Sem a presen�a do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), de quem recebeu cr�ticas e acusa��es pelas redes sociais, o vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, recebeu nesta segunda-feira, 17, a Medalha Pedro Ernesto, principal homenagem conferida pela C�mara Municipal do Rio a quem � de fora da cidade e se destaca de alguma forma na sociedade local. Carlos chegou a apoiar a iniciativa de conceder a medalha a Mour�o, em fevereiro, mas nesta segunda fez quest�o de deixar o pr�dio logo ap�s a chegada do general.
Cercado de seguran�as e sem dar entrevistas, Carlos saiu rapidamente da C�mara em dire��o ao carro que j� o esperava do lado de fora. Mour�o chegou � Casa tamb�m cercado de um forte esquema de seguran�a, e n�o permitiu a presen�a de rep�rteres na cerim�nia e nem conversou com a imprensa no fim do evento.
Em um discurso de menos de dez minutos, o vice-presidente recordou a �poca em que morou no Rio de Janeiro "e sa�a com o dinheiro na sunga para jogar um futebol na praia".
Nascido no Rio Grande do Sul, Mour�o chegou ao Rio de Janeiro em 1958 e anos depois foi estudar no Col�gio Militar, "para realizar um dos meus maiores sonhos, que era me tornar paraquedista". A homenagem aconteceu um dia ap�s Mour�o receber o t�tulo de Cidad�o Em�rito de Porto Alegre.
Sem citar temas atuais do governo, o general se limitou a mandar uma mensagem de otimismo para a cidade, que enfrenta grave crise financeira e altos �ndices de viol�ncia. "O Rio � a nossa capital cultural, e eu tenho certeza de que, com a melhora da situa��o do nosso pa�s, o Rio ir� ocupar o lugar que merece", afirmou ele.
Atritos
Desde que ajudou a aprovar a homenagem, em sess�o realizada em 15 de fevereiro, muita coisa mudou na rela��o com Mour�o. O filho "02" do presidente da Rep�blica entrou em guerra pelo Twitter com o vice, a quem acusou, entre outras coisas, de tentar assumir um lugar de protagonismo no governo e, assim, colocar em xeque a autoridade do presidente.
Ap�s insinua��es de que Mour�o queria o lugar de Bolsonaro - na �poca, se recuperando em S�o Paulo de uma facada durante a campanha, em Juiz de Fora -, o confronto entre os dois se intensificou quando Mour�o reagiu a cr�ticas feitas pelo escritor Olavo de Carvalho, considerado "guru" da fam�lia Bolsonaro, aos militares. Carlos chegou a disparar 17 mensagens em rede social com cr�ticas ao general em um �nico dia.
Outro ataque contra Mour�o teve como pretexto a decis�o do vice de aceitar participar de uma palestra nos Estados Unidos, organizado pelo instituto Wilson Center. � �poca, o texto do convite criticava o que a entidade via como paralisia do governo Bolsonaro, ao mesmo tempo que elogiava o desempenho de Mour�o. "Se n�o visse n�o acreditaria que aceitou (o convite) com tais termos", disse Carlos em uma publica��o no Twitter no dia 23 de abril.
A crise social e econ�mica na Venezuela foi outro ponto de atrito entre os dois, depois que o vice-presidente fez coment�rios para que o Pa�s n�o se envolvesse a ponto de estimular uma guerra civil no vizinho.
Outra diverg�ncia ficou expl�cita, publicamente, quando o ex-deputado Jean Wyllys anunciou sua sa�da do Brasil, alegando ter recebido amea�as contra sua vida. Mour�o afirmou que o Pa�s poderia proteg�-lo. "Nosso governo n�o tem pol�tica para perseguir minorias, esse n�o � o jeito que n�s nos comportamos", afirmou o vice � �poca. Em rea��o, Carlos considerou a declara��o uma demonstra��o de alinhamento do vice-presidente ao ex-parlamentar filiado ao PSOL. Wyllys mora agora na Europa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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