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Estado de Minas

PF investiga por que hackers invadiram celular de Moro e demais autoridades

Os quatro hackers presos em S�o Paulo invadiram celulares de mil autoridades, entre eles o do ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, S�rgio Moro


postado em 25/07/2019 06:00 / atualizado em 25/07/2019 08:35

Bras�lia – Com a pris�o de quatro suspeitos de invadir o celular do ministro da Justi�a, S�rgio Moro, a Pol�cia Federal agora se concentra na busca pelas motiva��es do crime.

Os investigadores tamb�m querem saber se outras pessoas est�o envolvidas no caso, o que deve gerar novas fases da Opera��o Spooling, que apura o acesso ilegal a celulares de diversas autoridades, como ju�zes federais e delegados.

No apartamento de dois suspeitos, os agentes encontraram R$ 100 mil em esp�cie, dentro de uma mala. Al�m disso, movimenta��es financeiras no valor de R$ 627 mil entre mar�o e julho deste ano na conta dos acusados chamaram a aten��o dos investigadores.
 
At� o momento, as dilig�ncias apontam para um grupo especializado na invas�o de aparelhos telef�nicos com a finalidade de acessar contas de aplicativos de mensagens e extorquir dinheiro de parentes e amigos das v�timas. No entanto, o caso ainda est� em fase inicial, e as informa��es colhidas at� agora n�o permitem que a PF chegue a uma conclus�o sobre o assunto.
 
Os suspeitos Danilo Cristiano Marques, Walter Delgatti Neto, Gustavo Henrique Elias Santos e a mulher dele, Suelen Priscila de Oliveira, foram presos em Araraquara (SP), Ribeir�o Preto (SP) e na capital paulista. Eles est�o detidos em Bras�lia: dois na Superintend�ncia da PF e dois na carceragem da corpora��o, no Aeroporto Juscelino Kubitschek.

O advogado Ariovaldo Moreira, que defende Gustavo, afirmou que o cliente chegou a receber, por computador, parte dos di�logos que estavam em poder de Walter Delgatti Neto, tamb�m preso na opera��o.
 
“Segundo relato do Gustavo, o Vermelho (apelido de Walter) mostrou pra ele algumas intercepta��es de uma autoridade (S�rgio Moro), tempos atr�s”, disse. Moreira contou que o cliente fez prints das mensagens recebidas.

“O que ele me disse � que ele chegou a ver isso no computador dele. Inclusive, printou (captura da imagem da tela) isso no computador. E ele me disse que no aplicativo dele, devolveu a mensagem para o Walter, dizendo que ele teria problemas”, completou o defensor.

O dinheiro achado no apartamento, de acordo com o acusado, � fruto de compra e venda de uma moeda virtual. “O Gustavo � DJ e disse que estava operando a compra e venda de Bitcoins. Ele disse que tem como provar isso”, ressaltou o advogado.

INVAS�O GENERALIZADA


A investiga��o da Pol�cia Federal aponta que os detidos est�o por tr�s de diversos ataques a integrantes do Executivo, Legislativo e Judici�rio. Al�m disso, fontes na corpora��o descrevem que jornalistas tamb�m est�o entre os alvos.

Outra suspeita � de que o mesmo grupo seja autor da investida cibern�tica contra procuradores que integram a Opera��o Lava-Jato no Paran�. Em depoimento � PF, Walter Delgatti Neto confirmou que atuou na invas�o do celular de Moro e de outras autoridades.

“H� fortes ind�cios de que os investigados integram organiza��o criminosa para a pr�tica de crimes e se uniram para violar o sigilo telef�nico de diversas autoridades p�blicas brasileiras, via invas�o do aplicativo Telegram”, citou o juiz na decis�o.
 
Durante o cumprimento dos mandados de busca, na ter�a-feira, os policiais encontraram, no computador de um dos investigados, atalhos que davam acesso a diversas contas do Telegram, entre elas, a de Moro. Pelo menos mil contas est�o registradas nos atalhos, o que indica o n�mero de v�timas. No entanto, os investigadores aguardam o avan�o das dilig�ncias para confirmar a amplitude do ataque.
 
O diretor do Instituto Nacional de Criminal�stica, Luiz Spricigo J�nior, afirmou que o foco agora ser� sabe quem foram os alvos. “No celular do investigado havia uma conta ligada ao ministro Paulo Guedes (da Economia). Precisamos investigar, mas existem fortes ind�cios que o ministro tamb�m foi v�tima”, ressaltou Spricigo.


VENDER PARA O PT


O advogado Ariovaldo Moreira afirmou ontem � noite que o DJ Gustavo Henrique Elias Santos disse em depoimento � Pol�cia Federal que a inten��o de Walter Delgatti Neto, apontado como o hacker que invadiu os celulares do ministro S�rgio Moro e outras autoridades, era vender ao PT as mensagens que obteve. Moreira deu as declara��es ap�s os depoimentos prestados por Gustavo Santos e pela mulher dele, Suelen Priscila de Oliveira, na Superintend�ncia da Pol�cia Federal em Bras�lia, onde est�o presos.
 
Segundo o advogado, Gustavo Santos disse aos investigadores que ouviu essa vers�o do pr�prio Walter Delgatti. "Essa informa��o, isso da� est� nos autos, � oficial. Ent�o, ele confirma que o Walter mandou mensagem para ele, mandou inclusive parte da intercepta��o telef�nica do juiz Sergio Moro e a inten��o, segundo ele, o meu cliente, ele d� conta de que o Walter disse a ele que a inten��o era vender esse produto, essas informa��es, para o Partido dos Trabalhadores", declarou.

De acordo com o advogado, Walter Delgatti manifestou essa inten��o "na hora que ele mostrou as informa��es para o meu cliente. Meu cliente falou para ele mais de uma vez: 'Rapaz, isso � um pouco perigoso, toma cuidado'. E ele falou: 'A minha inten��o � 0vender para o Partido dos Trabalhadores".
 
O advogado afirmou que Gustavo Santos tem conhecimento somente da suposta inten��o de Delgatti de vender o material, mas disse n�o saber se ele procurou algu�m e se vendeu.

"Meu cliente n�o tem essa informa��o. A �nica coisa que meu cliente narrou � que o Walter disse para ele a inten��o de vender isso para o Partido dos Trabalhadores. Se ele vendeu, se ele  vendeu, se ele entregou esse material gratuitamente pra algu�m, isso n�s n�o sabemos".

Segundo Moreira, o cliente disse no depoimento que Delgatti � "um sujeito bem propenso ao Partido dos Trabalhadores. � uma pessoaque tem uma certa simpatia ao Partido dos Trabalhadores". (Com ag�ncias)


OS PRESOS


Gustavo Henrique Elias Santos
» 28 anos, � conhecido como DJ Guto Dubra de Araraquara (SP). Trabalha com organiza��o de festas eletr�nicas. Foi preso em 2013 por recepta��o de uma caminhonete. Julgado em 2015, foi condenado a seis meses em regime semiaberto. Movimentou R$ 424 mil entre 18 de abril e 29 de junho de 2018. Tem renda m�dia de R$  2.866.

Suelen Priscila de Oliveira
» 25 anos, foi presa no mesmo endere�o de Gustavo, em S�o Paulo, com quem j� foi casada. Movimentou R$ 203 mil entre 7 de mar�o e 29 de maio. Tem renda mensal registrada de R$  2.191.

Walter Delgatti Neto
» 30 anos, � conhecido como Vermelho e foi preso em Ribeir�o Preto (SP). Costumava se apresentar como investidor e estudante de medicina da USP, onde n�o estudava. Foi alvo de mandado de busca e apreens�o em 2015, quando a namorada do irm�o dele, de 17 anos, o acusou de dop�-la e estupr�-la. Em sua p�gina no Twitter, fez cr�ticas ao presidente Jair Bolsonaro e a S�rgio Moro. Chegou a responder ao coordenador da Lava-Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol, sobre como identificar se o conte�do vazado do seu celular era ver�dico. Compartilhava p�ginas de sites ligados � esquerda, mas � filiado ao DEM desde 2007.

Danilo Cristiano Marques
» 33 anos, tamb�m foi preso em Araraquara, enquanto fazia um curso de eletricista. � motorista de Uber. Teve uma microempresa de com�rcio de equipamentos de telefonia e comunica��o com o nome Pousada e Com�rcio Chatuba.

Ministro Sérgio Moro(foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Ministro S�rgio Moro (foto: Geraldo Magela/Ag�ncia Senado)

 


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