
Um novo trecho de conversas trocadas entre procuradores da Lava-Jato, revela que o coordenador da for�a-tarefa da opera��o no Paran�, Deltan Dallagnol, atuou para afastar a procuradora Laura Tessler do julgamento do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. De acordo com os di�logos, revelados pela r�dio BandNews, Dallagnol agiu a pedido do ministro da Justi�a, S�rgio Moro, na �poca em que ele era juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro teria criticado o desempenho de Laura durante as audi�ncias, o que resultou em mudan�as na escolha da equipe.
A conversa foi lida pelo jornalista Reinaldo Azevedo, que lembrou de outro trecho divulgado no dia 10 de junho pelo site The Intercept Brasil, em que Moro supostamente criticou o desempenho da procuradora Laura Tessler durante uma audi�ncia do caso Lula, em 2017. Em sabatina na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a do Senado (CCJ), Moro afirmou que n�o se recordava de ter conversado algo do tipo com Dallagnol, mas que se a orienta��o com rela��o � procuradora tiver ocorrido, “n�o tem nada de anormal”.
Durante as conversas, de acordo com Azevedo, Deltan encaminhou a mensagem de Moro com a orienta��o para o afastamento de Laura ao procurador Carlos Fernando Santos Lima, destacando que o assunto teria de ficar em sigilo e que ele deveria verificar se o aplicativo Telegram, por onde conversavam, n�o estava aberto em algum computador. “N�o comenta com ningu�m e me assegura que teu telegram n�o t� aberto a� no computador e que outras pessoas n�o est�o vendo por a�, que falo (Sic)”, escreveu Dallagnol.
Em seguida, os dois procuradores teriam combinado uma mudan�a na escala, para interferir na equipe de acusa��o que estaria presente em uma audi�ncia do caso do petista. “Vamos ver como est� a escala e, talvez, sugerir que v�o dois, e fazer uma reuni�o sobre estrat�gia de inquiri��o, sem mencionar ela”, completou Deltan, de acordo com a reportagem. Carlos responde: “Por isso, tinha sugerido que J�lio ou Robinho fossem tamb�m. No do Lula, n�o podemos deixar acontecer”.
Factoide
De acordo com a BandNews, na audi�ncia seguinte as conversas, em maio de 2017, Laura n�o estava mais no j�ri do ex-presidente Lula. No Senado, ao responder uma pergunta de Nelsinho Trade (PSD-MS), Moro negou ter atuado para afastar qualquer integrante do Minist�rio P�blico nos casos em que julgou na Lava-Jato.
Factoide
De acordo com a BandNews, na audi�ncia seguinte as conversas, em maio de 2017, Laura n�o estava mais no j�ri do ex-presidente Lula. No Senado, ao responder uma pergunta de Nelsinho Trade (PSD-MS), Moro negou ter atuado para afastar qualquer integrante do Minist�rio P�blico nos casos em que julgou na Lava-Jato.
“Senador, pelo teor das mensagens, se elas forem aut�nticas, n�o tem nada de anormal nessas comunica��es. O exemplo que Vossa Excel�ncia colocou � o claro exemplo de um factoide. Eu n�o me recordo especificamente dessa mensagem, mas o que consta no caso divulgado pelo site � uma refer�ncia de que determinado procurador da Rep�blica n�o tinha o desempenho muito bom em audi�ncia e para dar uns conselhos para melhorar. Em nenhum momento no texto, h� alguma solicita��o de substitui��o daquela pessoa. Tanto que essa pessoa continua e continuou realizando audi�ncias e atos processuais, at� hoje, dentro da opera��o Lava-Jato (…). Se aconteceu, de fato, n�o tem nada de il�cito. N�o estou comandando a for�a-tarefa da Lava-Jato”, disse Moro.
Em nota, divulgada na noite desta quinta-feira (20/6), o Minist�rio da Justi�a informou que S�rgio Moro “n�o reconhece a autenticidade da mensagem”, que, de acordo com a pasta, j� havia “sido divulgada na semana passada, n�o havendo nada de novo”. Al�m disso, nega que ocorra contradi��o com o que foi dito aos senadores. “Cabe esclarecer que o texto atribu�do ao ministro fala por si, n�o havendo qualquer solicita��o de substitui��o da procuradora, que continuou participando de audi�ncias nos processos e atuando na Opera��o Lava-Jato”, informa um trecho da manifesta��o do minist�rio.