A defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva voltou a se manifestar depois que novas trocas de mensagens atribu�das ao ministro da Justi�a, S�rgio Moro, e procuradores da Lava Jato foram reveladas, na noite desta sexta-feira, 14, pelo site The Intercept Brasil. Em nota, Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins dizem que as novas mensagens, "al�m de afastar qualquer d�vida de que o ex-juiz S�rgio Moro jamais teve um olhar imparcial em rela��o a Lula, mostram o patroc�nio estatal de uma persegui��o pessoal e profissional, respectivamente, ao ex-presidente e aos advogados por ele constitu�dos".
"� estarrecedor constatar que o juiz da causa, ap�s auxiliar os procuradores da Lava Jato a construir uma acusa��o artificial contra Lula, os tenha orientado a desconstruir a atua��o da defesa t�cnica do ex-Presidente e a pr�pria defesa pessoal por ele realizada durante seu interrogat�rio (10/05/2017)", afirmam na nota os advogados de Lula.
De acordo com as supostas mensagens publicadas nesta sexta, o ex-juiz federal pediu aos procuradores em Curitiba que divulgassem uma nota � imprensa para responder ao que chamou de "showzinho" da defesa do ex-presidente Lula e apontar "contradi��es" do petista, ap�s o depoimento prestado por ele no caso do tr�plex do Guaruj� (SP).
O pedido, de acordo com o site, foi feito por Moro ao ent�o procurador da Rep�blica Carlos Fernando dos Santos Lima na noite do dia 10 de maio de 2017 - mesmo dia do depoimento prestado por Lula. O v�deo da audi�ncia foi divulgado por decis�o do pr�prio Moro, ent�o magistrado da 13� Vara da Justi�a Federal no Paran�.
Os supostos di�logos, que envolvem tamb�m mensagens do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal (MPF) em Curitiba, mostram que os procuradores acataram a sugest�o do atual ministro para tirar o foco de Moro e proteg�-lo. Segundo o site, as conversas ocorreram por meio do aplicativo Telegram e foram enviadas por fonte an�nima.
"� inimagin�vel dentro de um Estado de Direito que o Estado-juiz e o Estado-acusador se unam em um bloco monol�tico para atacar o acusado e seus advogados com o objetivo de impor condena��es a pessoa que sabem n�o ter praticado qualquer crime", continua a defesa de Lula na nota publicada neste s�bado.
Segundo os advogados, tais fatos "refor�am o que sempre defendemos nos processos e no comunicado encaminhado em julho de 2016 ao Comit� de Direitos Humanos da ONU: Lula � v�tima de 'lawfare' e o ataque aos seus advogados � uma das t�ticas utilizadas para essa pr�tica nefasta".
Tamb�m nesta s�bado, o Minist�rio da Justi�a afirmou que n�o confirma a veracidade das mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Por meio de nota, o minist�rio declarou que "n�o reconhece a autenticidade e n�o comentar� supostas mensagens de autoridades p�blicas colhidas por meio de invas�o criminosa de hackers e que podem ter sido adulteradas e editadas".
A pasta reiterou, na nota, "a necessidade de que o suposto material, obtido de maneira criminosa, seja apresentado � autoridade independente para que sua integridade seja certificada."
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