
A indica��o do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada brasileira dos Estados Unidos, em Washington, ainda nem foi confirmada oficialmente pelo presidente Jair Bolsonaro, mas as articula��es est�o a todo vapor. Senadores minimizam a disputa pol�tica que o assunto provocou, mas o governo busca, com as articula��es, garantir vit�ria logo no in�cio da retomada das atividades legislativas. Seria, para interlocutores, um sinal de for�a no Senado, que iniciar� os debates da reforma da Previd�ncia ap�s conclus�o da vota��o em segundo turno na C�mara.
Os di�logos s�o incipientes, mas ganham for�a dia ap�s dia desde que o presidente comentou o tema, na �ltima quinta-feira. A confirma��o de Eduardo deve ser feita at� o fim deste m�s, uma vez que Bolsonaro n�o tem “plano B”. As costuras est�o sendo conduzidas junto aos parlamentares da Comiss�o de Rela��es Exteriores (CRE) do Senado para “desempatar” o placar, que nas contas de congressistas e interlocutores governistas est� pr�ximo de oito votos favor�veis e oito contr�rios. At� a noite nessa ter�a-feira (16/7), dois votos ainda eram desconhecidos na sondagem de articuladores contatados pelo EM. O do senador Rom�rio (Podemos-RJ) e da quinta vaga, ainda n�o definida, do bloco MDB, PRB, PP. � esse posto vago o alvo central das articula��es. O l�der do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), suplente da CRE, costura dentro do bloco sua indica��o.
Al�m de Bezerra, comp�em os suplentes Renan Calheiros (MDB-AL), Simone Tebet (MDB-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Vanderlan Cardoso (PP-GO). Os dois pepistas s�o classificados como inc�gnita, enquanto Calheiros poderia votar contra—por vingan�a � articula��o governista que encaminhou a vit�ria de Davi Alcolumbre (DEM-AP) � Presid�ncia do Senado —, e Tebet se posicionou contrariamente. Para ela, a indica��o de Eduardo � o “maior equ�voco” que Bolsonaro comete desde que assumiu a Presid�ncia.

Independentemente de ser legal ou constitucional a indica��o, Tebet avalia que n�o � moral. “Contradiz tudo aquilo com que o presidente se comprometeu em campanha, com um discurso de meritocracia. N�o podemos esquecer que � uma carreira diplom�tica que exige, normalmente, 30 anos de trabalhos no exterior para se chegar ao posto mais alto, que � ser embaixador nos EUA”, declarou ao Correio.
O governo trata o placar de 8x8 com margem de erro, pois acredita que alguns senadores, na hora da vota��o, poderiam apoiar a indica��o de Eduardo. Ainda assim, cinco votos contr�rios s�o dados como certos. S�o os casos dos senadores da oposi��o, Jaques Wagner (PT-BA), Renilde Bulh�es (Pros-AL), K�tia Abreu (PDT-TO), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Marcos do Val (Cidadania-ES), vice-presidente do colegiado—que, em 2017, teve desentendimento p�blico com Eduardo. Em um eventual empate, a expectativa � de que o desempate viria do voto do presidente do colegiado, Nelsinho Trad (PSD-MS).
Convencimento
Uma derrota na CRE n�o seria terminativa, pois o placar do colegiado tem que ser confirmado em plen�rio, mas uma vit�ria daria um norte para o governo montar corpo e estrutura de apoio com alvo nos pr�ximos passos. Restar� ao governo convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que identifica o c�nsul-geral do Brasil em San Francisco, embaixador Pedro Borio, como o nome ideal para assumir a embaixada de Washington.
O presidente do Senado disse que Eduardo ser� sabatinado “igual” a todos os outros. Para a ala governista, � um sinal de que o engajamento de Alcolumbre para costurar um qu�rum numeroso em plen�rio exigir� um custo, que pode envolver o apadrinhamento de algum indicado do demista. Quem tem auxiliado o governo � o diretor executivo do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) do Senado, M�rcio Coimbra, homem de confian�a de Alcolumbre, ele tem tr�nsito entre os senadores. Foi Coimbra quem o apresentou aos representantes da alta c�pula do Partido Republicano dos EUA e � Casa Branca, em viagem feita ao fim de 2018.
Conselho de Governo discute novos passos
A vit�ria do governo na C�mara dos Deputados com a aprova��o da reforma da Previd�ncia foi o tema central da reuni�o do Conselho de Governo nessa ter�a-feira (16/7). O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, agradeceu o empenho da equipe, mas lembrou que ainda ser� necess�rio aprovar a mat�ria em segundo turno e manifestou os pr�ximos desafios, como a reforma tribut�ria. A agenda foi comentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que informou os estudos de novas a��es para desafogar a economia e retomar o crescimento. O chefe da equipe econ�mica citou como poss�veis estrat�gias as privatiza��es, o pacto federativo, o Plano Mansueto, a libera��o de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi�o (FGTS), e a cess�o onerosa de petr�leo e g�s.