
Com a b�n��o do ex-ministro Ciro Gomes, a c�pula do PDT criou restri��es � concess�o de legenda para as pr�ximas elei��es como forma de enquadrar a deputada Tabata Amaral (PDT-SP). Reunida nesta quarta-feira, 17, em Bras�lia, a Executiva Nacional, a Comiss�o de �tica e presidentes de movimentos sociais do partido determinaram a suspens�o de Tabata e de outros sete deputados por 60 dias, per�odo no qual transcorrer� o processo disciplinar por terem contrariado a orienta��o de bancada e votado a favor da reforma da Previd�ncia.
A puni��o s� ser� definida ao fim desse prazo e, provavelmente, ter� car�ter mais brando que a expuls�o, pelas expectativas de dirigentes. Na pr�tica, entretanto, a decis�o mais importante foi a de impedir filiados que integram "grupos de financiamento externo" de disputarem elei��es pelo PDT.
A determina��o vale para aqueles que participam de movimentos de renova��o pol�tica como RenovaBR e Acredito, aos quais Tabata est� diretamente ligada.
Dos oito dissidentes, Tabata era a �nica tratada internamente como potencial candidata na elei��o municipal do ano que vem, segundo dirigentes. Uma candidatura dela � Prefeitura de S�o Paulo tinha como principal entusiasta o presidente nacional do partido, Carlos Lupi. Ciro defendia internamente que o partido aguardasse e consolidasse a imagem da novata no Legislativo.
Com a decis�o, o PDT fez valer a posi��o defendida pelo pr�prio Ciro, que em entrevista ao Broadcast Pol�tico, na �ltima segunda-feira, 16, criticou duramente o que descreveu como "dupla milit�ncia" de Tabata e dos demais dissidentes.
Segundo ele, os tais grupos financiados por recursos privados "fraudam" o sistema eleitoral brasileiro, ao atuarem como partidos pol�ticos sem deixarem de receber dinheiro de empresas. "Tem a� o MBL. Por que ela n�o vai para o MBL?", ironizou Ciro.
Embora integre a Executiva Nacional do PDT na condi��o de vice-presidente, o ex-ministro n�o participou da reuni�o desta quarta. Ciro viajou para a Bahia e conversou remotamente com outros dirigentes. Procurado pela reportagem, ele apenas manifestou em mensagem o apoio � determina��o da c�pula partid�ria. "Apoio integralmente a decis�o tomada hoje pela executiva nacional, conselho de �tica e presidentes dos movimentos sociais do PDT", escreveu.
Tabata vem se mantendo reclusa desde que eclodiu a pol�mica sobre seu voto a favor da Previd�ncia. A deputada trocou de telefone e deixou de atender a colegas de partido. Alguns se queixaram de terem sido exclu�dos de grupos de Whatsapp criados pela deputada. Procurada pela reportagem, ela informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que n�o iria se pronunciar.
Divisor de �guas
De acordo com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, a decis�o de restringir a legenda a quem integrar os tais "grupos de financiamento externo" vale n�o s� para os parlamentares que votaram a favor da Previd�ncia, como para todos os filiados.
Ao Broadcast Pol�tico, Lupi disse que o partido n�o pode se omitir e "fingir que n�o v� o que est� acontecendo". "Estamos dizendo, sim, que aqueles que continuarem nesses grupos n�o poder�o disputar elei��es pelo PDT. Se ela ficar, n�o ser� candidata", afirmou Lupi. "A vota��o da reforma da Previd�ncia foi, para n�s, um divisor de �guas."
Assim como Ciro, Lupi afirmou que Tabata e os demais deputados participaram de todo o processo de discuss�o interna sobre a reforma da Previd�ncia e que ela somente se manifestou contrariamente � orienta��o do partido �s v�speras da vota��o. "Esses grupos passaram at� mesmo a direcionar o voto de deputados. N�o tem como aceitar isso", acrescentou.
Apesar de ter obtido voto da maioria da c�pula pedetista, a decis�o de restringir a concess�o de legenda a Tabata teve oposi��o de alguns. Um integrante do encontro de quarta ouvido pelo Broadcast Pol�tico disse considerar exagerada a restri��o de legenda e defendeu que a puni��o aos que votaram a favor da Previd�ncia seja mais branda que a expuls�o. "N�o podemos agir como se f�ssemos um tribunal de inquisi��o", disse a fonte.