Defensor da privatiza��o dos Correios, o presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta sexta-feira, 21, que a venda da estatal n�o depende apenas da vontade do Planalto, pois precisa da aprova��o do Congresso Nacional. Ele confirmou que o general Floriano Peixoto deixa o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia para assumir a empresa a partir de segunda-feira, dia 24.
"(A privatiza��o dos Correios) N�o depende da gente, depende do Congresso. Est� no radar, mas o trabalho de Peixoto � recuperar os Correios", afirmou Bolsonaro. Ele afirmou que, dentre as "miss�es" do general � frente da estatal, estaria inclusive tentar reverter o rombo do fundo de pens�o dos funcion�rios da empresa. "Tentaremos suprir o que foi retirado dos funcion�rios dos Correios nas p�ssimas administra��es passadas", completou o presidente.
Ap�s o an�ncio no Planalto, o general Floriano Peixoto afirmou que trabalhar� para fortalecer os indicadores financeiros dos Correios e evitou falar em privatiza��o. "Como isso acontecer�, cabe ao presidente da Rep�blica. Minha miss�o � continuar a desenvolver a empresa", respondeu.
Peixoto esclareceu que a sua sa�da da Secretaria-Geral da Presid�ncia n�o ocorreu devido a desentendimentos, mas por comum acordo com Bolsonaro. "Presidir os Correios me enche de satisfa��o, pelo grau de confian�a do presidente", declarou.
Ele confirmou ainda que as conversas para assumir a estatal come�aram ainda na semana passada e evitou comentar os motivos que levaram � demiss�o do ex-presidente dos Correios, o tamb�m general Juarez de Paula. "A sa�da do general Juarez � quest�o entre ele e o presidente da Rep�blica", limitou-se a responder.
Mais cedo, o governo editou uma edi��o extra do Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) com a exonera��o de Floriano Peixoto do cargo de ministro da Secretaria-Geral, que passar� a ser ocupado pelo major da Pol�cia Militar do Distrito Federal Jorge Antonio de Oliveira Francisco. Jorge Oliveira vai acumular o novo cargo com a fun��o de subchefe de Assuntos Jur�dicos, que j� exercia desde o in�cio do governo de Bolsonaro.
Lorenzoni
O presidente negou hoje durante a entrevista coletiva � imprensa a possibilidade de o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deixar o governo. Lorenzoni est� tranquilo e vai continuar conosco, afirmou Bolsonaro, poucos dias depois de promover mudan�as na articula��o pol�tica.
Bolsonaro decidiu tirar das m�os de Lorenzoni a articula��o e pass�-la ao general Luiz Eduardo Ramos, que ocupa a Secretaria de Governo. Em troca, Bolsonaro passou para o ministro a coordena��o do Plano de Parceria de Investimentos (PPI), programa respons�vel pelas concess�es de infraestrutura e por tocar privatiza��es.
"Onyx est� fortalecido com o PPI", afirmou Bolsonaro. "Todo mundo joga junto aqui", acrescentou. O presidente brincou ainda que a Secretaria de Governo, a Secretaria Geral e a Casa Civil funcionam como "fus�veis", em que os titulares se queimam para "n�o queimar o presidente".
Aparelhamento
Durante a coletiva, Bolsonaro tamb�m voltou a afirmar que, ao assumir, pegou o governo aparelhado, "com pessoas com ideologia diferente de democracia e liberdade". De acordo com Bolsonaro, alguns ministros escolhidos por ele tamb�m "n�o se adequaram a algumas quest�es".
A respeito das cr�ticas feitas na imprensa pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido na semana passada da secretaria de governo, Bolsonaro afirmou que "n�o tem nada a falar contra Santos Cruz". De acordo com o presidente, "�s vezes um excelente jogador de v�lei n�o d� certo no basquete".
� revista �poca, Santos Cruz havia afirmado que a gest�o de Bolsonaro � um "show de besteiras".
O presidente afirmou ainda que busca cumprir, no governo, aquilo que prometeu durante a campanha eleitoral. "Quando montamos o governo, por inexperi�ncia nossa, demos fun��es que n�o deram certo", reconheceu Bolsonaro. Ele citou ainda que o conselho de pol�ticos n�o deu certo, nasceu "natimorto".
POL�TICA