A for�a-tarefa da Lava-Jato do Minist�rio P�blico Federal (MPF) no Paran� ofereceu mais uma den�ncia no �mbito da opera��o, desta vez, contra o operador financeiro Atan de Azevedo Barbosa. Segundo os procuradores, Barbosa "atuava em defesa de interesses das empresas do Grupo Iesa no esquema que vitimou a Petrobras". Ele � formalmente acusado pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrup��o ativa e passiva.
Al�m de Atan Barbosa foram denunciados Arthur Pires Barbosa, filho dele, Valdir Lima Carreiro, executivo da IESA, o ex-diretor de Servi�os da estatal, Renato de Souza Duque, e o operador financeiro Zwi Skornicki.
A Lava-Jato sustenta que, entre 2006 e 2014, "a Iesa integrou um gigantesco cartel composto por 16 grandes empresas do ramo de engenharia que tinha a finalidade de fraudar concorr�ncias da Petrobras e dominar o mercado de montagem industrial da companhia".
"Os executivos permaneceram associados em uma organiza��o criminosa voltada para a pr�tica de corrup��o, lavagem de dinheiro, cartel e fraudes � licita��o."
Executivos de diversas empreiteiras que participaram do esquema j� foram denunciados e condenados ap�s den�ncias oferecidas nos anos anteriores. Segundo as investiga��es e, de acordo com provas obtidas, "em todos os contratos firmados pela Iesa houve oferecimento, promessa e pagamento de propina para as diretorias da estatal petrol�fera".
"Ap�s passar por opera��es de lavagem de capitais para esconder a origem, os valores da vantagem indevida eram distribu�dos por operadores financeiros aos diretores e funcion�rios da Petrobras, que auxiliavam no sucesso do esquema e para parlamentares dos partidos pol�ticos que sustentavam os diretores no cargo", afirma a Procuradoria.
Para garantir que o Grupo Iesa seguisse participando do esquema, e com o conhecimento dos executivos da empresa, entre eles Valdir Carreiro, o operador pagou propinas a ex-funcion�rios da Petrobras, entre eles Renato Duque (ex-diretor de Servi�os) e Pedro Barusco Filho (ex-gerente de Servi�os da estatal).
Segundo apontam as investiga��es, pelo menos entre junho de 2009 e abril de 2013, Atan Azevedo Barbosa pagou vantagem indevida no valor de US$ 29 mil mensais a Pedro Barusco Filho e Renato Duque, totalizando US$ 1,5 milh�o.
Duque est� preso desde mar�o de 2015. As condena��es a ele impostas somam 73 anos de pris�o. Barusco fez acordo de dela��o premiada, devolveu US$ 100 milh�es da propina que disse ter recebido ao longo de sua gest�o na Petrobras, e se livrou da cadeia.
"Ao mesmo tempo, entre junho de 2009 a mar�o de 2011, gra�as � atua��o criminosa, a Iesa celebrou com a Petrobras um contrato e sete aditivos que, somados, atingiram o montante de R$ 3,3 bilh�es", segue a den�ncia. "Durante o mesmo per�odo, tamb�m foi garantida a celebra��o, pela Companhia Brasileira de Diques, uma das empresas do Grupo Iesa, e a Petrobras, um contrato de arrendamento do Estaleiro Inha�ma, no valor de R$ 955,2 milh�es."
Para viabilizar o repasse da propina para os destinat�rios, foram utilizados expedientes variados pelo Grupo Iesa, segundo o Minist�rio P�blico Federal.
A Lava-Jato sustenta que foram formalizados contratos ideologicamente falsos com empresas de "consultoria" para a movimenta��o de dinheiro a partir da emiss�o de notas fiscais frias.
A Lava-Jato diz que, depois, os controladores das empresas que tiveram a contrata��o dos servi�os simulada, repassavam, no exterior, valores aos destinat�rios finais.
A acusa��o descreve que, "para conseguir recursos no exterior, Valdir Lima Carreiro, executivo da Iesa, solicitou aux�lio de Zwi Skornicki que, por manter valores em contas fora do Brasil, aceitou ajud�-lo".
Posteriormente, o pr�prio Atan Barbosa "tamb�m utilizou-se dos servi�os desse operador financeiro".
"Al�m de atuar nos interesses do Grupo Iesa, nesta den�ncia o operador Atan Azevedo Barbosa e seu filho, Arthur Azevedo Barbosa, s�o acusados de manter dep�sitos n�o declarados �s reparti��es financeiras brasileiras competentes."
Coopera��o internacional
Os procuradores anotam que, al�m de diversas provas colhidas ao longo da opera��o, como an�lise de e-mails, material de busca e apreens�o, termos de dela��o premiada que corroboram com os fatos apresentados, a den�ncia decorre da transfer�ncia pela Su��a, em favor das autoridades brasileiras, da investiga��o realizada naquele pa�s a fim de se apurar envolvimento de Atan de Azevedo Barbosa e de Valdir Lima Carreiro, pela pr�tica de corrup��o e lavagem de dinheiro no pa�s europeu.
"Isto s� refor�a que o n�mero de coopera��es internacionais celebradas dentro da opera��o Lava Jato demonstra um panorama que deve se tornar mais comum nos pr�ximos anos e no desenvolvimento de futuros trabalhos de investiga��o", informa a for�a-tarefa da Lava Jato.
"A troca de informa��es entre autoridades de diversos pa�ses com o objetivo de combater crimes transnacionais e desvendar uma s�rie de il�citos cometidos al�m do pr�prio pa�s � uma realidade que s� tende a crescer."
At� aqui na Lava-Jato - for�as-tarefas de Curitiba, Rio e Grupo de Trabalho da Procuradoria-Geral da Rep�blica - j� s�o 841 pedidos de coopera��o internacional envolvendo mais de 60 pa�ses.
S�o 368 pedidos ativos (feitos) a 61 pa�ses e 473 pedidos passivos (recebidos) de 37 pa�ses.
Defesas
A reportagem busca contato com a defesa do grupo Iesa e com os citados. O espa�o est� aberto para as manifesta��es de defesa.