Bolsonaro tenta capitalizar t�tulo do Brasil no Maracan�

O presidente Jair Bolsonaro tentou fazer da final da Copa Am�rica neste domingo, 7, no Maracan�, um teste de popularidade do seu governo. Ap�s a vit�ria do Brasil sobre o Peru (3 a 1), Bolsonaro participou da premia��o das sele��es e atletas no gramado do est�dio. Recebeu um misto de vaias e apoios ao adentrar e sair do campo.

A agenda no Maracan� foi mais um epis�dio em que o presidente brasileiro buscou vincular seu governo a um apoio popular. Bolsonaro havia dito que pretendia ir ao gramado acompanhado do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro, ap�s ser questionado sobre mensagens atribu�das ao ex-juiz e a procuradores da Lava Jato divulgadas pela revista Veja, em parceria com o site The Intercept Brasil. "O povo vai dizer se n�s estamos certos ou n�o", afirmou Bolsonaro na sexta-feira passada.

Segundo o Pal�cio do Planalto, o presidente viajou na tarde do domingo para o Rio com uma comitiva bem maior: nove ministros no total - al�m de Moro, estava entre eles o titular da Economia, Paulo Guedes. Tamb�m estavam l� dois dos seus filhos e deputados aliados.

Havia a expectativa de que Bolsonaro entregasse a ta�a de campe�o ao capit�o brasileiro, o lateral Daniel Alves, mas o presidente participou somente da entrega de medalhas. Ele, por�m, se integrou aos jogadores e membros da comiss�o t�cnica e tirou foto com o trof�u nas m�os. Alguns jogadores e membros da delega��o fizeram um coro de "mito", como os mais fi�is seguidores de Bolsonaro costumam se referir a ele. Depois, a comitiva presidencial foi vaiada quando caminhou pelo gramado rumo ao t�nel de sa�da.

Durante a premia��o, Bolsonaro cumprimentou os jogadores da sele��o brasileira, e a torcida n�o reagiu - os aplausos surgiam a cada atleta anunciado, e, aparentemente, n�o se referiam ao presidente nem aos ministros e parlamentares.

Ao longo do jogo, tamb�m n�o houve rea��o da plateia a Bolsonaro e sua comitiva. Os pol�ticos chegaram quando a cerim�nia de encerramento da competi��o, realizada antes da partida, j� havia come�ado. As redes sociais do presidente publicaram v�deos e fotos. Em um deles, Bolsonaro comemora um dos gols da sele��o e levanta o bra�o de Moro.

Alvo de uma s�rie de reportagens sobre mensagens atribu�das a ele e procuradores da Lava Jato, o ministro da Justi�a j� havia acompanhado o presidente no est�dio Man� Garrincha, em Bras�lia, para ver CSA x Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro.

'Interfer�ncia'

Sem a companhia de Moro, Bolsonaro esteve na semana passada no Mineir�o, onde assistiu � semifinal entre Brasil e Argentina, vencida pela equipe brasileira por 2 a 0. Antes da partida, o presidente se reuniu com Neymar, que havia sido cortado da sele��o por les�o.

Bolsonaro deixou a �rea reservada � sua comitiva e desceu ao gramado do est�dio. O presidente passou perto da arquibancada, pegou uma bandeira entregue por torcedores, a agitou e depois a devolveu. O Mineir�o se dividiu entre vaias e aplausos, e Bolsonaro disse que as vaias eram dirigidas � sele��o da Argentina, que havia voltado ao campo.

Ap�s a semifinal, a Federa��o de Futebol da Argentina (AFA) formalizou uma reclama��o � Conmebol, entidade organizadora da Copa Am�rica, em que classificou a passagem de Bolsonaro pelo gramado como uma "interfer�ncia pol�tica". A entidade, no entanto, considerou normal a atitude do presidente.

Neste domingo havia tamb�m a expectativa de que ele repetisse a atitude na partida semifinal e entrasse no gramado durante o intervalo, o que n�o ocorreu.

Antes, quando comemorou o primeiro gol do Brasil, o presidente sofreu um escorreg�o ao levantar da poltrona em que estava, mas n�o chegou a cair. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.