
Delgatti foi um dos quatro presos na opera��o de ter�a-feira. Ele foi localizado em Ribeir�o Preto. Em depoimento, assumiu ter hackeado o telefone de Moro e outras autoridades.
O aparato policial na casa de Dona Ot�lia chamou a aten��o dos vizinhos, pouco acostumados ao movimento no pacato bairro residencial, embora pr�ximo do centro. A senhora descansava quando os agentes chegaram. "Reviraram a casa inteira, procuraram at� no quintal e na casa do cachorro", disse.
"Eles foram educados, at� gentis comigo. Foram ao quarto, ao banheiro, procuraram em tudo, mas meu neto, que eles procuravam, n�o estava. Ele saiu daqui em abril e eu esperava que ele voltasse. O Neto dava not�cias, dizia que estava em S�o Paulo. S� soube da pris�o depois que a pol�cia foi embora. Ele estava em Ribeir�o Preto, em um hotel. Eu n�o sabia", afirmou.
Dona Ot�lia, que mora com outro neto, Wisley, irm�o de Walter, disse que os dois ficaram abalados ap�s a morte do pai, Walter Filho, no dia 20 de novembro de 2018. "O Waltinho morreu engasgado com comida. Teve um enfarte enquanto comia. Eles ficaram arrasados." Ela tem outro filho, tio de Walter, que trabalha na prefeitura.
Conforme a senhora, seus netos eram pouco ligados � m�e deles, Silvana Aparecida Francisco Delgatti, que mora em outro bairro, o Selmi Dei. "Era tudo aqui comigo, eu os criei como filhos, a refer�ncia deles � esta casa que meu marido me deixou", afirmou. Silvana n�o tinha sido localizada pela reportagem at� o in�cio da tarde.
A av� contou que Walter sempre foi um rapaz curioso e inteligente. "Ele tinha 12 anos quando veio morar comigo. Eu e meu marido cuid�vamos dele. O Neto sabia conversar e, que eu saiba, n�o fazia nada errado. Est�o falando muitas coisas. O celular do Moro e tamb�m do Bolsonaro... quanta eleg�ncia!", disse.
A idosa acompanha o notici�rio por uma televis�o antiga, de tubo. "J� sa� na televis�o, vieram aqui, me entrevistaram, mas eu n�o sabia de nada. Eu n�o esperava nada disso. N�o conhe�o os outros meninos, o tal de Guto (o DJ Gustavo Santos, tamb�m preso) nunca veio aqui." Conforme a av�, o neto levava uma vida que, para ela, era normal. "Ele � muito bom, tinha muitos amigos. N�o era casado, ent�o tinha as namoradas por a�, corria o trecho passeando." Ela disse que o outro neto, Wisley, chegou a falar com um advogado. "Ele disse que em cinco dias o Neto vai estar aqui. Acho que ele volta logo. Vou ficar esperando."
Vizinhos da fam�lia dizem que o rapaz � simp�tico, mas ningu�m sabia da vida privada dele. Muitos n�o quiseram se identificar. O pintor Sebasti�o Luiz Filho, de 62 anos, que conhece os Delgatti h� 30 anos, disse que o Walter n�o aparentava nada de errado. "Era um menino bom com as pessoas, tratava todo mundo bem. A av� dele, essa senhora, � uma pessoa bon�ssima. A molecada, hoje em dia, a gente n�o sabe quando vai aprontar." Sebasti�o disse que Neto n�o aparentava ter dinheiro. "�s vezes ele estava de carro, outras chegava a p�. Ultimamente ele n�o era visto aqui pelo bairro."
Na delegacia seccional da Pol�cia Civil de Araraquara nenhum policial quis falar do caso. O delegado seccional substituto Vin�cius Moreira disse que o caso est� sendo conduzido pela Pol�cia Federal e que tamb�m n�o falaria sobre a vida pregressa do hacker. O advogado Toni Rog�rio Silvano Onofre, com escrit�rio pr�ximo da delegacia, disse que foi procurado por um parente de Walter Delgatti. "Foi uma conversa no sentido de acompanharmos o Walter em Bras�lia e aqui, mas ainda n�o fechamos. Preciso ver o caso em mais detalhes. J� fizemos casos de hacker e tivemos sucesso", disse.
