
Em entrevista publicada na ter�a-feira (11/6) no site Ag�ncia P�blica, Greenwald afirmou que "a Globo foi para a For�a Tarefa da Lava-Jato, aliada, amiga, parceira, s�cia. Assim como a For�a Tarefa da Lava-Jato foi o mesmo para a Globo". Al�m disso, Greenwald disse que "a grande m�dia n�o estava reportando sobre a Lava-Jato, ela estava trabalhando para a Lava-Jato".
Nesta quarta-feira, a Globo rebateu as cr�ticas por meio de nota. Segundo a emissora, Greenwald tentou uma parceria para a divulga��o das conversas, nos moldes da que foi feita no caso dos documentos secretos da NSA, revelados por Edward Snowden, mas que o jornalista teria sa�do da reuni�o ap�s a empresa dizer que s� poderia aceitar uma parceria caso soubesse do que se tratava.
A emissora tamb�m afirma que, assim que o site The Intercept publicou as mensagens, a central de jornalismo deu destaque � apura��o do site, com mais de "cinco minutos no Fant�stico e depois em todos os telejornais da Globo". "Se a avalia��o dele em rela��o ao jornalismo da Globo e a cobertura da Lava-Jato nos �ltimos cinco anos � esta exposta na entrevista, por que insistiu tanto para repetir 'uma parceria vitoriosa' e ser tema de um dos programas de maior prest�gio da emissora?", questiona a nota. Al�m disso, a emissora afirmou que cobriu a Lava-Jato com "corre��o e objetividade" (leia a nota na �ntegra abaixo).
Nota da Rede Globo sobre Glen Greenwald
"Glenn Greenwald procurou a Globo por e-mail no �ltimo dia 29 de maio para propor uma nova parceria de trabalho. Em 2013, a emissora j� havia dividido com ele o trabalho sobre os documentos secretos da NSA referentes ao Brasil. Uma parceria que mereceu elogios dele pela forma como foi conduzido o trabalho.
Greenwald ficou ainda mais agradecido por um gesto da Globo. Nas reportagens que a emissora divulgou, em algumas fra��es de segundo era poss�vel ver nomes de funcion�rios da ag�ncia americana, que n�o trabalhavam em campo, mas em escrit�rio. Mesmo assim, tal exposi��o poderia lev�-lo a responder a um processo em seu pa�s natal, os Estados Unidos. A Globo, ent�o, assumiu sozinha a culpa, declarando que, durante a realiza��o da reportagem, Greenwald se preocupava sobremaneira com a seguran�a de seus compatriotas. Tal atitude o livrou de qualquer risco.
Ao e-mail do dia 29 de maio seguiram-se alguns telefonemas na tentativa de conciliar agendas (ele estava viajando) para um encontro, finalmente marcado. Ele ocorreu na reda��o do Fant�stico no dia 5 de junho. Na conversa, insistindo em n�o revelar o tema, ele disse que tinha uma grande “bomba a explodir” e repetiu que queria voltar a dividir o trabalho com a Globo, pelo seu profissionalismo. Mas, antes, gostaria de saber se a emissora tinha algo contra ele, sem especificar claramente os motivos da pergunta, apenas dizendo que falara mal da Globo em algumas ocasi�es. Provavelmente se referia a um artigo que seu marido, o deputado David Miranda, do PSOL, tinha publicado no Guardian com mentiras em rela��o � cobertura do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O artigo foi rebatido por Jo�o Roberto Marinho, presidente do Conselho Editorial do Grupo Globo, fato que deu origem a coment�rios desairosos do pr�prio Greenwald.
Na conversa de 5 de junho, ele afirmou que “tudo estava no passado”. Prontamente, ouviu que jamais houve restri��o (de fato, David Miranda j� foi inclusive convidado para entrevista em programa da GloboNews). Greenwald ouviu tamb�m, com insist�ncia, por tr�s vezes, que a Globo s� poderia aceitar a parceria se soubesse antes o conte�do da tal “bomba” e sua origem, procedimento �bvio. Greenwald se despediu depois de ouvir essa pondera��o.
A Globo ficou aguardando at� que, na sexta-feira � tarde, Greenwald mandou um e-mail afirmando que n�o recebeu nenhuma resposta da Globo e que devia supor que a emissora n�o estava interessada em reportar este material. Como Greenwald, no e-mail, continuava a sonegar o teor e origem da “bomba”, n�o houve mais contatos. N�o haveria como assumir qualquer compromisso de divulga��o sem conhecimento do que se tratava.
No domingo, seu site, o Intercept, publicou as mensagens atribu�das ao ministro Sergio Moro e procuradores da Lava-Jato, assunto que mereceu na mesma noite destaque em reportagem de mais de cinco minutos no Fant�stico (e depois em todos os telejornais da Globo).
Na segunda, uma funcion�ria do Intercept sugeriu que o programa Conversa com Bial entrevistasse um dos editores do site para um debate sobre jornalismo investigativo. Como o pr�prio site anunciou que as publica��es de domingo eram apenas o come�o, recebeu como resposta que era conveniente esperar o conjunto da obra, ou algo mais abrangente, antes de se pensar numa entrevista.
Por tudo isso, causam indigna��o e revolta os ataques que ele desfere contra a Globo na entrevista publicada na Ag�ncia P�blica. Se a avalia��o dele em rela��o ao jornalismo da Globo e a cobertura da Lava-Jato nos �ltimos cinco anos � esta exposta na entrevista, por que insistiu tanto para repetir “uma parceria vitoriosa” e ser tema de um dos programas de maior prest�gio da emissora? A Globo cobriu a Lava-Jato com corre��o e objetividade, relatando seus desdobramentos em outras inst�ncias, abrindo sempre espa�o para a defesa dos acusados. O comportamento de Greenwald nos epis�dios aqui narrados permite ao p�blico julgar o car�ter dele."