
Para isso, a legenda iniciou nesta semana as articula��es para lan�ar candidatura � Prefeitura de Belo Horizonte. Em entrevista ao Estado de Minas, o novo presidente do partido, deputado federal Paulo Abi Ackel n�o quis antecipar nomes, mas disse ter op��es “interessant�ssimas” que podem surpreender. “A gente n�o est� morto”, disse.
Apesar de ela e outros tucanos ocuparem cargos na administra��o do Novo, Abi Ackel nega que o partido integre a base e afirmou n�o esperar qualquer apoio nas elei��es. O parlamentar tamb�m falou sobre a situa��o do deputado federal A�cio Neves e a rela��o do PSDB de Minas com o de S�o Paulo.
O PSDB perdeu espa�o nas �ltimas elei��es, n�o tem mais o comando do governo de Minas e da Prefeitura de BH. � poss�vel se reerguer?
� poss�vel e estamos nos reerguendo.O partido tem muitas prefeituras fortes, mais de 15% dos vereadores do estado, mais de uma centena de prefeitos, duas centenas de vice-prefeitos, � a maior bancada de deputados federais, proporcionalmente falando, do Brasil e do estado. Temos cinco deputados de um total de 53 e S�o Paulo tem 6 em um total de 74. O PSDB de Minas est� mais vivo do que nunca. Claro, j� fomos mais fortes, mas isso n�o quer dizer que n�o estejamos em condi��es de ter protagonismo nas pr�ximas elei��es. N�o estamos mortos.
''O PSDB de Minas est� mais vivo do que nunca. Claro, j� fomos mais fortes, mas isso n�o quer dizer que n�o estejamos em condi��es de ter protagonismo nas pr�ximas elei��es''
O partido ficou muito queimado com a Lava-Jato e com o envolvimento do senador A�cio Neves. O que precisa para se recuperar?
Todos os partidos sofreram com esses �ltimos tempos da pol�tica, essas revela��es das opera��es, n�o teve nenhum que n�o tenha sentido os efeitos e isso aconteceu com o PSDB tamb�m. Mas basta ver a hist�ria recente da nossa vida pol�tico-partid�ria para saber que todos tiveram momentos de diminui��o e aumento, isso � c�clico. Vamos voltar a ser fortes como j� fomos. Trabalhamos para isso e n�o somos pequenos hoje, mesmo com todos os problemas.
Qual a estrat�gia para a pr�xima elei��o � Prefeitura de BH?
Vamos ter candidatura pr�pria. N�o temos nome ainda definido. Estamos fazendo algumas avalia��es e tendo conversas, mas h� nomes interessant�ssimos e com vontade de serem candidatos pelo PSDB. Vamos surpreender.
''Os deputados estaduais est�o liberados para votar com o Zema, isso n�o significa que o partido fa�a parte da base, o partido � independente e tem reafirmado essa condi��o''
O partido perdeu um nome, o do deputado estadual Jo�o V�tor Xavier, que foi para o Cidadania. Que outros nomes teria?
N�o posso lan�ar uma candidatura agora, tenho que esperar o partido centrifugar um pouco essas ideias. Seria prematuro falar em nomes. Temos alguns pol�ticos conhecidos que t�m vontade e algumas lideran�as novas despontando e que podem se transformar em figuras de express�o.
A ideia � ter candidatura pr�pria em todo o estado?
Estou trabalhando muito nisso. Onde j� temos prefeito com certeza (teremos), mas estamos focando muito em outras cidades onde n�o temos, como Ipatinga, Tim�teo, Tr�s cora��es, e tentando fortalecer o partido. Mas n�o podemos esquecer da nossa for�a no interior, estamos tentando fazer candidatura em quase todos os munic�pios.
Quando o sr. assumiu o partido, houve cr�ticas de parte dos tucanos � participa��o do PSDB no governo Romeu Zema. Como est� essa divis�o?
Os deputados estaduais est�o liberados para votar com o Zema, isso n�o significa que o partido fa�a parte da base, o partido � independente e tem reafirmado essa condi��o. N�o houve nenhuma conversa institucional do Zema ou de quem quer que seja ligado a ele com o PSDB, n�o temos uma indica��o de cargo feita oficialmente pelo partido ao governo. A gente reconhece que o governo foi buscar no PSDB alguns nomes que aceitaram servir ao estado em car�ter pessoal. Porque tamb�m vamos olhar o lado do governador, ele ia buscar no PT? Veio buscar no PSDB, o que � natural. Os membros do PSDB que est�o emprestando sua experi�ncia ao governo est�o fazendo em car�ter pessoal, assim como l� em Bras�lia, n�o sendo base temos tamb�m o Rog�rio Marinho, secret�rio nacional da Previd�ncia, o relator da reforma � do PSDB, e eu vou votar pela reforma, mas n�o sou base do Bolsonaro.
''O PSDB pode ter defeitos, mas nunca se afastou do seu ideal que � inclusive um estado mais leve, tanto que privatizamos tudo que foi poss�vel no governo Fernando Henrique''
Esperam algum apoio do governador na elei��o?
N�o. Nem est� no planejamento do PSDB.
Como o senhor avalia a nova postura pol�tica de Zema e Bolsonaro?
Eles fazem a mesmas pol�ticas que todos fizeram, com algumas modifica��es que podem at� ser aproveitadas daqui pra frente. Vejo que Bolsonaro conseguiu algo novo da pol�tica recente, que � o fim do presidencialismo de coaliz�o, mas isso � algo de 20 e poucos anos para c�, � uma fase que terminou com ele. N�o existe isso de nova pol�tica. Existe a boa pol�tica e a pol�tica malfeita, feita sem �tica, de maneira incorreta.
Os tucanos tiveram um grande embate com o prefeito Alexandre Kalil na �ltima elei��o. Acredita que v� se repetir ou pode ter alguma conversa com ele?
Acho improv�vel. Acredito que o PSDB v� ter candidatura pr�pria e, portanto, � improv�vel que se alinhe a qualquer outro projeto.
Como est� a rela��o do PSDB de Minas com o de S�o Paulo? O governador Jo�o Doria chegou a interferir aqui por uma alian�a com o Zema quando se falou em rompimento...
Ele pr�prio reconheceu que n�o foi muito feliz em sua declara��o e que os mineiros � que t�m de decidir. � um fato vencido. A rela��o do PSDB de Minas com o Doria � excelente, estamos torcendo para que ele seja o candidato a presidente, mas ele n�o admite nem sequer falar nisso ainda. Ter� de ter um bom desempenho em Minas, sem o qual � dif�cil vencer, e vamos contribuir no momento certo. Se vier a ser candidato, vamos apoiar e tentar dar maior vota��o.
Qual vai ser o papel de A�cio e Anastasia no trabalho de levantar o PSDB no estado?
Primeiro, a gente precisa enxergar o partido como uma agremia��o muito mais ampla do que a ideia que se faz quando se analisa os dois �ltimos governadores. Temos uma milit�ncia muito bem consolidada, deputados prefeitos e vereadores no estado inteiro. � preciso relativizar os efeitos de problemas e solu��es relacionados a Anastasia e A�cio. S�o membros do partido, assim como temos outros e temos a pretens�o de continuar a ser muito fortes com ambos. O papel do A�cio enquanto deputado federal ser� igual ao dos outros deputados federais. Com a experi�ncia que tem � bom que seja sempre ouvido, igual ao Anastasia. Temos a expectativa de ter o Anastasia cada vez mais participativo em rela��o aos temas do PSDB.
O Anastasia pode sair do PSDB?
Tenho que lidar com a realidade. Ele lida com os projetos do partido na rotina, foi � conven��o, fez um belo discurso, est� muito atuante, vejo o Anastasia muito participativo no partido.
O PSDB perdeu o espa�o de contraponto � esquerda para a extrema-direita, com a elei��o de Bolsonaro e Zema. Como recuperar?
Perdemos a capacidade de ser a alternativa ao PT. Tivemos alguns erros talvez, mas tenho a impress�o de que o PSDB vai protagonizar essa volta ao equil�brio e ao centro, que � a m�dia do pensamento do brasileiro. O brasileiro n�o � de radicalismos pol�ticos, conviveu bem com uma inclina��o � esquerda na �poca do governo Lula, mas recha�ou quando come�ou a ficar muito inclinado. Temos o pensamento pol�tico no centro. E tamb�m n�o � � direita, tem uma parcela, mas n�o � a maioria. Acho que a popula��o brasileira consegue voltar a convergir para o pensamento de centro.
O senhor define o PSDB hoje como um partido de centro-direita ou centro-esquerda?
No auge da popularidade do Lula talvez tenhamos feito algum discurso mais inclinado para o centro-direita, mas uma coisa muito pequena. Temos sempre nos posicionado como um partido de centro e a gente n�o tem incoer�ncia: a gente vem defendendo a reforma da Previd�ncia, a tribut�ria, a do pacto federativo desde depois do Plano Real. O PSDB pode ter defeitos mas nunca se afastou do seu ideal que � inclusive um estado mais leve, tanto que privatizamos tudo que foi poss�vel no governo Fernando Henrique.