
7. Os procuradores da for�a-tarefa manifestaram aqui preocupa��o com poss�veis mensagens fraudulentas ou retiradas do devido contexto. A for�a-tarefa da Lava Jato estar� � disposi��o para prestar esclarecimentos sobre fatos e procedimentos de sua responsabilidade, com o objetivo de manter a confian�a p�blica na plena licitude e legitimidade de sua atua��o, assim como de prestar contas de seu trabalho � sociedade.
8. A exposi��o p�blica de informa��es obtidas por atividades cibern�ticas criminosas ainda estimula ataques similares, a extors�o de v�timas, e o ambiente de internet, como a 'dark web', em que s�o praticados outros graves crimes."
POL�TICA